Estreias da Semana - 23 de Fevereiro
Mais uma semana de novos filmes
Hoje esperam-nos cinco novas estreias.
Por exemplo:
- Um filme de um homem (muito muito mas mesmo muito estranho)
- Um filme, declaração de amor a uma localidade
- Um filme com história do teatro britânico
- Um filme de transsexuais com problemas de todos
- Um filme Jumanji com naves espaciais acopladas
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Filme realizado por Bennett Miller com Phillip Seymour Hoffman (no papel de Capote – dizem que com uma interpretação divinal), Catherine Keener e Chris Copper (é minha impressão ou este homem entra em todos os filmes, só agora de cabeça lembro-me do Jarhead, do Syriana e sem pensar muito).
Em Novembro de 1959, Truman Capote, o autor de "Breakfast at Tiffany''s", lê um artigo numa das últimas páginas do "New York Times" sobre o homicídio de quatro membros de uma família do Kansas. A história prende-lhe atenção, pois Capote acredita que nas mãos do escritor certo a realidade pode ser tão apaixonante como a ficção. Convence então a "New Yorker" a publicar a história e viaja para o Kansas para acompanhar a investigação. A sua voz fina, maneirismos e modo de vestir pouco convencional dão origem a hostilidade numa zona do país que ainda se vê como parte do Velho Oeste. Mas aos poucos, Capote consegue ganhar a confiança dos locais, sobretudo a do agente Alvin Dewey, que lidera a investigação e a caça aos assassinos. Apanhados em Las Vegas, os homicidas - Perry Smith e Dick Hickock- são devolvidos ao Estado do Kansas onde são julgados e condenados à morte. Capote visita-os na prisão. À medida que os vai conhecendo, descobre que aquilo que inicialmente tinha sido pensado como um artigo de revista cresceu e deu lugar a um livro - um livro que poderia tornar-se um dos mais importantes da literatura moderna.
Sempre foi esse o objectivo de Capote, escrever um dos mais importantes livros da literatura moderna. Era um obstinado, sonhador e como todos os génios não batia bem da tola. O filme centra-se no período da sua vida em que escreveu o livro “In Cold Blood” e não um resumo do que se passou em toda a sua vida. Com esta opção o filme ganha logo muitos pontos. O momento chave da sua vida é retratada, toda a restante gira em torno desse momento e depois que nunca mais se encontrou com a sua escrita até à sua morte. Hoffman, dizem que não imita totalmente Capote porque isso seria muito exagerado, o chamado overacting, que era o que Capote sempre foi na vida. Tinha de dar sempre nas vistas e fazia por isso.
E parece que o filme vale mais do que apenas por Hoffmann. Essa vou confirmar no escurinho da sala de cinema.
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O Céu Gira (El Cielo Gira) – Um documentário espanhol sobre uma aldeia do interior desertificada. Os mais novos não querem ficar e migram para outras paragens onde a vida seja melhor. Não soa a dejá-vu? E bem aqui ao nosso lado.
Filme realizado por Mercedes Alvaréz
Na Aldealseñor, uma aldeia de Soria, em Espanha, restam hoje 14 habitantes. São a última geração, depois de mil anos de história interrompida. Hoje, a vida continua. Em breve, vai extinguir-se sem deixar testemunhas. Os vizinhos da aldeia e o pintor Pello Azteca partilham algo: as coisas começaram a desaparecer diante dos seus olhos. A narradora volta então às suas origens e assiste a esse final, ao mesmo tempo que procura recuperar a primeira imagem do mundo: a da infância. "O Céu Gira", Melhor Filme nos Festivais de Roterdão, Paris e Buenos Aires, onde ganhou também o Prémio da Crítica Internacional, é o primeiro documentário da realizadora Mercedes Álvarez e um retrato intimista, delicado e divertido sobre a aldeia em que nasceu.
Tenho que admitir que a premissa deste documentário é muito interessante. O regresso à terra que a viu nascer e que tem morte anunciada. Soa a uma declaração de amor a um lugar que vai continuar a existir fisicamente mas em que os afectos desapareceram. No fundo a morte também atinge habitações quando os afectos as abandonam. Não têm nada porque viver. Isto soa-me a filosófico mas também a uma grande beleza. Se a oportunidade surgir quero dar-lhe uma vista de olhos. Nem que seja daqui a uns anos numa sessão no canal 2:.
