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Wednesday, October 19, 2005

Crítica de Cinema - Alice

Sou apologista que temos de esperar que um filme "assente". Não deve ser feita a análise do mesmo a sangue frio. Tem de se deixar entranhar e compreender do que fala (existem óbvias excepções). Alice é um filme assim.
É um filme que cresce em nós, que nos faz pensar e do qual ficam imagens:

- Imagem de dor (como a fabulosa cena na esquadra de polícia)
- Imagem de comédia (as actuações de Nuno Lopes com Miguel Guilherme no teatro)
- Imagem de amor (de Mário -Nuno Lopes- pela esposa Luísa- Beatriz Batarda- bem patente no final do filme)
- Imagem de persistência (as dezenas de cavalos feitos pelo mendigo)
- Imagem de repetição (na visualização das cassetes por Mário)
- Imagem de raiva (destruição do mosaico de fotografias por Mário)
- Imagem de esperança (quando numa câmera surge um vulto que aparenta ser Alice)
- Imagem de desilusão (no olhar de Mário)
- Imagem de fuga (no deambular de Mário por Lisboa)
- Imagem de uma cidade (Anónima, como é retratada Lisboa, numa palete muito azul e depressiva
- Imagem de beleza (na belíssima partitura de Sassetti)
- Imagem de desespero (lágrima a escorrer pelo rosto de Luísa num restaurante de "fast-food")

Mas apesar de tudo este é um filme que não pode ser contado por palavras, tem de ser visto e sentido por imagens. Cada pessoa encontrará a sua imagem de referência ou especial.
Mas o que irão encontrar é um filme português como à muito não se via (se é que alguma vez se viu), de uma beleza e sensibilidade éterea.
Ainda aí estão?

Nota do Filme - "Alice" de Marco Martins - 8/10

Ps:Apenas a referência para Nuno Lopes e Beatriz Batarda, uma como A Confirmação Final e o outro como a surpresa total -É Grande.

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