Estreias da Semana - 2 de Março
Esta semana começa com cinco novos filmes para nos deliciar. Quer dizer, alguns nem por isso mas uma coisa é certa. Os Óscares ainda dominam as estreias com dois novos filmes nomeados para as estatuetas a estrearem entre nós esta semana. Um deles mesmo, para melhor filme.
E a considerar temos:
- Um filme em que boas maneiras e sorte se misturam
- Um filme agri-doce (daqueles que doí)
- Um filme com fama de bom apesar do nome ruim
- Um filme com fama de mau e que é mesmo mau - Ajuda:Frio
- Um filme sequela que era evitável
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Filme realizado por George Clooney (o seu segundo) com David Strathairn (nomeado para melhor actor com uma, suposta, grande interpretação de Murrow), George Clooney, Robert Downey Jr. e Patricia Clarkson (é só impressão ou ela parece feita para filmes a preto e branco?).
A acção de "Boa Noite, e Boa Sorte" decorre nos primórdios do jornalismo televisivo, na América dos anos 50. O filme retrata o conflito verídico entre Edward R. Murrow (David Strathairn), um "pivot" pioneiro e o Senador Joseph McCarthy e a Comissão do Senado das Actividades Anti-Americanas. Graças à sua vontade de esclarecer o público, o inovador Murrow e a sua dedicada equipa - dirigida pelo seu produtor Fred Friendly (George Clooney) e Joe Wershba (Robert Downey, Jr.) na redacção da CBS - desafiam pressões da empresa e dos patrocinadores ao analisar as mentiras e as tácticas rasteiras perpetradas por McCarthy durante a sua "caça às bruxas" aos comunistas. O diferendo agrava-se quando o Senador reage, chamando comunista ao "pivot". Neste clima de medo e represálias, a equipa da CBS continua o seu projecto e a sua tenacidade acaba por surtir frutos, quando McCarthy é chamado a responder perante o Senado e despojado de todo o seu poder, ao mesmo tempo que as suas mentiras e estratégias prepotentes são finalmente desmascaradas. Apesar disso, Murrow e a equipa pagaram cara a sua ousadia e o programa foi transferido para um horário menos nobre. O seu legado, contudo, permaneceu intacto e continua a ecoar hoje como padrão para o jornalismo televisivo de qualidade.
Isto já assombrava o Clooney há muito tempo. Desde os seus tempos de juventude segundo ele em entrevistas que deu. Tudo é fruto da experiência do seu pai com o retratado em questão, Edward Murrow, que admirava profundamente. Essa admiração passou para o filho mas também, me parece fácil admirar um homem que denuncia o que acha injusto. AInda nos tempos que correm é necessário coragem para o fazer. Nem todos o conseguiriam. Obviamente que naquele tempo as consequências era bem diferentes. Basta pensar em Portugal nos anos 50. QUem falava mal sofria consequências e não eram nunca visitas à prisão ou idas aum qualquer concerto pimba se é que me percebem.
Nomeação para 6 Óscares. Será um dos que provavelmente não levará nenhum para casa mas mesmo assim o prémio das nomeações já ninguém lhe tira. A dar uma espreitadela, sem dúvida.
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Doce Tortura (A Bittersweet Life) - Filmes dos lados asiáticos, mais precisamente da Coreia do Sul. Não sou um perito neste tipo de cinema, como, no Ciné-Asia mas vou tentar dizer qualquer coisa.
Filme realizado por Kim-Ji-woon com Hwang-Jeong-min, Jin Ku (não é só a língua portuguesa que é traiçoeira, heheh!!) e Kim-Hae-gon.
Sun-Woo, perito em artes marciais, trabalha para um poderoso chefe da máfia sul-coreana, Kang. Quando este descobre que a namorada lhe é infiel, contrata Sun-Woo para "tratar dela". Mas ele não consegue cumprir a sua missão, o que provoca a ira de Kang e o torna num alvo a abater.
