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Thursday, March 16, 2006

Estreias da Semana - 16 de Março

Mais uma semana de filmes, mais uma visita aos cinemas. Agora (desde o fim dos descontos Dn, a minha casa é o monumental. E mesmo assim só às segundas. Tenho de pensar em aderir ao King Card. É que as finanças não andam a perdoar).

Temos 6 estreias esta semana como por exemplo:

- Um filme africano dourado e careca
- Um filme americano cor-de rosa e batido (Ps: Não é gelado de morango)
- Um filme "russo" branco e esquecido
- Um filme canadiano/americano bem vermelho
- Um filme francês, azul como o céu
- Um filme britânico de colorir (a gosto)

Tsotsi – Um filme proveniente de África. Ora aqui está algo que não se vê todos os dias. Ainda mais a estrear pelas nossas bandas. O Óscar de melhor filme estrangeiro deve ter ajudado e muito. Obviamente que o financiamente é britânico porque pelos lados de África o dinheiro continua a ir para o bolso de uns poucos enquanto muitos problemas continuam à espera de ser solucionados.
Filme realizado por Gavin Hood com a revelação (segundo dizem) chamada Presley Cheweneyagae, Mothuhi Magano e Israel Makoe. Tudo nativos da África do Sul. Uma boa opção, sem dúvida.

Nas ruas violentas de Joanesburgo, em que sobreviver é o principal objectivo, um jovem "gangster" de 19 anos, Tsotsi, órfão, vai ser confrontado com a sua natureza brutal e as consequências dos seus actos. Durante um assalto a um carro, Tsotsi dispara sobre a proprietária e foge com o veículo. E, no pânico da fuga, só se apercebe mais tarde que no banco de trás do carro está um bebé com apenas três meses.

O apoio ao cinema africano não tem sido muito forte. É quase um acontecimento quando algum filme chega aqui por nossas bandas. Geralmente só os originários de países PALOP e pouco mais. Mas também a sua produção é diminuta face ao gigante America. Obviamente quando surge é sempre notícia e é sempre galardoado com prémios. Basta ver o caso do “Héroi” de Zezé Gamboa. Um tremendo flop de bilheteira e crítica e no entanto Prémio em Sundance. Obviamente, e isto pode ser um patriotismo exacerbado, talvez, mas o facto é que Tsotsi foi nomeado para os Óscares enquanto “Noite Escura” um dos melhores filmes portugueses de sempre, foi completamente ignorado. Isto obviamente levanta questões e muito profundas. Continua tudo, muito dependente de marketing e nunca do real valor das obras analisadas. E isso é triste. Isto, obviamente, não retira o valor deste filme, que segundo a crítica é bastante aceitável mas deve por todos a pensar. Este filme venceu o Óscar por ser de origem africana. É polémica esta afirmação? Talvez mas a vida real não o é também??

A Pantera Cor-de Rosa (The Pink Panther) – O regresso do inspector Closeau. Não concordo muito com estes regressos, mas prontos. Aproveitar antigos veios lucrativos para ver se expreme mais um bocadinho. E depois dizerem, os próprios, que isto não é um remake mas sim o reimaginar da personagem, é gozar com o pessoal. Como parte boa, parece que a Beyonce entra nesta coisa. Ai ai..
Filme realizado por Shawn Levy (mais um tarefeiro de encomenda – e deve ser dos baratos) com Steve Martin, Kevin Kline, Jean Reno e claro Beyonce Knowles.

Um famoso treinador de futebol é assassinado e o seu valiosíssimo anel roubado - um anel ornamentado com um magnífico diamante conhecido como a Pantera Cor-de-Rosa. O caso rapidamente se torna uma obsessão nacional. O infatigável inspector Clouseau - um nome que faz tremer toda a gente assim que é pronunciado, pelos seus poderes de dedução limitados, comando de linguagem assustador e reflexos desastrosos - é então chamado para averiguar. Os seus processos podem ser alarmantemente pouco ortodoxos, mas ele consegue sempre resolver os crimes - à sua maneira - com resultados hilariantes. Para desvendar o crime, recuperar o anel e fazer com que o seu chefe, Dreyfus, fique com os louros e ganhe a prestigiada Medalha de Honra, Clouseau tem de desmascarar o assassino. Quem terá cometido o crime? Uma deslumbrante "pop star", um jogador de futebol ou um "gangster" chinês?

