Estreias da Semana - 22 de Junho
Hoje temos fartura de filmes. Oito para ser mais exacto.
E também muito pouco tempo para escrever qualquer coisa. Por isso o melhor é começar o mais depressa possível.
Esta semana temos:
- Um filme de (mais) um pintor torturado pela vida
- Um filme de loucos que não o parecem ser
- (Mais) Um filme sobre o terror dos campos de concentração
- Um filme com referências a contos de fadas
- Um filme inspirado numa personagem bíblica (só no nome)
- Um filme que entre a 200 e sai a 1000
- Um filme para a "realeza"
- Um filme que tresanda a "Dejá-Vu" (bem recente por sinal)

Ainda recentemente estreiou entre nós o filme sobre Modigliani. Agora chega a vez de Klimt. É certo que muitos pintores tiveram vidas interessantes e únicas mas isso não se passa para todos. E as repetições começam a suceder-se. Começa a passar-se o mesmo que aconteceu com os filmes de banda-desenhada. Parece que toda a gente tem de fazer um "biopic" agora. E sempre (quase) todos com as mesmas regras. Mesmo que entretanto surga algum mais interessante, as pessoas vão ignorá-lo à mesma. É o que acontece quando existe um excesso de oferta. A procura começa a diminuir. As leis da economia nunca mentem. E o trailer do filme também ajuda muito pouco. É fraquito.

A Casa da Loucura (Asylum) - Na Inglaterra dos anos 50, o marido de Stella, um ambicioso psiquiatra, é nomeado para um cargo superior num hospital de segurança máxima. Stella e o filho mudam-se com ele, mas a proximidade com a loucura pode ter efeitos fatais nela. Quando Stella conhece Edgar, um artista preso por matar a mulher num ataque de ciúmes, estabelece-se de imediato entre os dois uma fortíssima relação. Filme realizado por David Mackenzie com Natasha Richardson, Marton Csokas e Sir Ian Mckellen.
Isto já teve para estrear à alguns meses atrás. Acabou por não acontecer. Chega agora mas não percebo quais foram as razões para o terem feito. Vai acabar por ter o mesmo mercado uma vez que nada foi feito para vender um filme. Pelo menos ainda vi um trailer e achei-o bastante interessante. Não o suficiente para o ir ver, no entanto. E foram logo escolher uma sala com 8 estreias. Mas cada vez a concorrência é maior. E são estes filmes que mais a sofrem.

Filme realizado por Lajos Koltai com Marcell Nagy, Béla Dóra e Bálint Pétek.
Não há dúvidas que foi o acontecimento mais marcante do séc XX, mas agora eu pergunto. Não existe o risco de banalizar o sofrimento de tantos que sofreram às mãos dos Nazis?Eu penso que sim. Os filmes não param de chegar e vindos de todos os lados do mundo. E as pessoas esquecem-se que apesar de isto ter acontecido, continua a repetir-se. Quem se lembra do massacre no Cambodja de cerca de 2 milhões de pessoas. E no Ruanda, ainda mais recente. Apenas por uma questão de etnia. Eu acho que não se deve esquecer e relembrar às novas gerações, mas a verdade é que não está a funcionar. Poderemos impedir o próximo que pode surgir em países como a Somália, Iraque?
Não é com mais filmes sobre o Holocausto que o iremos fazer. Temos de olhar para o presente. Isto ainda pode voltar a acontecer.

Tideland - O Mundo ao Contrário (Tideland) - Jeliza-Rose é uma criança que vive numa situação delicada: os pais são toxicodependentes. Quando a mãe morre, Jeliza-Rose embarca numa estranha viagem com o pai (Jeff Bridges), um músico que parou no tempo. Para lidar com a solidão, Jeliza-Rose refugia-se num mundo imaginário, no qual os pirilampos têm nomes e os esquilos falam. Jeliza-Rose acaba por encontrar conforto junto de Dickens, um jovem com problemas mentais que passa os dias a tentar capturar o tubarão gigante que habita a linha do comboio. Descrito por Terry Gilliam como uma mistura entre "Alice no País das Maravilhas" e "Psico", "Tideland - O Mundo ao Contrário" adapta uma obra de Mitch Cullin sobre a sobrevivência de uma criança em circunstâncias bizarras. Conta nos principais papéis com Jeff Bridges. Jodelle Ferland e Aldon Adair. Realizado por Terry Gilliam.
Feito durante o intervalo dos problemas que "Os Irmãos Grimm" levantar para Gilliam. E que problemas. Foi um autêntico braço de ferro com os manos Weinstein. Acabaram por chegar a um compromisso mas penso que esse filme perdeu com isso. Os melhores de Gilliam são aqueles em que pode fazer o que bem entende. Em que tem o controlo criativo. Obviamente não fazem tanto dinheiro. Deixa a sua criatividade à solta, o que por vezes pode ser uma má notícia. É que o homem por vezes exagera. E este filme? O que esperar? Algo muito estranho. E dizendo que o filme é uma mistura de Alice no país das Maravilhas com Psico só aumenta a confusão. Para entrar na sala preparado para tudo. Se isso não acontecer o choque pode ser muito grande.

