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Monday, January 30, 2006

Crítica de Cinema - Match Point

"You know that luck plays a major part in our life"

Sorte. Acho que ninguém pensa nela nesses termos. Como podendo mudar a nossa vida de um momento para o outro. Em ver de ter apanhado um comboio, atraso-me e apanho o próximo no qual sou assaltado ou encontro uma pessoa amiga que não via há muito tempo
Pois eu concordo com a teoria da sorte. Dependemos todos dela. O que impede de me cair por exemplo um meteorito em cima, enquanto vou para apanhar o comboio. Exactamente, a sorte (neste caso um azar do caraças).
Woody Allen, por outro lado, não necessita de sorte para este filme quando a qualidade abunda em todos os planos do filme. Confesso que é o primeiro filme de Allen que vejo em cinema e a impressão não poderia ter sido maior.

O filme acompanha a vida de Chris (Jonathan Rhys-Meyers - numa interpretação contida com um olhar glacial e implacável -soberbo), um jovem professor de ténis com vontade de subir na vida. Conhece Tom, cuja família de alta sociedade, tem tanto poder como dinheiro (e um profundo amor por ópera). Tom, apresenta-o a sua irmã (Emily Mortimer - tão ingénua,doce que apetece abraçar) que fica absolutamente encantada com ele e acabam por casar. Tudo isto estaria bem, se não se apaixonasse pela namorada de Tom, Nola Rice (Scarlett Johansson - verdadeira femme fattalle que se transforma em mulher pressionante-aquele olhar é hipnotizante).
Será esta a premissa do filme do qual não convém adiantar mais, podendo o filme perder muito do seu encanto.
Posso apenas dizer que fui totalmente surpreendido com o final. E não existe coisa que goste mais, do que ser supreendido numa sala de cinema.

Londres é personagem principal nesta história e Allen filma-a como de New York se tratasse. Ele próprio disse em entrevista que ambas são cidades muito idênticas. Muito cosmopolitas. São "melting pots" de cultura e de raça. Tudo misturado, formando um conjunto perfeito.
Uníco senão do filme, apesar de fazer sentido, é o uso de apenas musíca de ópera por banda sonora, sendo algumas das gravações bastante antigas, inclusive. O que primeiro soa bem começa a cansar.

Woody Allen como nunca se viu. Pessoalmente não posso confirmar uma vez que não sou conhecedor, nem apreciador. Mas agora estou convencido e acho que Allen vai pelo bom caminho. No fundo, e como qualquer um, ele teve sorte de ser tão conhecido e ter a possiblidade de contar as histórias que quer.
Eu digo "Que conte mais histórias como esta".
Se tivermos sorte, quem sabe...

Nota do Filme "Match Point" - 8/10

3 Comments:

Blogger gonn1000 said...

Concordo com a crítica e com a nota, é dos melhores filmes do Allen que já vi (mas a maioria dos que vi foram os mais recentes, por isso...).

07 February, 2006

 
Blogger Pedro_Ginja said...

Parece que ele antigamente até fazia filmes de jeito.

Com a idade foi-se esquecendo
Felizmente voltou-se a lembrar.

08 February, 2006

 
Blogger antonio_subtil said...

*****Atenção spoillers********





Woody alen vai no bom caminho? mas se o homem já está na casa dos 70!

Brincadeiras á parte, eu adorei o filme, mas pelo que dizem este filme está diferente do seu habitual por isso.

De facto o filme é surpreendente, a mim fez-me confusão a forma como ele a mata. Estava á espera que houvesse pelo menos alguma interacção entre os dois.

O promenor da aliança a cair do lado de cá da grade tb, pois fiquei a pensar que ele seria apanhado (na analogia com o cena inicial, do ténis), afinal o azar deu em sorte!

é de esperar que o homem viva até aos 90, isto é, se for para fazer filmes assim...

Eu adoro musica classica mas não sou fã de ópera, no entanto acho que a banda sonora está bastante boa, e repara quando ele as mata, o nivel sobe atingesse um climax.

11 February, 2006

 

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