Até o próprio cinecartaz não diz muito. E lendo apenas esta sinopse parece que pouco se sabe desta obra. Mas depois lendo a crítica de Mourinha tira-se algumas conclusões. O típico filme coreano. Amor mascarado com violência estilizada. Carnificina total. Faz um pouco lembrar Oldboy e todos os sucedâneos que têm saído. poderei estar a ser um pouco redutor e alguém do Ciné Asia pode levar isto a peito mas são os próprios coreanos os culpados. Repetir fórmulas só porque dão dinheiro não deve ser o caminho a seguir na Coreia. Novas ideias são precisas. Não acham?
O filme até pode ser muito bom mas a fazer sempre o mesmo o pessoal cansa.
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Da premissa e do trailer (aliás dos melhores do cinema português dos ultímos tempos, mesmo de sempre) tira-se uma boa impressão. Será que se confirma na tela.
Longa-metragem de Tiago Guedes e Frederico Serra, a dupla da premiada curta "O Ralo" e do telefilme da SIC "Alta Fidelidade". O argumento é assinado pelo jornalista Rodrigo Guedes de Carvalho (irmão de Tiago Guedes). COnta no elenco com Miguel Borges, Tiago Branco e Adriano Luz e muitas outras caras conhecidas dos espectadores de telenovelas deste país.
Uma família lisboeta recebe como herança uma casa numa pequena aldeia do interior. Com a casa, diz o povo, vem também uma maldição.
Pouco se diz sobre o filme e além das imagens isoladas do trailer pouco se percebe do mesmo. O que é bom. Mostrar pouco é por vezes a melhor opção ao querer vender um filme. É preciso fazer render o peixe, neste caso a coisa.
Eu não vou faltar, nem que seja como homenagem aquele trailer, que passa muitas vezes na televisão e que vai fazer deste filme um grande exíto, coisa em que acredito sinceramente.
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North Country - Terra Fria - Pois é Charlize Theron. Chamem-me o que quiserem mas ela não me convence e acho que nunca o vai fazer. É daquelas actrizes que só vale pelo palmo de cara que tem. E por muito que chore e faça papéis de feia nunca daí vai escapar. O facto de despejarem nomeações de melhor actriz para ela não ajuda nada. Embirrei e prontos..
Realizada por Niki Caro com a já citada e Thomas Curtis e Elle Peterson.
Baseado na história real do primeiro caso de assédio sexual nos Estados Unidos que venceu nos tribunais, é a história de Josey Aimes (Charlize Theron), uma mulher que depois de um casamento falhado regressa à sua cidade natal, no Minnesota, e vai trabalhar para as minas de forma a sustentar os seus dois filhos. Mas numa indústria dominada por homens, que não estão habituados a mudanças, os insultos, maus-tratos e humilhações abundam.
E o que vai sair mais desta boca. Até pode ser uma história interessante e tal e coisa mas como sou muito teimoso este não liga comigo. E o primeiro filme de uma realizadora que se vende a holywood após um exíto com o seu "Whale Rider"(que já nem era grande coisa) também não convida a visitar a sala de cinema. Enfim. Se fores fã de Theron até podes dar um pulo à sala de cinema mas mesmo assim diria. Arranja outro modelo para a tua vida.
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Filme realizado por John Whitesell (branco que se vende - até a língua inglesa é traiçoeira) com o já citado e Elton LeBlanc.
Malcolm Turner (Martin Lawrence) é um agente especial do FBI conhecido pela sua mestria em disfarces. Para esta nova missão, Malcolm volta a assumir a identidade de Big Momma, uma corpulenta septuagenária tipicamente sulista. Big Momma vai trabalhar como ama de três crianças na casa de um suspeito.
Sem mais comentários. Estava mesmo a falar a sério. Se este é o teu tipo de filme então é melhor procurares outro blog. Pimbalhadas americanas aqui não colam.
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O conselho desta semana vai para "Coisa Ruim". Sem dúvida, um sopro de originalidade no cinema português.
Até para a semana.
2 Comments:
"Good Night and Good Luck" é uma excelente proposta (já vista e analisada). "Coisa Ruim" também me parece interessante...a ver vamos!
Abraço
04 March, 2006
Obrigado pelo conselho solo...
De Óscares não levou nada mas nada quer dizer...
O "Coisa Ruim" estou a pensar ir ver par aa semana...Referências a Shyamalan abriram-me o apetite...
Imarchao - Vou dar uma vista de olhos não te preocupes...
07 March, 2006
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