Mais uma semana de estreias para o cinema português. Infelizmente ainda não estreou o primeiro filme português do ano. Isto vem a propósito para dizer que já é oficial. "O Crime do Padre Amaro" é o filme português mais visto de sempre. Boas notícias para o cinema português que pode respirar de alívio. Afinal aquele estudo sobre o estado do cinema português não andava assim tão correcto quanto isso. Apenas não ia de encontro ao gosto dos portugueses. Que os próximos tenham uma fracção do sucesso do Padre Amaro. E já agora que tenham alguma qualidade cinematográfica. Continuar a despejar séries de televisão, cortadas para cinema não é a solução.
Voltando à estreias da semana, temos:
- Um filme com um mestre "reencontrado"
- Um filme de "inteligência" e moral
- Um filme que (supostamente?) mete medo....ahhhh e sangue!!!
- Um filme orgulhoso e preconceituoso
- Um filme em constante mentira
Match Point - Não fazer nada no título. Boa escolha.
Mas que filme é este mesmo? Se não sabem, devem ter saído do planeta nos ultímos tempos. É o regresso em grande forma de um realizador que andava perdido e agora se reencontrou com a sua mestria à muito esquecida.
Estamos a falar de Woody Allen, mais negro que nunca, com a sua(e nossa) nova musa como protagonista, Scarlett Johansson e ainda Jonathan Rhys Meyers(traidor) e Emily Mortimer (no papel de mulher traída).
Chris é um jovem professor de ténis que sonha pertencer à alta sociedade britânica. Sonho esse que começa a tomar forma quando um dos seus alunos, Tom, o apresenta à família, aos pais e à irmã, que ficam fascinados com o seu gosto pela ópera e pelas artes. Mas Chris pode cair em tentação com a bela namorada também plebeia de Tom, uma americana aspirante a actriz que transpira sensualidade. Entre as duas mulheres, Chris terá de recorrer a medidas extremas para não perder tudo o que construiu.
Pois é, as mudanças de ares de New York para Londres fizeram bem a Allen. E com tempo lá ficou tudo obviamente bem mais negro e por isso bem mais interessante. Eu falo por mim, não resisto a um bom "film noir", desculpem-me os puristas, eu sei que este não é o caso. Mas é bom ver mestres do cinema passarem de comédias para filmes deste tipo.
As nomeações a muitos prémios deste novo filme também não é por coincidência. É o virar de uma página.
E como diz Allen, quando estou mais em baixo, faço filmes mais deprimentes e negros. Pois eu digo, e não leve a mal senhor Allen, que no próximo ano se sinta mal, muito mal. Não sou só eu, o público e a crítica clama por isso.
Primer - Mais uma vez só uma coisa. Não fazer traduções resulta. obrigado por lerem o meu blog. É que já são dois esta semana que não mexeram. Estou mesmo a fazer a diferença no universo das traduções.
Filme realizado por Shane Caruth e, que aparentemente, tem um véu de inteligência a rodeá-lo. É o que dizem as línguas. Não sei se serão as boas ou as más. Conta com Shane Caruth, David Sullivan e Casey Gooden.
Nos subúrbios industrializados e cheios de casas pré-fabricadas de uma qualquer cidade contemporânea, dois jovens engenheiros, Abe e Aaron, trabalham durante o dia para uma grande empresa, enquanto se dedicam, nos tempos livres, a fazer experiências numa garagem. Enquanto trabalham no seu último projecto, um aparelho que reduz a massa aparente de qualquer objecto bloqueando a força da gravidade, descobrem acidentalmente que o mesmo tem capacidades totalmente inesperadas: permite-lhes fazer ou ter qualquer coisa. O seu primeiro desafio é decidir se devem aproveitar esta oportunidade única. O segundo será enfrentar as consequências.
Em termos científicos não é muito realista. Aí pelos vistos a inteligência não abunda. E além disso são péssimos inventores. Da eliminação da força da gravidade como primeira ideía passam para uma máquina que lhes permite ter qualquer coisa???
Um bocado difícil de acreditar? mas esquecendo esse pormenor.
O filme pergunta, e se pudesses ter qualquer coisa? E moral? Não existe.
