Crítica de Cinema - Os Irmãos Grimm
Era uma vez...alguém que disse que quem entra num filme de Terry Gilliam, sai com os olhos todos trocados e atrofiados.
Eu tenho a certeza que é verdade, porque o ecrã é gigantesco e não temos oportunidade de sorver todos os pormenores que nos põe à frente dos olhos.
Seriam precisos inúmeros visionamentos para conseguir apanhar todos os "mimos" visuais com que nos presenteia.
E a história do filme???
Infelizmente é aí que reside a sua fraqueza.
Não sei quem é esse senhor (ou senhora não sei) chamado Ehren Krueger mas a imaginação não floresce na sua cabeçinha. Graças a Deus que o Terry Gilliam ainda decidiu dar uma ajuda no melhorar de certas partes do guião.
Pois a história conta o seguinte:
Esta é a aventura dos lendários escritores de contos de fadas, Will(Matt Damon) e Jake Grimm (Heath Ledger). A história de dois irmãos que viajam por terras napoleónicas, no ínicio do século XIX, fingindo que livram os habitantes das povoações de monstros e demónios em troco de dinheiro fácil. Mas quando são chamados pelas autoridades francesas para desvendar o misterioso desaparecimento de umas jovens, os charlatães vêem-se forçados a enfrentar forças malignas reais.
Os dois actores foram seleccionados em personagens opostas, como foi dito por Gilliam em entrevista (na vida real Damon é mais calmo e Will é frenético enquannto Ledger é frenético e confiante e no filme surge calmo e inseguro) e a experiência saiu bem.
Mas quem rouba todas as cenas em que surge é Peter Stormare com um registo cómico que atinge aqui o seu auge (é absolutamente hilariante) com o seu capitão italiano torturador, de um general (jonathan Pryce de Brazil) francês, e que se transforma na pessoa mais doce...
Em relação à personagem da Rainha, Monica Bellucci (apesar da sua grande beleza) não me convence como actriz. AInda tem muito que provar. Parece estar sempre no mesmo registo. Basta ver o "Ela Odeia-me" de Spike Lee.
Fica por isso, um travo de desilusão. Do que o filme poderia ter sido e não foi. DO que poderia ter contado mas não contou.
Mas será tempo perdido. Certamente que não pois estamos a falar de Terry Gilliam e com ele nunca se perde tempo numa sala de cinema
"E viveram felizes para sempre".
Mas a resposta dada no final é bem o sentimento que se traduz do filme "Talvez não..."
Nota do Filme - Brothers Grimm (Os Irmãos Grimm) - 5/10 (***)
2 Comments:
A velha máxima do «quero, posso e mando», extorquiu a liberdade de um notável realizador. Gilliam foi subtraído no seu manancial imaginativo por produtores com a mania que são geniais editores/realizadores, e o resultado final é um filme superior a muitos detritos hollywoodescos, mas com uma lancinante ausência da enorme alma cinematográfica de Terry Gilliam.
04 October, 2005
Olá!
Só para dizer que coloquei um link para o teu blog no Matiné
Um Abraço
04 October, 2005
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