Crítica de Cinema - La Sagrada Familia
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(Estão a ver este plano da foto? É o uníco plano decente do filme - Continuem a ler)
E perguntam vocês, o que tem a Ofélia a ver com a sagrada família? Exactamente, nada em comum.
Reconheço que a primeira meia hora deste filme irritou-me profundamente. Para já a sessão do IndieLisboa começou mais de dez minutos atrasada, e eu simplesmente detesto atrasos (e ainda comi com uma dose de reclames para me abrir ainda mais o apetite).
E depois, sala esgotada, e o filme finalmente começa. Silêncio absoluto, até parecia que aí vinha algo de transcendental. Mas depois o filme começou e durante meia hora, perguntei-me. Isto é mau demais para ser verdade e as pessoas parecem estar a gostar. O operador de câmara parece ter só um braço e não consegue manter a câmara um pouco quieta. Vejo uma família, no meio da semana santa, a ter discussões do arco da velha sem interesse nenhum. Um filho, descontente com a religião, provoca os pais e deita achas para a fogueira. E a porra da câmara não para quieta. E eu só penso, não tinham mais nenhum camera-man disponível? É que manejar a câmara só com uma mão é complicado. Mas depois pensava para mim, tenho de ter uma mente aberta. Imagens desconexas e diálogos ridículos, e improvisados, é o verdadeiro espírito indie. Tenho de ser "Indie", tenho de ser cool.
Depois surgem uma rapariga muda e o casal de homossexuais, amigo do protagonista, e continuo a pensar. Terrítorio Indie, tenho de gostar. Os "Sete Palmos de Terra" é indie e cool e tem muitas temáticas gays.
Ao fim de meia hora, explode qualquer coisa dentro de mim e digo. "BASTA!!". Isto é horrível. Tirem-me deste filme ou melhor desta sala.
Mas depois chega a "Ofélia" (vai ter este nome de código uma vez que não me lembra do nome da personagem), a actriz Patricial Lopez e pronto. Aquilo começa a melhorar. Os problemas de câmara continuam lá. O actor Mauricio Diocares e os pais continuam a não convencer-me. Mas depois aparece uma cena com "Ofélia" e tudo melhora. O filme assenta, claramente, sobre ela. É o fio condutor que leva à desgraça e ao final surpreendente. E tudo é bem vísivel na representação de uma cena de "Ofélia", por parte de Patricia Lopez. Grande actriz mostra toda a sua sensualidade e dor escondida. É uma provocadora nata e essa provocação causa o desmoronar de uma família assente em terrenos argilosos. E para quem não sabe, argila + construção dá quase sempre maus resultados. Lá pelo meio existem histórias paralelas mas quem é que quer saber? Quem viu o filme sabe o que digo. O casal gay, o amor não correspondido entre a rapariga muda e o filho, a mãe a visitar uma amiga...
São lixo que se pensa suportar o filme mas que apenas o atrasam.
E o filme sofre com isso. Sebastian Campos não esteve no IndieLisboa porque senão teria ouvido a pergunta.
- O camera-man tinha algum problema de estabilidade ou não tinha mesmo um braço?
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Nota do Filme - La Sagrada Familia - 5/10
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