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Wednesday, May 24, 2006

Crítica de Cinema - O Novo Mundo

Poeta de Imagens
"Did you find your Indies, John? - I may have sailed past them"

Esta imagem é um quadro vivo. Foi a primeira ideia que me veio à cabeça. E como qualquer obra de arte está sujeito à apreciação do ser humano. Uns podem gostar, enquanto outros nem por isso. Eu faço parte do grupo que aprecia e adora arte. E este filme é isso mesmo uma obra de arte, daquelas que nos fica na memória por muito tempo. Mas, repito, não é uma obra de arte para qualquer um.

Quarto filme de Terence Malick, lenda viva do cinema americano, após o seu último "Thi Red Line" que já data de 1998. Oito anos seria muito para qualquer outro realizador fazer um filme mas para Malick (perfeccionista por natureza) tudo tem de estar no lugar. Nada pode parecer fora de ordem ou ser um plano banal. Tudo tem de respirar arte.
Neste filme Malick, decide contar uma lenda americana. A história de amor entre o Capitão John Smith e a índia Pocahontas (o seu nome nunca é, no entanto, referido no filme apenas nos créditos finais).
E é nessa história de amor que se centra todo o filme, misturando com o descobrir do paraíso, que era a América, aquando da sua descoberta. Obviamente, a chegada de estrangeiros, neste caso civilizados (seria eles os civilizados) da Europa e com vontade de descobrir novas terras e riquezas. Formam então uma colónia com alguns elementos da frota, enquanto outros regressam a Inglaterra para arranjar mantimentos. A sua missão é manter a colónia até eles regressarem.
Mas claro, o confronto entre estas duas civilizações é inevitável assim como a sua inocência.

Não adiantado mais da história do filme, posso já dizer, que o seu maio destaque é Q´rianka Quilcher, que interpreta Pocahontas. Aos 14 anos (quando se iniciou o filme) mostra uma qualidade que ultrapassa muitas (ou mesmo todas) as outras grandes estrelas do elenco, parecendo todos um bando de amadoras. O seu olhar inocente (do ínicio) vai posteriormente alterando para um de amor,desilusão, dor, indiferença e vazio como quem, num segundo, vivesse toda a sua vida. Temos actriz, que espero seja de grande futuro. Obviamente Colin Farrell é o principal prejudicado com isto tudo pois não consegue acompanhar tão grande qualidade (apesar de ter uma actuação ao seu melhor nível). Todos os outros têm papéis demasiado pequenos para brilhar mas é ainda de destacar Christian Bale como marido compreensivo e altruísta. Todos os secundários são também de boa qualidade mas não passam de meros ornamentos no meio da maior actriz do mundo, A NATUREZA. Ela domina o filme e Malick conhece e sabe mostrar o seu melhor.

O filme não tem a nota máxima porquê, então? Por vários razões mas a principal é a falta de coragem dos produtores. Da versão de Malick de 4 horas sobram 2h20. E essa 1h40 faz falta no filme. O filme torna-se muito episódico e cortado entre belos quadros sem ligação possível, apesar de muito belos. Não que filme não seja compreensível, pois é o sempre mas perde um pouco. Outra coisa que se torna irritante é a excessiva voz-off dos protagonistas, quando por vezes bastaria o silêncio, mas Malick como poeta que é simplesmente não resiste.
Quem conhece Malick (e não assim tantos como isso) diz que é um poeta. E um poeta é um contemplador que transporta para o pael os seus pensamentos e ideias. Neste caso um poeta de imagens.
Ainda bem que existe um no Cinema.

Nota do Filme - "O Novo Mundo" - 8/10

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Muita bacano.
Mas teho uns mais malucos,ja sabes e só ligar 964370109

04 December, 2006

 

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