Estreias da Semana - 26 de Janeiro
Bem carregada de filmes, esta semana está. Sim, senhor...Ahh, pois é...São 7 no total. Apesar de muitos a qualidade não abunda mas existem escolhas interessantes...
Como por exemplo:
- (Mais)Um filme com o nome de uma mulher (a moda pegou)
- Um filme para crianças ou para o apreciador de musíca pimba
- Um filme (realmente) bronco
- Um filme de irmãos
- Um filme sobre estrelas do rock n´roll (neste caso a primeira)
- Um filme sobre desejos proibidos no Japão
-(Um)O 1º filme português de 2006
Gabrielle - Será esta aquele tipo de filme em que num grupo de amigos, um deles aparece morto e não se sabe quem o quis matar?. Pela sinopse do filme parece...
Filme realizado por Patrice Chéreau ("Intimidade") com Isabelle Huppert e Pascal Greggory e Claudia Coli.
Uma casa onde as pessoas gostam de ir. Longas noites a ouvir, a ver, a rir e a falar. É a vantagem de ter um círculo de "habitués": todos se conhecem uns aos outros. Explosões de honestidade, muitos segredos, momentos de dúvida e alegria justificada ou injustificada... Está tudo lá, para deleite dos convidados e dos donos da casa, cuja vida é uma interminável história de sucessos invejada pelos outros. Mas quando tudo parecia correr bem, algo de mau acontece.
Têm de admitir que parece esse tipo de filme. Numa semana cheia de estreias vai certamente passar despercebido numa qualquer sala de cinema. Se será justo? Poderá ser ou não e com esta brilhante conclusão termino esta análise.
Chupa no Dedo (Thumbsucker) - Não é muito feliz esta tradução do título. Vai enganar muitos espectadores que esperam ir ver um documentário sobre a música pimba e levam com um filme estranho de um gajo que ainda chupa no dedo aos 17 anos? Não há direito.Filme realizado por Mike Mills com Lou Taylor Pucci (como o chupa no dedo), Tilda Swinton, Vincent D´Onofrio e Keanu Reeves (num papel verdadeiramente estranho, diz-se).
Justin Cobb (Lou Pucci) é um adolescente de 17 anos que ainda chucha no dedo. Ele quer parar, quer resolver os seus problemas e ser um adolescente "normal". Mas o chuchar no dedo esconde um problema maior: Justin acha que não é suficientemente bom e que a mãe o vai abandonar um dia. E a única forma de expulsar esse medo é chuchar no dedo. Sem isso, começa a ter comportamentos maníacos, o que torna o seu sonho de se encontrar ainda mais complicado.
Sem não estou em erro, já estreou em Portugal no ultímo Festival Indie de Lisboa e finalmente chega agora às salas de cinema portuguesas. Uma pessoa que aos 17 anos ainda chupa no dedo? Isto soa realmente estranho. Será um filme autobiográfico do realizador Mike Mills?
Isto foi só uma ideia. Realmente existem filmes para todos os gostos. Até para o pessoal que gosta de chupar no dedo ou...(é melhor calar-me). Aconselhável, sem dúvida. Principalmente para quem não suporta banalidades.
Rasto Mortal (Wake of Death) - Um tradução do título sóbria. Com um certo estilo "vintage", demonstrando uma inexplicável turbulência e violência interior. Para que serve esta conversa toda? Van Damme está de volta. Os "broncos" rejubilam (o homem ainda vai ter 80 anos e ainda estará nestas andanças com a ajuda de uma bengala para matar os assassinos da sua família. Vão por mim...
Filme realizado por Philiphe Martinez com Jean Claude Van Damme, Simon Yam e Philip Tam (ahh sim tou a ver quem é)
Ben Archer é um gangster de Marselha que agora vive em L.A.; depois de algumas décadas decide deixar o crime e passar mais tempo com a sua família. A sua mulher, Cynthia, é uma agente da INS, a sua missão é manter emigrantes ilegais Chineses fora dos E.U.A., mas quando descobre Kim, uma jovem a bordo de um navio cheio de emigrantes, decide ajudá-la. Depois disso, Cynthia é encontrada morta e Ben jura vingança.
