Estreias da Semana - 8 de Junho
Mais uma semana de estreias. Sim, porque o mundo não para e cada vez “vomita” mais filmes para a gente ingerir. Há que saber distinguir o que é bom do que é mau. E parece que por vezes falho. O Filme “Running Scared” (Medo de Morte), que aliás foi humilhado aqui pelo “je” tem recebido críticas generosas e todos dizem que foi ignorado por todos os críticos. Eu pelo menos não o ignorei.
Isto só para provar que toda a gente se engana. Mas, nos outros 99% dos casos, geralmente não me engano.
E isso parece-me bastante razoável. É claro que para muitos também me enganei em relação a muitos outros filmes mas isso já são gostos.
Espero que gostem desta humilhaç…desculpem análise às estreias da semana.
Temos:
Um filme de um homem com problemas
Um filme de um desporto bem violento (esqueçam o futebol)
Um filme de um(a) inconsciência terrível
Um filme de u(ns) amigos da onça
Um filme de u(ns) gauleses bem famosos
Um filme de um(a) frieza assustadora (Homens assustem-se)
Loucuras de um Génio (The Devil and Daniel Johnston) – O documentário está em força no panorama cinematográfico nacional. Cada vez desperta, ainda mais, o interesse do espectador por assuntos, que à uns anos atrás eram considerado marginais ou de elites. E este Daniel Johnston é um deles. Conhecido por muito poucos (Sabiam que Kurt Cobain era seu fã incodicional?) chega a Portugal, onde ainda é conhecido por muito menos. Terá o seu espaço? Para um público ávido de informação e cultura, é a recomendação. Estamos a falar de uma lenda “underground”, tipo no centro da terra.
Filme realizado por Jeff Feurzeig.
Um filme sobre uma das mais carismáticas figuras do rock-folk americano, o génio torturado Daniel Johnston, admirado por músicos como Kurt Cobain, Tom Waits ou David Bowie. Misturando imagens de arquivo com registos de áudio e testemunhos de amigos e familiares, conta a história de Johnston, desde a sua educação conservadora até ao diagnóstico de psicose maníaco-depressiva.
Como qualquer génio que se preze tem de ter problemas sérios na cabeçinha. É que o génio moe e não é para todos. Ainda bem que não tenho esse dom/maldição.
E nem todos aguentam a pressão, não é verdade. Os exemplos de génios suicidários são imensos e nem é preciso revelar nenhum. Todos o sabemos. Este, pelo menos ainda não foi bem sucedido e continua a escrever música, na sua casa, bem distante de todos.
Murderball – Espirito de Combate (Murderball) – Apenas numa semana estreiam dois documentários. Assim se mede, actualmente, a força do documentário. É pena que insistam na adição de títulos em português a outros em inglês com ligações bem duvidosas. O Público, que normalmente assistirá a este filme não necessitava daquele título em português. Mas a teimosia é imensa e vozes como a minha não chegam a lado nenhum.
Filme realizado por Dana Adam Shapiro
"Murderball" é um documentário sobre paraplégicos que jogam uma variante extremamente violenta de rugby, em cadeira de rodas, ao estilo de Mad Max, com o objectivo de chegarem aos Jogos Paraolímpicos de Atenas.
E os homens não param por nada. São autênticas máquinas desportivas. E o facto de não sentirem nada da cintura para baixo ajuda muito neste desporto. Imaginem levar com uma cadeira de rodas, nas partes baixas, a alta velocidade. Até doí só de pensar. Mas deve ser bonito de ver este documento no cinema. E a nomeação ao Óscar de melhor documentário em longa metragem, também ajuda. Ou talvez não. É que o vencedor foi o dos pinguins. Arghhhh.
Inconscientes – Uma produção espanhola da qual não sabia nada até ter entrado, esta semana, numa sala do monumental e ter apanhado o trailer a meio. E a impressão do filme não foi das melhores. Pareceu-me um filme elitista e gozão com a pessoa de Freud. E era espanhol. O cinema espanhol já teve melhores dias.
Filme de Joaquin Oristrell com Leonor Watling e Luis Tosar.
Barcelona, 1913. Alma (Leonor Watling) é talvez uma das mulheres mais modernas do seu tempo. O seu pai, o Dr. Mira, é o neurocirurgião mais prestigiado do país. E o seu marido, o Dr. León Pardo, é psiquiatra. Nesse Verão, estiveram em Viena, onde ficaram a par das escandalosas e revolucionárias teorias sobre a histeria e a sexualidade do Dr. Sigmund Freud. Tudo começa uma tarde em que Alma chega a casa e encontra o marido a chorar. Disposto a desaparecer, León foge, deixando Alma sozinha e grávida. Salvador (Luis Tosar), o cunhado de Alma e também psiquiatra, apesar de muito mais conservador que León, está apaixonado por ela e por isso, quando Alma lhe pede para a ajudar a encontrar o marido, ele não pode dizer que não. A única pista a seguir é a tese de León, que analisa quatro casos de histeria e sexualidade: uma actriz com a mania da perseguição, uma louca que tentou matar o marido, uma mulher com uma crise de identidade sexual e uma desconhecida que descobriu no passado um segredo terrível. Seguindo as pistas, Alma e Salvador iniciam uma aventura à Sherlock Holmes, em que se misturam hipnose, amor, perigo e todos os tabus imagináveis.
