Estreias da Semana - 10 de Novembro
Mais uma semana de cinema e parece que esta semana a escolha não é muita. Apenas quatro filmes irão agraciar a nossa existência esta semana. Alguma coisa de jeito perguntam? Quem sabe...
Temos um filme inacabado (que alguém decidiu acabar), um filme de regresso à "Santa Terrinha", um filme não aconselhável para quem tem medo de voar e um filme com um homem que não descansa.
Curiosos? Então continuem a ler:
Dom Quixote de Orson Welles - De onde é que isto saiu?? Foi a primeira pergunta que me surgiu. Posso ainda não ser uma autoridade no mundo do cinema mas ainda sei que quem já morreu não consegue realizar um filme (apesar de alguns realizadores por aí parecerem estar mortos). Então como é que isto acontece?
Filme realizado por Orson Welles com Francisco Reigueira (no papel de D.Quixote), Akim Tamiroff e Orson Welles (para variar).
Desde 1957 e durante 15 anos, o realizador financiou e realizou uma versão audaz de Dom Quixote de Cervantes. Welles mergulhou na obra de Cervantes através das personagens de Dom Quixote e Sancho Pança em viagem pela Espanha de 1960, dando uma visão única e apaixonante das mais emblemáticas figuras da ficção espanhola. O filme mostra as gentes e costumes do vizinho país, destacando as largadas e as corridas de touros que tanto fascinavam Welles, mas sem deixar de lado tradições populares como as Festas dos Mouros e dos Cristãos ou as procissões religiosas.
E onde é que isto esteve este tempo todo?
Perdido no tempo, será a resposta mais correcta. Sendo um dos grandes realizadores do mundo foi também um dos mais odiados (juntamente com D.W.Grifiths e Michael Cimino) e por isso não é de estranhar que só agora um dos seus projectos de amor (foram 15 anos de vida dele) tenha decidido estrear. Isto tudo devido a um espanhol (que agora não me recordo do nome)...
É uma viagem no tempo do cinema e uma redescoberta de um antigo mestre. Valerá a pena? Sinceramente acho que sim...
Ps: Os filmes de D.Quixote estão amaldiçoados ou é só impressão minha???
Flighplan - Pânico a Bordo - Os filmes de suspense estão em alta depois de este ano (à relativamente pouco tempo) ter estreado "Red Eye" do mestre Wes Craven. Filme realizado pelo, praticamente, estreante, Robert Schwentke e com o regresso a papéis de protagonista de Jodie Foster. Conta ainda com Sean Bean (o homem está em todo o lado), Peter Sarsgaard e Erika Christensen.
Voando a 40.000 pés de altitude no mais recente E-474, Kyle Pratt(Foster) enfrenta o pior pesadelo de uma mãe, quando a sua filha Julia de seis anos desaparece sem deixar rasto a meio do voo Berlim-Nova York. Estando já emocionalmente devastada pela inesperada morte do seu marido, Kyle luta desesperadamente para provar a sua sanidade mental à tripulação descrente e aos passageiros, enquanto enfrenta a real possibilidade de estar a perder a sua lucidez. O problema é que ninguém se lembra de a sua filha ter entrado no avião.
Uma mãe é capaz de tudo pelos seus filhos. Penso que este é o tema principal deste filme. Aí quando uma mãe acredita numa coisa ninguém a consegue parar. São teimosas simplesmente. Seja porque todos pensam que é louca por não saber que a filha não embarcou com ela ou em miúdos não nos deixava ir para a rua porque era muito perigoso. Ninguém consegue demover uma mãe de uma ideía. Todos concordam certo?? Grande sucesso de bilheteira mas nem por isso de crítica. Será melhor que "Red Eye"? Tenho dúvidas mas também só acredito quando vir. Tenho de admitir que o trailer estava muito interessante e chamava para assistir numa sala de cinema. Se calhar nas mão de outro realizador...
