Crítica de Cinema - Syriana
"If anything happens to me, your kid will be killed, your wife will be killed in front of you and then you will be killed. Do you understand? "Somo capazes de qualquer coisa para salvar a nossa vida, o nosso bem mais precioso. Mas por dinheiro tudo é possível também. Filme mosaico, muito similar (um dos seus defeitos) a "Traffic" só que em vez de analisar o mundo da droga, analisa o mundo do petróleo ou ouro negro. E os negócios que por lá se passam são ainda mais escuros que o próprio crude.
O filme acompanha um leque de personagens e histórias que se entrecruzam entre si.
Uma delas acompanha o agente da CIA Bob Barnes (Clooney), que é enviado em missão (supostamente a ultíma antes de arranjar o descanso necessário) para assassinar um príncipe arábe problemático para a agenda americana. Noutra Bryan Woodman (Dammon) é um analista/consultor duma empresa especialista em assuntos petrolíferos e que sofre um forte drama pessoal. Noutra Benett Holyday é um advogado bem sucedido, mas que muito ambiociona, de uma firma grande na área de petróleos e que procura alargar a sua influência no Médio Oriente. Finalmente Wasim Khan (Munir) é um jovem, sem trabalho, que é recrutado para uam organização terrorista.
A ligação entre todas as histórias faz sentido é verdade, mas não emociona. O que faz falta a este bom argumento é um realizador de peso. E Gaghan, apesar de ser um bom argumentista, não o é. O que Spielberg fez no esquematismo de "Munique", Gaghan não conseguiu fazer com este Syriana.
Clooney, quase irreconhecível, faz de homem desesperado. E um homem encurralado é um homem assustador. Apenas tarde de mais se apercebe da trama que o segue e que culmina no final explosivo. Clooney (recém-vencedor do Óscar) convence mas não deslumbra. Obviamente e como o próprio disse foi um prémio de consolação por tudo o que fez este ano.
Dammon, numa interpretação verdadeiramente sofrida, impressiona bastante mais. A dôr de um pai sempre no seu olhar, mesmo quando em negócios, após o acidente que marca o seu destino.
Jeffrey Wright, a confirmação de um grande actor, num papel contido mas implacável mostrando que pode fazer de tudo.
Mazhar Munir, um grande actor, no seu primeiro grande papel. O problema é que papéis de árabes não abundam no mundo cinematográfico, mas quem sabe.
O leque de secundários é de luxo, como por exemplo Chris Copper, Christopher Plummer e Amanda Peet. O problema é que a maior parte dos restantes não passam de personagens ocas. A encher o ecrã. Carne para canhão por assim dizer.
Esta análise de Syriana pareceu-vos um pouco esquemática demais não?
É que eu não consigo disfarçar, e quando um filme não me toca emocionalmente tendo a esquematizar as críticas. É uma argumento interessante (nada de revolucionário, até repetitivo), com bons actores mas que não nos envolve. A problemética do Médio Oriente é algo que me preocupa sinceramente, mas este filme nada me diz que eu já não soubesse. E à excepção do momento final explosivo e de um monólogo de Dammon de como estará o Médio oriente daqui a 100 anos pouco ficou do filme.
E de uma temática tão marcante no mundo actual é muito pouco. Espera-se sempre mais. Quem sabe ao segundo filme sobre o assunto seja de vez.
Nota do Filme - Syriana - 5/10
3 Comments:
Concordo. Apeteceu-me espancar o realizador deste filme :S!
Abraço
09 March, 2006
Contem spoillers
Eu gostei do filme.
Acho que tem duas cenas fortes, quando ele perde o filho, e a cena das unhas, muito boa a cena das unhas, principalmente quando lhe filmam os pés, e estes contorcem-se de dor...
lindo
Achei também que o filme tem muita informação o que torna a narrativa dificil de seguir, quando se falava da empresa eu ficava a ver navios e ás páginas tantas já não percebia quem instigava quem nem porque.
MAs globalmente gostei
09 March, 2006
Acho que as opiniões sobre o filme tende para o mesmo.
Falam, falam, mas não dizem nada...
É sempre assim....Ok, nem sempre, felizmente.
Abraço
13 March, 2006
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