Acho que este resumo fala por si. Pessoalmente penso que será um dos grandes flops do ano. Mas quem sabe poderá agradar a fãs espanhóis, fãs de freud, de comédias burlescas, de filmes de época. Como viram é a minoria muito restritiva. Cerca de duas pessoas em todo o Portugal. O cinema espanhol já teve melhores dias. Não sei é quando foram.
Os Amigos de Dean (The Chumbscruber) – Ora aqui está o filme dos amigos do alheio. E dos do piores. Daqueles que não se lembram de nós mesmo quando desaparecemos por largos periodos de tempo.
Filme realizado por Arie Posin com Jaime Bell, Camilla Belle e Justin Chatwin
Num bairro aparentemente idílico de classe média, Dean encontra o melhor amigo, Troy, enforcado em casa. Os dois amigos tinham um negócio de venda de anfetaminas e, depois da morte de Troy, Dean começa a ser pressionado por um bando rival. Esse bando chega mesmo a raptar um rapaz, pensando que é irmão de Dean e que assim vão conseguir as anfetaminas deixadas por Troy. Mas ao fim de três dias, ainda ninguém deu pela falta do rapaz.
É triste passar por isto. E este filme deve ter o título em inglês mais estranho dos últimos tempos. Não faço a minima ideia do que aquilo significará. Foi um filme de culto menor mas culto no E.U.A e chega agora a terras lusas, a um mercado cada vez mais feroz. Vai ser dificil demarcar a sua posição mas penso que será possível. A considerar se estrear na tua zona. Mas também não vale a pena entrar em euforia. Não será assim tão marcante.
Asterix e os Vikings (Asterix et les Vikings)- A animação europeia a apostar em força. Depois dos éxitos dos filmes de imagem real, optam pela animação de Asterix e amigos. É que os gauleses não são romanos e até se safam bastante bem. O investimento de 22 milhões de euros mostra confiança dos produtores. Agora só falta os espectadores.
Filme realizado por Stephan Fjeldmark e Jesper Moller com vozes de Roger Carell, Lorant Deutsc e Sara Forestier.
A pequena aldeia gaulesa, o último ponto do mapa por conquistar, acolhe o irreverente Atrevidix, sobrinho do chefe, e Astérix e Obélix são encarregues de fazer dele um homem! Debaixo do seu olhar arrogante, este adolescente medricas vindo de Lutécia vai ter um treino de choque, mas que não irá servir de muito... E tudo se complica quando Atrevidix é capturado pelos Vikings, que acabaram de desembarcar na Gália. Astérix e Obélix terão de fazer tudo para o recuperar.
E se este der resultado, muitos outros se pdoerão seguir. Todos sabemos das quantidades de histórias que Gosciny e Uderzo criaram dos irredutíveis gauleses. Acho que temos aqui uma autêntica mina de ouro. E pelas imagens parece ser imagens 2D. O 2D bem precisa de hérois além dos habituais estúdios Ghibli. Aconselhável a crianças mas pais poderão passar um bom tempo se já conhecem as histórias.
Hard Candy – Optaram por não traduzir e isto levanta a questão. Porque não? Qual é o método que usam para seleccionar se um filme deve ter uma tradução ou manter o título em inglês ou ainda acrescentar um outro título como no caso do Murderball? Coisas que não se entendem.
Filme realizado por David Slade com Ellen Page, Patrick Wilson e Sandra Oh.
Hayley é uma encantadora adolescente de 14 anos, que marca um encontro com Jeff, um fotógrafo que conhece na Internet. Jeff consegue convencê-la a ir até ao seu apartamento e tudo parece estar a correr segundo os seus planos, com Hayley a fazer misturas de bebidas e a insinuar-se. Mas Hayley acaba por o amarrar e começa a tentar fazer com que Jeff revele o seu passado.
Isto tem uma cena que já ultrapassa o filme e que envolve uma tortura bem pesada da personagem de Hayley. Não vou descrever mais nada para não estragar mas digo só que é num local muito importante da anatomia do homem.
Ai ai. Este si, é já um filme de culto, ganho no festival Sundance.
Chega agora, e bastante rapidamente, a Portugal. E parece-me uma proposta bastante agradável. Não recomendado a pessoas sensíveis. Todos os tarados devem assistir. Quem sabe a Hayley que viram na rua vos poderá fazer o mesmo.
Esta semana recomendo o “Loucuras de um Génio” de Jeff Feuerzeig. Para descobrir melhor quem é Daniel Johnston
Acho que devem evitar o “Inconscientes” mas isso sou apenas eu a falar. Consultar análise para ver se te encontras nos possíveis apreciadores desta obra.
Até para a semana
Boa Noite e Bons Filmes
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