Crítica de Cinema - Máquina Zero
"Welcome to the Suck"
Caminhando (ou a maior parte do tempo parados) por desertos intermináveis, vendo apenas areia e céu. Mais nada durante tantos meses. Deve desmoralizar qualquer um. Haverá paisagem mais desmoralizadora que um deserto?
É isso mesmo, welcome to the suck.
O que atravessa a cabeça de um soldado, durante esse espaço de tempo?
Foi isso que Anthony Swofford decidiu passar para palavras no seu livro, autobiográfico, sobre o tempo passado na recruta, no acampamento e nas missões durante a Guerra do Golfo (que em si apenas durou 11 dias). Agora o que durou muito foi a espera para esses 11 dias. Esse tempo foi realmente onde se sentiu testado.
Sam Mendes, após "Caminho para a Perdição" decide enveredar por uma temática que está na ordem do dia. A guerra no Iraque e as suas consequências no mundo moderno. Muita coisa, politicamente, foi despoletada devido à mesma. E será que valeu a pena?
O filme inicia com a chegada dos "mancebos" ao período de recruta, onde sofrem (como já visto no excelente "Full Metal Jacket") humilhações verbais e físicas da pior espécie. Diz-se que é para formar carácter de equipa, a eliminação do indíviduo e a criação de um exercíto. Para isso contribui o chamado corte de cabelo "jarhead"(título original do filme) que simboliza o "marine" americano.
Nada de novo nas cenas de recruta, que já foi revelada de sobremaneira na 7ªarte. Serve como introdução de personagens como
Swofford é interpretado na tela por Jake Gillenhaal, um actor em franca ascensão e com uma interpretação muito segura. A cena em que a mente de Swoff quebra é particularmente intensa. No resto do filme carrega no rosto, um tédio em crescendo até à cena final da guerra em que sabe que nunca mais será o mesmo. Poderia ter ficado por aqui o filme mas isso é apenas uma opinião.
Troy (Stellan Skarsgaard), eterno excelente secundário, tem também um papel intenso, como quem consegue controlar Swoff. É o certinho do grupo que (quase) como todos não consegue e quebra, numa das cenas chave do filme e na uníca missão que lhes é confiada e que acaba por não acontecer. Logo depois a guerra terminaCaminhando (ou a maior parte do tempo parados) por desertos intermináveis, vendo apenas areia e céu. Mais nada durante tantos meses. Deve desmoralizar qualquer um. Haverá paisagem mais desmoralizadora que um deserto?
É isso mesmo, welcome to the suck.
O que atravessa a cabeça de um soldado, durante esse espaço de tempo?
Foi isso que Anthony Swofford decidiu passar para palavras no seu livro, autobiográfico, sobre o tempo passado na recruta, no acampamento e nas missões durante a Guerra do Golfo (que em si apenas durou 11 dias). Agora o que durou muito foi a espera para esses 11 dias. Esse tempo foi realmente onde se sentiu testado.
Sam Mendes, após "Caminho para a Perdição" decide enveredar por uma temática que está na ordem do dia. A guerra no Iraque e as suas consequências no mundo moderno. Muita coisa, politicamente, foi despoletada devido à mesma. E será que valeu a pena?
O filme inicia com a chegada dos "mancebos" ao período de recruta, onde sofrem (como já visto no excelente "Full Metal Jacket") humilhações verbais e físicas da pior espécie. Diz-se que é para formar carácter de equipa, a eliminação do indíviduo e a criação de um exercíto. Para isso contribui o chamado corte de cabelo "jarhead"(título original do filme) que simboliza o "marine" americano.
Nada de novo nas cenas de recruta, que já foi revelada de sobremaneira na 7ªarte. Serve como introdução de personagens como
Swofford é interpretado na tela por Jake Gillenhaal, um actor em franca ascensão e com uma interpretação muito segura. A cena em que a mente de Swoff quebra é particularmente intensa. No resto do filme carrega no rosto, um tédio em crescendo até à cena final da guerra em que sabe que nunca mais será o mesmo. Poderia ter ficado por aqui o filme mas isso é apenas uma opinião.
Finalmente Sgt Sykes (Jamie Foxx) como o militar por natureza. É a rocha no meio da areia do deserto. Nunca quebrando e tentando sempre manter a moral da tropas. Falha miseravelmente mas numa cena com Gillenhaal, em que diz que nasceu para isto, no meio de uma chuva de petróleo, o URRA que ele deita é bem poderoso. Até senti arrepios.
Mas o forte do filme está nas imagens, planos que Mendes nos mostra. É obviamente um filme muito imagético, depende da imagem para mostrar os seus pontos de vista. E o tédio transborda em cada um dos planos do imenso deserto. A sensação de tédio passa para o espectador e penso que é essa uma das razões que o filme não foi bem recebido pela crítica. Sendo um filme com o objectivo de entediar e ao mesmo tempo maravilhar, pondo a pensar sobre o que realmente aconteceu nesse ano, consegue-o demonstrar.
Será um filme perfeito?
Não e acho que isso toda a gente concorda. Existe uma sensação de dejá-vu e a parte final do filme do regresso a casa não era necessária para demonstrar que quem foi para a guerra muda. No ultíma cena no Iraque isso é bem visível no rosto de Swofford. Alguns dos soldados menores são também um pouco estereotipados, o latino pai de família, o cubano em busca de liberdade,e intelectual, xoninhas de óculos. Não passam de caricaturas em comparação com os três principais.
No entanto, a visita à sala de cinema é obrigatória. Nem que seja para ver que nem sempre os filmes que são mal recebido são realmente maus (apesar de 90% ser mesmo verdade).
Para o espectador em busca de um filme de guerra vai sair desiludido. É um filme sobre a natureza humana e a sua capacidade de resistir.
Para quem pensa que é homem de barba rija, este é para vocês. Espero é que não quebrem...
URRA...
Nota do filme - "Máquina Zero" - 6/10
1 Comments:
Não é um grande filme, mas realmente daí a ser corrido a 1/5 por grande parte da cítica... Eu dava-lhe 7/10, não deslumbra mas cumpre.
30 January, 2006
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