Eu juro que ainda não tinha visto a sinopse e já sabia que envolvia vingança. Este é daqueles que nem sei porque escrevo. Não merece as 5 Kcal que gastei para escrever esta semi-crítica.
Se és bronco, então este é o filme ideal. Mas olha que o Van Damme já não está nos melhores dias.
Ladrão que Rouba Ladrão... (The Wendell Baker Story) - Esta é compreensível. "A história Wendell Baker" não soava muito bem. Mas daí chegar a um provérbio português, vai uma grande distância. O filme em si, parece caído do céu. Nunca Tinha ouvido falar.
Filme realizado pelos irmãos Wilson (Luke e Owen) com Luke Wilson, Seymour Cassell e Edie Griffin
Um antigo vigarista arranja emprego num asilo, onde vai ajudar os velhinhos a acabarem com a corrupção da administração. Em troca, os velhos dão-lhe conselhos sábios, para ele conseguir reconquistar a sua antiga namorada.
Isto devia estar enfiado nalgum buraco porque, apesar de americano e de ter gente conhecida, não estreou do outro lado do Atlântico. A razão parece óbvia, assim como o porquê do filme. É um trabalho de amor dos manos Wilson e que nínguem quer apoiar. Agora, será um bom filme. Aí terei mais dúvidas. E infelizmente não me apetece tirar as dúvidas. Um trabalho só possível porque estão cheios da massa. Sortudos...
O Libertino (The Libertine) - Tradução literal, simples mas eficaz, neste caso. A 1ª estrela de rock n´roll da história, ainda antes de haver rock n´roll. Isso, sim é brilhante.
Filme realizado por Laurence Dunmore com Jonhy Depp (quem mais para interpretar este papel? Ninguém é a resposta correcta), Samantha Morton e John Malkovich.
Londres, 1660. John Wilmot (Johnny Depp), segundo Conde de Rochester, alcoólico e devasso, é famoso pela sua escrita arrojada. É um poeta dotado, conhecido pelo seu estilo de vida escandaloso e depravado. Amigo e confidente do Rei Carlos II (John Malkovich), Wilmot rege a sua existência pela busca do prazer, enquanto vai divertindo e ultrajando o rei e a corte com as suas sátiras. Quando Wilmot se cruza com Elizabeth Barry (Samantha Morton), sua protegida, que pretende tornar numa grande estrela, o seu declínio começa. E numa sociedade onde reinam a decadência e a hipocrisia, a natureza rebelde e irreverente de Wilmot terá consequências drásticas.
Arrasado pela crítica em todo o lado. Apenas é enaltecida a representação de Jonhy Depp. Coclusão a tirar. Era muita areia para a camioneta do realizador e não aguentou a pressão. Quantos filmes andam por aí que apesar de um bom elemento, falham porque o conjunto não funciona. A vontade de o ir ver já não era muita. A uníca razão seria Depp, mas com a recepção tão negativa, tirou-me totalmente a vontade. Para aspirantes a estrelas de rock, tenho um conselho. Aprendam com o mestre. Este foi o primeiro.
Memórias de uma Gueixa (Memoirs of a Geisha) - Mais uma tradução acertada. Estão em grande. A cultura japonesa, admito, sempre me fascinou, desde tenra idade. As gueixas sempre foram um enigma para mim. No fundo são escravas modernas, mas que no Japão são praticamente idolatradas. São "perfeitas". Mas também, onde a palavra desejo não existe. A não ser na mente. São tratadas como um bem. Nunca como pessoas com desejos.
Filme realizado por Rob Marshall, produzido por Spielberg que teve de abandonar a cadeira de realizador (infelizmente) com Ziyi Zhang, Ken Watanabe, Gong Li e Michelle Yeoh. Um filme americano assente em ombros asiáticos. Existe uma 1ª vez para tudo.