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Londres, 1937. Laura Henderson (Judie Dench), uma mulher de posses e excelentes conhecimentos, ficou recentemente viúva e sente-se muito aborrecida. Aos 69 anos, tem demasiada energia e vitalidade para ser uma simpática viúva. Segundo a sua amiga Lady Conway, ela precisa de um "hobby": uma colecção de diamantes, por exemplo, ou acções de caridade. Mas, para surpresa dos seus amigos, ela decide comprar um teatro - o Teatro Windmill, situado no coração do Soho. Sem saber como gerir um teatro, a Sra. Henderson contrata um director: Vivian Van Damm (Bob Hoskins), um especialista que fica chocado pela extravagante, provocadora, excêntrica e por vezes ultrajante viúva. Van Damm proíbe-a de ir aos ensaios, mas a Sra. Henderson disfarça-se, primeiro de governanta chinesa e depois de urso polar, para poder espiar os ensaios. Esta relação de amor-ódio irá ter um impacto explosivo e trazer uma inovação histórica ao teatro britânico. Van Damm cria o Revuedeville, ou seja, um espectáculo de variedades contínuo, que é um sucesso. O Windmill está sempre a abarrotar, até que os outros teatros decidem copiar a fórmula. Eis então que Laura Henderson toma as rédeas e envereda por outro tipo de espectáculo, colocando raparigas nuas no palco!
O advento de uma mudança radical do teatro britânico sempre tão púdico e que esta Sr Henderson, conseguiu transformar. Numa verdadeira orgia visual. E parece que há “gajas”, perdão, senhoras que mostram as mamas, perdão, os seios. Ahhhhh, pois é, perdão. Está correcto.
A senhora Dench foi nomeada, o que é sempre uma aposta segura, independentemente do que faça. É uma senhora Actriz. Aconselhável, principalmente, a quem isto da história teatral interessa particularmente. Aos restantes poderá não ser suficiente. Para mim não o é, por isso…
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Transamerica – O desabrochar de uma daquelas actrizes que andam desaparecidas do radar e que de um momento para o outro. Aconteceu o ano passado com a Virginia Madsen, que renasceu das cinzas, qual Phoenix. Este ano cabe a Fellicity Huffmann, ressuscitada de “Donas de Casa Desesperadas”.
Filme realizado por Dunca Tucker com Felicity Huffman, Kevin Zegers e Fionnula Flanagan.
Bree (Felicity Huffman) é uma mulher transexual com uma educação superior que vive num bairro pobre de Los Angeles e tem dois empregos para poder pagar uma cirurgia de transformação sexual final. Um dia, ao receber um telefonema de Toby, um adolescente à procura do pai e que se encontra preso, Bree, escandalizada, descobre que um desastroso encontro heterossexual, durante a sua vida como homem, resultou num filho. O instinto de Bree diz-lhe para virar as costas ao passado, mas a sua terapeuta insiste que ela deve enfrentá-lo... Com muito custo, Bree parte para Nova Iorque para pagar a fiança e tirar Toby da prisão. Aí, quando descobre o que Toby planeia fazer da vida, resolve oferecer-lhe uma viagem pelo país até Los Angeles, onde a sua tão aguardada operação a espera, sem nunca, contudo, revelar-lhe o seu duplo segredo: que é um "homem" e é seu "pai". Nessa viagem, entre manipulações e chantagens, Bree tenta "corrigir" Toby a todo o custo.
Isto é um pouco redundante. Uma transsexual prestes a corrigir um engano divino (passar de homem parcial para mulher total), tenta corrigir o seu filho a mudar a sua maneira de ser. Isto cheira a conflito de interesses. E é difícil convencer alguém de alguma coisa quando nós próprios temos uma agenda nossa. E que tamb´me implica mudança. A ideia do filme é bastante interessante e ver uma actriz no topo da sua qualidade também o é. Este é o “Being Julia” do ano passado ou o filme aguenta-se por si próprio? Essa é a verdadeira questão.
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Filme realizado por Jon Favreau com Jonah Bobo (este em Portugal, coitadito era humilhado na escola), Josh Hutcherson, Dax Shepard e Tim Robbins (num pequeno papel de pai de um dos protagonistas).
Depois do pai (Tim Robbins) os deixar entregues ao cuidado da irmã mais velha, Danny, de seis anos e Walter, de dez, ficam aborrecidos e irritados. Acabam por descobrir um velho jogo chamado "Zathura" e Danny resolve começar a jogar. Logo na primeira jogada, o rapaz percebe que há algo de anormal com o jogo: o seu peão move-se sozinho e quando pára numa casa aparece a seguinte mensagem: "Chuva de meteoritos, execute uma manobra defensiva" e... pouco depois, a casa começa a ser bombardeada por meteoritos. E quando Danny e Walter olham através do buraco do telhado, descobrem, horrorizados, que estão em pleno espaço sideral.
Isto faz lembrar um pouco o Jumanji ou não? É bem capaz, uma vez que foi escrito pelo mesmo autor, só que passando a accção para o espaço. Este foi mesmo para ganhar mais uns cobres com as mesmas histórias. Isto é que é inteligência ou falta dela.
Produto requentado Holywoodiano e se não estivesse lá o Favreau era já de descartar. Mas é capaz de ter alguma piada, mas mais para adolescentes. Rumores Empire dizem que os actores míudos do filme são péssimos. Se não és adolescente não digas que não te avisei. A esquecer.
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A não perder.
Até para a semana.
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