Pois é Kim Ki Duk esta de volta para mais uma volta. Depois de 3 Iron, volta com a história de uma prostituta envolvida com clientes, a polícia e uma jovem adolescente. Com o sonho de fugir para a europeia, obviamente a coisa tinha de complicar, ainda mais. Agora o que vai sair daqui não vai ser meigo nem para o gosto de todos. Eu reconheço que ainda não entrei no universo de Kim Ki Duk. Ainda estou para arranjar coragem e claro algum tempo que cada vez é menor para fazer tudo o que quero.
Para fãs incondicionais e cinéfilos fartos de filmes normais.

Velocidade Furiosa:Ligação Tóquio (The Fast and the Furious: Tokyo Drift) - Depois de "Velocidade Furiosa" e "Velocidade + Furiosa", chega o terceiro filme da série. Dedicado aos adeptos do "tuning" e do "drift racing" - uma sucessão de acelerações com o conta-quilómetros ao rubro, travagens brutais e derrapagens controladas -, desta vez tendo o Japão como cenário. Filme realizado por um qualquer tarefeiro, ai desculpem Justin Lin.
Já sem nenhum do elenco do primeiro filme, este soa a manobra para ganhar mais uns trocos. Arranja-se um actores em principio de carreira maximiza-se os lucros e assim ganha-se muito dinheiro. A única coisa a favor deste é que entra na minha modalidade favorita do "tuning" que é o drift. Quem está dentro destes termos (basta ter jogado o Need For Speed Underground) sabe que esta modalidade de ter o controlo mas ao mesmo tempo perdê-lo é a mais excitante. Não é apenas ser o mais rápido mas ser o mais controlado. Agora isto é para cabeças ocas. È um filme para divertir e mais nada. E ver alguns acidentes para os imenso voyeurs" portugueses das estradas. Eu vou continuar a jogar O Need for Speed. É mais seguro.

O primeiro papel em Inglês de Gael Garcia Bernal depois da aclamação no méxico com Inarritu´e Almodovar em Espanha. É o evoluir de uma carreira que se espera com filmes de muita qualidade. Mas pelas impressões que tenho retirado ainda não é este que o vai afirmar como um dos valores desta geração de actores. Quer dizer, pelo menos no E.U.A. Porque no resto do Mundo, principalmente que fala espanhol já é grande. Um elenco de muito respeito, numa história interessante mas que não tem recolhido muitos apoios. Mas mesmo assim parece-me bastante interessante, e para variar no tempos que correm, polémico.

Para Sempre (Per Sempre) - Giovanni (Giancarlo Giannini), um advogado de sucesso casado e com filhos, envolve-se com Sara (Francesca Neri). Quando, quatro anos mais tarde, ela decide acabar com a relação, ele enlouquece e deixa-se morrer. Mas este não é o fim da história, pois o fantasma silencioso de Giovanni vai voltar - e Sara vai descobrir que ainda o ama. Realizado por Alessandro Di Robilant.
Este nem sei se estreou. Não existem referências mas deve estar no "Twin Towers" que se especializou em cinema Italiano. O problema é que o mesmo não está nos melhores dias e apenas Nanny Moretti continua a ter alguma visibilidade. Continua muito agarrado aos seus mestres dos anos 50, 60 e 70. E além disso muito telenovelesco para chamar o máximo de público possível. O caminho não é por aí, garanto.
Esta semana o conselho vai para o "O Rei", de James Marsh. Parece-me o mais interessante em termos de história. Mas isso sou eu. Se estás para o "tuning" não será essa a melhor opção.

Até para a semana.
Boa Noite e Bons Filmes.
1 Comments:
Uma semana de estreias para esqueçer.
26 June, 2006
Post a Comment
<< Home