Um famoso treinador de futebol é assassinado? Ummmm, isto é um pouco estranho ou será só impressão. De quem estarão a falar? Ummm, não faço ideia. Que nome de treinador de futebol é conhecido por exemplo po George Clooney? Ummmm, não me lembro do nome dele. Duhhhh, o homem é mesmo odiado. Não sabes de quem estão a falar? Acho que é bem óbvio, hehehe…
Voltando ao filme, ou nem por isso. Eu já não tenho paciência para estas coisas, mas se tiveres faz-te um favor e entra numa sala de cinema. Se quiseres saber de mim, não me procures na mesma sala. É mais provável que esteja na do lado a ver o bom do Cronemberg.

A Condessa Russa (The White Countess) – White= Russa!!! É, deve ser. Ai ai. O the white countess é o nome de um clube nocturno e não tem a ver com a condessa ok?
Ignorado pelos Óscares, apesar da campanha, anterior, maciça para chamar a atenção do filme que tem passado completamente ao lado do espectador medio de cinema. E aqui em Portugal? O destino será, provavelmente, o mesmo.
Filme realizado por James Ivory (ultimo da famosa dupla Ivory/Merchant, devido à morte deste ultimo) com Ralph Fiennes, Natascha Richardson e Vanessa Redgrave. Um elenco de peso, num filme de peso (pelo menos em reconstituição histórica é de certeza.

Shanghai, 1936. Intriga política, refugiados em fuga do tumulto, forças militares, negócios internacionais e a cultura do submundo. Duas pessoas apanhadas no turbilhão, na sombra da invasão japonesa, criam uma ligação: Sofia, uma bela condessa russa (Natasha Richardson), forçada pelas circunstâncias a sustentar a família trabalhando num bar e como dançarina; e Jackson (Ralph Fiennes), um antigo diplomata devastado pela perda da sua família devido à violência política e desiludido pela incapacidade do mundo em alcançar a paz. A história decorre no elegante clube nocturno The White Countess, criado pelo diplomata como escudo face ao caos e à tragédia que os cercam.

Um dos ignorados do ano. Por vezes, existem verdadeiras gemas por baixo desse véu de ignorância. Segundo críticas vale a pena dar-lhe uma oportunidade e se não houvess uma determinada história a estrear esta semana até lhe dava a devida oportunidade. Mas neste caso, vai mesmo passar. Se essas historietas não te chama a atenção então esta é a segunda melhor hipótese esta semana. E além disso tem um Fiennes. Sim é o Ralph. Se fosse o outro não aconselhava.

Uma História de Violência (A History of Violence) – Cronember voltou. E isto já andava a ser adiado à demasiado tempo. Finalmente chega, após uma ante-estreia na Cinemateca, às salas de cinema. Já não era sem tempo. Se fosse um filme qualquer, agora quando é um Cronemberg, e um dos melhores de 2005 ainda parece mais estranho. Enfim, são as distribuidoras que temos e por isso temos de aguentar.
Filme realizado pelo já citado, com Viggo Mortensen Maria Bello, Ed Harris e William Hurt.

Tom Stall (Viggo Mortensen) vive calmamente com a mulher advogada (Maria Bello) e os dois filhos numa pequena e pacata cidade no Indiana. Mas, uma noite, a sua idílica existência é perturbada quando impede um roubo na sua cafetaria e salva os seus clientes e amigos matando os dois criminosos. O acontecimento atrai de imediato todos os meios de comunicação social e Tom é considerado um herói, mas todo este circo mediático deixa-o desconfortável. Ele e a família tentam a todo o custo voltar à normalidade. Mas é então que um misterioso e ameaçador estranho chega à cidade.

Vi ontem alguns bastidores sobre o filme no canal 2 e fiquei impressionado. É realmente algo de extraordinário e sendo no entanto tão, aparentemente simples. Às vezes as melhores coisas são mesmo simples e até o próprio título do filme para isso caminha. Uma história…
Sem dúvida recomendável. Dizem que é um Cronenberg de encomenda. Para esses eu respondo. Um Cronenberg nunca será de encomenda. É algo uníco e mesmo na simplicidade da história e argumento isso vai surgir. Cronenberg não se vende. Como ele disse, posso aceitar uma encomenda e receber um bom dinheiro mas por ser maquiavélico levo sempre a minha avante sem eles perceberem. Acho que está respondido.
A ver.

