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Tuesday, December 20, 2005

Crítica de Cinema - O Exorcismo de Emily Rose


"I´m Lucifer, the devil himself..."

Já há muito tempo que a menção de nomes demoníacos, ou como neste caso do próprio diabo em pessoa. não me causam qualquer medo. Mas a principal arma deste filme não está no medo (o que é pena) mas na discussão da existência de demónios que nos atormentam. Para provocar essa discussão é feito um filme de terror passado nas barras do tribunal, com "flashbacks" aos acontecimentos à medida que desfilam os depoimentos de todos os envolvidos.
E resulta?
Em alguns momentos do filme acreditamos que sim, noutros nem por isso.

Emily Rose (Jennifer Carpenter - que garganta tem. Chegou a arrepiar às vezes) começa a ter comportamentos estranhos após a chegada à faculdade. Antes vivia uma vida simples de campo, carregada de felicidade, com a sua família. É como se numa faculdade o ambiente estivesse carregado de demónios e estranhas criaturas (exactamente...O quê????). Após o devido tratamento médico para a cura da suposta doença (uma epilepsia psicótica, se isso realmente existir), outra ideia começa a desenvolver-se no seio da sua família, a possessão demoníaca. Depois de o tratamento médico claramente falhar, a família recorre ao préstimos do pároco da paróquia da santa terrinha. Depois examinar Emily, o padre (Tom Wilkinson - com interpretação sólida. Um grande actor só pode) decide-se pela execução de um exorcismo, devidamente sancionado pelo bispo da região. Infelizmente tudo corre mal e Emily morre durante a execução do exorcismo. O padre acaba acusado de homícidio involuntário. Entra em accção a sua advogada de defesa (Laura Linney - apenas a cumprir mas competente), que não acredita em religião (tinha que ser não é?)e que luta pela sua absolvição.

Senti-me enganado. Procurava um bom filme de terror e o que me saí na rifa é um filme passado num tribunal, intercalando regressos ao passado moderadamente assustadores. Sim ,é verdade, já não estou numa idade facilmente impressionável mas ainda gosto de ser surpreendido com aquele arrepio na espinha. É um sentimento inconfundível e agradável.
Os gritos de Jennifer são realmente arrepiantes. Aí tenho de dar a mão à palmatória que me senti incomodado. Outra cena muito bem conseguida é aquela em que vê alterações nas feições das pessoas e acaba numa igreja.
O problema surge, exactamente, quando começa o exorcismo. Há a sensação de "dejá-vu". Já foi visto noutra altura e mais bem feito (obviamente no excelente "O Exorcista"). Além disso, pobre rapariga, além de ter um demónio tem seis em vez disso. Tenham lá calma...E não ficou mais assustador por causa disso.
As cenas de tribunal são competentes mas lá está novamente o "dejá-vu". Já foi feito melhor noutras ocasiões.
Conclusão:
Um tempo bem passado em cinema mas do qual não se tirou nada de novo. Não passa de um corte e costura de dois filmes entrecruzados entre si.
O problema foi mesmo a conta do otorrinolaringologista (sempre sonhei por esta palavra numa crítica cinematográfica-Não resisti). Aqueles gritos ecoam e ecoam e ecoam...

Nota do filme: "O Exorcismo de Emily Rose" - 5/10 (**)

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