Crítica de Cinema - Uma História de Violência
"What can i do to make it better? You could die, little brother"
De um começo envolto em violência, passamos para a vivência de uma pequena localidade no interior americano, quase como por magia. A violência encontra a paz e o resultado é devastador para a vida de Tom Stall. E o filme começa nesse instante fatídico no café Stall.
Após a morte dos dois perigosos assassinos por parte de Tom, é aclamado como um héroi pela comunidade e claro, pela comunicação social, que o torna num héroi não apenas da pequena vila no Indiana mas também de toda a América.
Isto obviamente atraí atenções indesejadas de um grupo de mafiosos de Philadelphia que querem ajustar contas com Tom, que confundem com um tal de Joey.
Desde a chegada de Carl Fogarty (interpretação gélida e extraordinária de Ed Harris), o clima de tensão na família Stall cresce levando a repercussões em toda a família.
A violência torna-se uma doença que infecta toda a família. O filho (Ashton Holmes, que reflecte a mudança mais profunda numa explosão assustadora. A violência torna-se, apesar de tudo, o seu modo de crescer-ser adulto), eterno cobarde na escola, sempre evitando conflitos físicos, torna-se violento e espanca uns quantos colegas. A mulher, confiante que tem um marido perfeito começa a duvidar. A pôr em questão o seu casamento. A filha após um começo cheio de riso, próprio de uma criança, adquire uma soturnidade arrepiante (é apesar de tudo o elo mais fraco da correia de grandes actores do filme).
E o que dizer de William Hurt, sem revelar muito do filme? Uma interpretação curta mas fabulosa. De uma crueldade misturada com amor que ao mesmo tempo revolta e emociona. E que termina na cena mais violenta do filme e que termina o elo com o passado de Tom Stall.
Viggo Mortensen, é o elo que une todo o filme. Dupla personalidade? Tom e Joey? Qual deles é realmente? COm qual se identifica mais? As duas cenas de sexo reflectem as mesmas. O Tom, marido perfeito, homem comum e trabalhador e Joey, homem marcado pela violência e que assim se relaciona com os outros. Viggo Mortensen faz a transição entre uma e outra sem nos apercebermos. Quase como um camaleão que se adapta ao meio ambiente que o rodeia.
E isso está bem patente no final perfeito (um dos melhores da história do cinema), em que Cronemberg nos mostra a verdadeira essência de Tom/Joey.
E onde também nos mostra, porque é um dos grandes realizadores vivos da história do cinema.
O silêncio de todos sela o sentimento que todos sentem. Tom Stall é o seu nome
Nota do Filme - Uma História de Violência - 10/10
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