Elizabethtown - A ida à "Santa Terrinha". Toda (quase) a gente está familiarizada com este termo. para uns agradável mas outros uma seca descomunal. Eu encontro-me no segundo grupo.Filme realizado por Cameron Crowe (o regresso de um grande, pelo menos para mim) com Orlando Bloom (isso é que é pena), Kirsten Dunst, Susan Sarandon, Alec Baldwin e Jessica Biel.
Drew Baylor (Bloom), em dada altura estrela de uma empresa líder de calçado desportivo, é despedido em virtude do rotundo fracasso do seu principal projecto de design. A sua situação piora quando Drew recebe a notícia da morte do seu pai e tem de regressar à sua terra natal, Elizabethtown, para recolher os seus restos mortais. Na viagem de avião, Drew conhece Claire (Dunst), uma hospedeira de bordo, com uma energia positiva sem limite que muda o rumo da sua vida.
É a típica história "Boy meets Girl", no entanto encontram-se no ar (mais uma vez os aviões presentes), envolve a falência de uma empresa e a ida à "Santa Terrinha" é para ir assistir ao funeral do pai, que morreu no dia anterior. Ok, não é assim tão típica. Ou é a típica história "Boy meets Girl" de Cameron Crowe. Assim está mais correcto. Tem a Kirsten Dunst (acho aquele dente torto dela lindo hehe) e muito mais. Aconselhável a quem já não suporta as convencionais comédias românticas. Eu já não suporto.
Ps: Não acharam aquele cena no funeral, da descida do caixão para a cova, memorável? Hilariante...
Arsene Lúpin - O Ladrão Sedutor - Romain Duris não larga o osso. É o pensamento do dia. Em cerca de dois meses estream nas salas nacionais três filmes em que é o protagonista. Uma questão de sorte no lançamento do filmes. Acho que não. O homem não para é de trabalhar. Filme realizado por Jean Paul Salomé com Romain Duris (Bruxo), Kristin Scott Thomas e Eva Green (sim, a dos Sonhadores de Bertolucci).
Arsène Lupin(Duris) é um ladrão filho de ladrão. A sua mestria começa de menino ao roubar para o pai um colar preciosissimo que Maria Antoinette oferecera a um parente seu. A partir daí, ainda jovem, Arsène lança-se na alta-roda francesa, onde faz uma razia descarada e encantadora às senhoras da nobreza. Até que encontra a sua perdição, a condessa de Cagliostro (Thomas), o diabo em figura de gente, bela e sedutora e muito assassina. Na pista do tesouro perdido dos reis de França, cobiçado por uma obscura confraria monarquista, o jovem virtuoso multiplica os golpes aparatosos: assalto a um comboio, perseguições nas catacumbas de Paris.
Só uma palavra uauuuuuuuuu...O cinema francês ataca em força o blockbuster americano. Dinheiro investido a rodos num mercado (principalmente o Francês)onde o que é nacional ainda é bom. Fazer dinheiro em França com filmes franceses é fácil daí que os investimentos surgam neste tipo de projectos. Romain Duris é definitivamente o homem do momento e entra em todos os grandes projectos. É o homem forte do cinema francês e Europeu. Isto sem qualquer tipo de exageros. Pelo trailer está tudo em grande e o divertimento está assegurado. A competição americana é grande mas o facto de haver a tentativa demonstra uma nova abertura do cinema europeu. Será que esta é a melhor maneira? O tempo o dirá.
A escolha desta semana é muito simples. Cameron Crowe estreia e por isso vence com "Elizabethtown". Não percam, num cinema perto de vocês. É daqueles para ir ver com a namorada e mesmo assim passar um bom bocado.
2 Comments:
Elizabethtown: foste mesmo ver? que achaste?
20 November, 2005
Sim fui. Daqui a pouco vou pôr a crítica mas não achei grande coisa.
Aquele final. Desiludiu-me pois até estava a gostar...
21 November, 2005
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