Crítica de Cinema - V de Vingança
"Remember, Remember, the 5th of November..."
Reconheço que o início do filme me assustou um pouco. Explosões, seguidos de perseguições e com diálogos que eram uma autêntica verborreia mental. Parecia que tinha regressado aos monólogos dos dois ultímos Matrix. E como o filme vinha das mesmas cabeçinhas era de desconfiar que os Wachowski tinham tido carta branca e arruinado mais uma adaptação de BD ao cinema.
Felizmente estava enganado, porque além de terem mantido a ideia original do filme, optaram por o vestir com detalhes mais contemporâneos ao invés de se debruçarem sobre o período dos anos 80 da "Dama de Ferro, Margaret Thatcher, para quem não conhece.
O filme conta a cruzada de um homem contra um governo totalitarista, um regresso ao fascismo. Após violentos ataques terroristas, um homem, através do medo decide comandar a Inglaterra. O seu nome é Adam Sutler. Através de manipulação dos medos da população, associados ao terrorismo, diz que irá proteger o país fechando-o a todos os que vêm de fora. O seu lema é, vens de fora então não és bem vindo. Cria então um partido, que acaba por ganhar as eleições de modo democrático (a fazer lembrar a subida ao poder de Hitler, num tempo não muito distante e pelas mesmas razões - o MEDO).
Hugo Weaving dá a voz a V, o vingador do povo. E sem nunca mostrar a cara, mostra-nos toda a determinação que lhe vai na alma. Outros motivos mais pessoais o levam a embarcar nesta vingança mas esses não irei adiantar. É claro que o personagem perde por não mostrar a cara. Mantém-se uma caricatura apesar de todos os artíficios usados por Weaving. Natalie Portman, no papel de Evey, mostra qualidades mas nada que nunca tivessemos visto e bem melhor em "Closer". Limita-se a usar o seu charme e a sua grande capacidade para criar uma personagem forte mas unidimensional. Nunca sabemos realmente o que a move. Será a manipulação de V ou as suas próprias convicções. Se calhar foi esse o objectivo dos argumentistas, criar essa dúvida.
Não é, definitivamente, tão mau como foi pintado na crítica portuguesa, como blockbuster pirotécnico e pouco mais. Para já de efeitos visuais e explosões não é o forte dele, tendo apenas duas grandes explosões e uma cena de efeitos especiais digna de Matrix. No resto do filme temos a condução de um argumento, com falhas é certo, mas com alguma qualidade. Pena por não apostar num maior impacto emocional em certas cenas como no corte de cabelo e tortura de Evey (Portman) e o facto de John Hurt aparecer tão pouco e sempre tão monocórdico. Aquele vislumbre no final de como Adam Sutler realmente é mostra o grande actor que é Hurt (tão mal aproveitado).
Se ficaram de pé atrás para ir vir por causa disso não é razão. É um blockbuster agradável e com o toquezinho de política polémico é certo (pessoalmente não concordo) mas sempre enraizado no mundo actual e nos seus problemas.
É que este mundo de "V for Vendetta" pode ser o nosso daqui a uns anos. E acreditem, vocês não querem que assim seja.
Reconheço que o início do filme me assustou um pouco. Explosões, seguidos de perseguições e com diálogos que eram uma autêntica verborreia mental. Parecia que tinha regressado aos monólogos dos dois ultímos Matrix. E como o filme vinha das mesmas cabeçinhas era de desconfiar que os Wachowski tinham tido carta branca e arruinado mais uma adaptação de BD ao cinema.
Felizmente estava enganado, porque além de terem mantido a ideia original do filme, optaram por o vestir com detalhes mais contemporâneos ao invés de se debruçarem sobre o período dos anos 80 da "Dama de Ferro, Margaret Thatcher, para quem não conhece.
O filme conta a cruzada de um homem contra um governo totalitarista, um regresso ao fascismo. Após violentos ataques terroristas, um homem, através do medo decide comandar a Inglaterra. O seu nome é Adam Sutler. Através de manipulação dos medos da população, associados ao terrorismo, diz que irá proteger o país fechando-o a todos os que vêm de fora. O seu lema é, vens de fora então não és bem vindo. Cria então um partido, que acaba por ganhar as eleições de modo democrático (a fazer lembrar a subida ao poder de Hitler, num tempo não muito distante e pelas mesmas razões - o MEDO).
Hugo Weaving dá a voz a V, o vingador do povo. E sem nunca mostrar a cara, mostra-nos toda a determinação que lhe vai na alma. Outros motivos mais pessoais o levam a embarcar nesta vingança mas esses não irei adiantar. É claro que o personagem perde por não mostrar a cara. Mantém-se uma caricatura apesar de todos os artíficios usados por Weaving. Natalie Portman, no papel de Evey, mostra qualidades mas nada que nunca tivessemos visto e bem melhor em "Closer". Limita-se a usar o seu charme e a sua grande capacidade para criar uma personagem forte mas unidimensional. Nunca sabemos realmente o que a move. Será a manipulação de V ou as suas próprias convicções. Se calhar foi esse o objectivo dos argumentistas, criar essa dúvida.
Não é, definitivamente, tão mau como foi pintado na crítica portuguesa, como blockbuster pirotécnico e pouco mais. Para já de efeitos visuais e explosões não é o forte dele, tendo apenas duas grandes explosões e uma cena de efeitos especiais digna de Matrix. No resto do filme temos a condução de um argumento, com falhas é certo, mas com alguma qualidade. Pena por não apostar num maior impacto emocional em certas cenas como no corte de cabelo e tortura de Evey (Portman) e o facto de John Hurt aparecer tão pouco e sempre tão monocórdico. Aquele vislumbre no final de como Adam Sutler realmente é mostra o grande actor que é Hurt (tão mal aproveitado).
Se ficaram de pé atrás para ir vir por causa disso não é razão. É um blockbuster agradável e com o toquezinho de política polémico é certo (pessoalmente não concordo) mas sempre enraizado no mundo actual e nos seus problemas.
É que este mundo de "V for Vendetta" pode ser o nosso daqui a uns anos. E acreditem, vocês não querem que assim seja.
Nota do Filme - V de Vingança - 6/10
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