Cavaleiros dos Ceús (Les Chevaliers du Ciel) – Isto deve ser uma piada de mau gosto ou não. Um filme de pilotos de caça, francês???Algo aqui que soa a dejá-vu e não é o facto de ser francês. Lembra o Stealth ou é só mpressão. E todos sabemos da grande qualidade que tinha esse filme ou não? Era bom para forrar o caixote do lixo. Este só mesmo directamente para a lixeira porque o forte dos franceses não são os blockbusters.

Durante o Festival Aéreo de Farnborough, um Mirage 2000 desaparece em plena exibição. O Capitão Antoine Marchelli e Sébastien Vallois são enviados de imediato para patrulhar a área, sobre o Mar do Norte, onde o caça desapareceu dos ecrãs dos radares. Rapidamente avistam o Mirage, camuflado por um Airbus A340. Nesse mesmo momento, Marchelli e Vallois recebem a ordem para abandonar a perseguição sem mais demoras. Mas o Mirage já adoptara uma posição de combate. É demasiado tarde! O Mirage 2000 está pronto a abrir fogo contra Vallois e Marchelli tem de o abater para proteger o seu colega. Este incidente é o início de uma intriga internacional, com objectivos de desviar um avião para um ataque terrorista. E o último acto vai travar-se em pleno Dia da Bastilha, sobre os Campos Elísios.

Só nos faltava esta. Os Franceses a tentar imitar os americanos. Ainda não perceberam que não são Holywood e nunca vai poder combater com Holywood. Apostem nos vossos filmes intimistas e deixem-se de grandezas. A semana passada foi o senhor Besson e as suas “Bandidas” a aumentar as banhadas de filmes com produção europeia. É que a um por semana o barco não aguenta por muito tempo.
Que miséria. E atenção não vi uma uníca imagem do filme por isso só posso adivinhar. Mas acho que a solução é óbvia. A esquecer e bem depressa que isto aconteceu.

Identidade Kubrick (Color Me Kubrick) – Ok, já tinha reparado no título, que é um dos mais conceituados (apesar de não muito apreciado, pelo menos pessoalmente) realizadores de todos os tempos, Stanley Kubrick. Agora, até tinha pensado que fosse um documentário sobre o realizador. Mas é mais um Being Stanley Kubrick que outra coisa.
Realizado por Brian Cook com Jonh Malkovich, Tom Allen e Gabriel Diggs.

Durante meses, Alan Conway – belo trocadilho com conman(impostor, neste caso caminho do impostor) (John Malkovich), um perfeito estranho, faz-se passar por um dos maiores realizadores de todos os tempos: Stanley Kubrick. Conway não conhece nada nem do cineasta nem dos seus filmes, mas isso não o impede de usar e abusar da ingenuidade daqueles que julgam estar junto do realizador mítico e discreto. Hilariante, patético, inacreditável e portanto autêntico, aqui está a fascinante história do impostor, do génio e da celebridade.

O problema é que o homem já morreu à algum tempo por isso quem é que poderia acreditar que ainda está vivo? Só mesmo os cinéfilos distraídos (neste caso muito, dado que eu não sendo apreciador) soube do seu falecimento quase imediatamente. Um filme, com grande ideia mas que os críticos não apreciam, agora aqui já existe um problema. Este não é um filme para massas, obviamente, porque até Kubrick é só para alguns, e não é para apreciadores ou adeptos de um filme de culto (uma vez que é arrasdo pela crítica) então este filme tem um sério problema. Não ter publico que o queira ver. Só mesmo para fanáticos de kubrick e mesmo para esses, a desilusão deve ser muita uma vez que não é realizado pelo Kubrick. A sério? É verdade, é um tal de Robin Cook. Se calhar até é um filme autobiográfico??

Esta semana o conselho vai para “Uma História de Violência” de David Cronenberg.
Até para a semana e bons filmes

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Uauu...
Um elogio...
Muito obrigado.

Aparece mais vezes.
Também já fui ao teu várias vezes.

Ps: Não estou a dizer isto só por dizer. Fui mesmo.

20 March, 2006

 

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