Um pouco antes do início da II Guerra Mundial, uma rapariga japonesa é arrancada à sua miserável família para ir trabalhar como criada numa casa de gueixas. Apesar de vários obstáculos, ela cresce e transforma-se na lendária gueixa Sayuri. Bela e sedutora, Sayuri conquista os homens mais poderosos, mas é assombrada pelo fantasma de um amor secreto que não pode alcançar.
Filme já envolto em polémica devido a Zhang, que apesar de chinesa interpreta uma gueixa e já foi condenada por Pequim e Tóquio. Queriam apenas actores japoneses. Um problema político, e mais uma acha para a tensão entre estes dois países que foi sempre muito grande.
Ignorado (praticamente) nos prémios atríbuidos pela imprensa americana até agora, poderá ter alguma sorte nos Òscares, principalmente nas categorias técnicas. Nas restantes só com muita sorte, ou poderá mesmo dizer-se com um milagre. É um filme imagético, depende da imagem. Isso obviamente prejudica as sua hipóteses nas categorias principais.
É um filme bonito de ver, agora será um bom filme. Neste vou tirar as dúvidas mas...
Lavado em Lágrimas - O primeiro filme português do ano. Um título que já não lhe escapa, apesar de o filme remontar a 2004.
Filme realizado por Rosa Coutinho Cabral com Rita Martins, Jõao Cabral, Canto e Castro (do já saudoso grande actor português -é bom voltar a vê-lo no ecrã, possivelmente pela ultíma vez) e Rogério Samora (este homem está em todos os filmes portugueses, não "deslarga" mesmo o osso).
João (João Cabral) é um jornalista de televisão que trabalha por conta própria. Quando começa uma nova reportagem sobre um velho (Canto e Castro) que se dedica à criação de pombos num bairro miserável dos arredores de Lisboa, João conhece Ana (Rita Martins), a sua neta adolescente, personagem misteriosa e que começa a exercer sobre ele um fascínio irresistível. A pouco e pouco, João vai perdendo o interesse no velho criador de pombos e começa a interessar-se por Ana e pelo seu mundo, que ela apenas partilha com um outro miúdo abandonado, até perceber que a sua vida está cheia de histórias sombrias. Órfã de mãe, abandonada pelo pai aos cuidados do avô, Ana está envolvida com um homem mais velho que de vez em quando aparece para comprar pombos ao avô e que a utiliza, e ao seu amigo, em jogos perigosos e proibidos.
Isto de jogos proibidos tem resultado bem para os filmes portugueses. Vejam o caso do "Tentação" e do "O Crime do Padre Amaro". Agora, quando a promoção do filme não existe é um bocado díficil chegar às pessoas. Nem vi um cartaz e muito menos um trailer do filme. A promoção tem de acontecer. Não se pode esperar por um milagre para o cinema português se não existir um investimento na promoção. É aquela máxima, para ganhar dinheiro é preciso gastar dinheiro. Que tal começarem a abrir os cordões à bolsa para o cinema português. Bem merece.
Esta semana aconselho mais a descoberta de uma cultura que o filme. "As Memórias de uma Gueixa".
É o filme da semana.
3 Comments:
Recomendo vivamente! É mais uma história de amor, os românticos inveterados devem adorar o filme, para outros vale sempre a pena porque adquire uma perspectiva da cultura Japonesa. Que Agora muito jeito dá, pelo menos para mim.. :)
Muito bom...
05 February, 2006
Gostei muito do filme.
Além de uma bonita história com final feliz, é realmente uma janela sobre a cultura japonesa.
Tem também uma fotografia muito bonita não só dos jardins magníficos como também dos momentos culturais, sociais, e artísticos (andar ou dançar com um "tamancos" daqueles não deve ser fácil, e a dança dos leques é realmente bonita).
Aconselho... vai ver...
06 February, 2006
Muito obrigado pelo conselho e sim já fui ver...
Eu não gostei assim tanto mas o filme tem as suas qualidades
08 February, 2006
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