Faríamos mesmo qualquer coisa só para ter tudo, felicidade, saúde?
Como lei do universo, quando lhe fazemos algo, sofremos as consequências. O filme fala sobre essas consequências e da sua origem. O ter tudo. Mas ter tudo a nível material e pessoal não é ser feliz? mas se tivessemos tudo não ambicionávamos nada. E sendo o ser humano em ser ambicioso, ao não ter ambição deixava de ser feliz. E então a máquina necessitava de lhe dar ambição novamente. mas isso tornava-se um ciclo vicioso. Logo nunca seríamos felizes e por isso essa máquina é uma utopia...
Confusos? Eu fiquei com o cérebro a ferver durante esta análise filosófica...
nao sei se aguento 77 minutos a pensar sobre isso.
Saw II- A Experiência do Medo (Saw II) - O caso típico do inventar após um título inglês. Não está mau e acho que esta análise do título vai-se tornar definitiva no meu blog. todas as traduções de títulos serão analisadas. E se houver paciência no final do ano serão divulgadas as melhores e as tão apetecidas e ridículas piores traduções. Ahh, pois o filme...
Filme realizado por Darren Bousman com Donnie Whalberg, Shawnee Smith e Tobin Bell. O filme vem com selo maiores de 18 anos. Sangue vai jorrar ao rodos...
Jigsaw, um "serial-killer" perturbado que gosta de levar as suas vítimas ao limite, está a morrer com um cancro e deixa-se apanhar pelas autoridades. É aí que Jigsaw confessa ao detective Eric Matthews (Wahlberg) que o seu filho Daniel foi feito refém, juntamente com mais sete pessoas, numa casa de horrores, completamente armadilhada. Para Eric viver, o polícia terá de aceitar as regras do jogo. Mas o tempo escasseia, pois os prisioneiros foram injectados com uma toxina que acabará por matá-los. Fechados numa casa repleta das mais pérfidas armadilhas, os oito prisioneiros terão que descobrir o que têm em comum e, numa corrida contra o tempo, tentar desesperadamente sobreviver a um jogo de sangue e violência.
Isto é que foi rapidez. Um filme é um sucesso e menos de um ano depois já existe nova sequela. E pelos vistos a terceira já está planeada. Nasceu o novo Pesadelo em Saw Street. Só esperemos que não chegue ao seis como os outros. É que era bastante ridículo.
Sangue a rodos, partes do corpo cortadas é terror? Tenho as minhas dúvidas. Não sou fã de cinema gore a não ser no caso em que é cómico. Só assim pode ser bom. De outra maneira não passa de um filme nojento.
Ok, todos a apensar. Mariquinhas heheheh tem medo de sangue... Já tive mais. Agora é me totalmente indiferente... E definitivamente não me assusta. E aquele 2 no fim do título, deixa-me sempre de pé atrás. Sequelas? Não obrigado, com algumas notáveis excepções.
Orgulho e Preconceito (Pride and Prejudice) - Tradução literal sóbria. Nada a acrescentar. Correcção, não vou analisar todos os titulos mas apenas os relevantes. Se não isto torna-se repetitivo e como os títulos analisados, muito indiferente para o leitor.
Filme realizado por Joe Smith com Keira Knightley, Matthew MacFayden(não era Angus?), e Talulah Riley. Conta ainda com pequenos papéis de Donald Sutherland e da sempre presente nestas adaptações Dame Judi Dench.
Conta a história das irmãs Bennet, cinco irmãs de uma família inglesa remediada que os pais sonham casar. Quando um solteirão rico se muda para uma mansão perto dos Bennet, todas as irmãs ficam em alvoroço, até porque, no meio do sofisticado círculo de amizades dele, haverá certamente outros pretendentes. Mas um deles, o atraente e snob Mr. Darcy, vai dar luta às irmãs.
Mas isso já toda a gente sabia, dado ser um livro muito célebre e adaptado ao cinema de Jane Austen.
Nem por isso. Este tipo de literatura de época nunca clamou por mim. Sou-lhe indiferente. E pela história não existe aqui nada que chame por mim.
Sim, considero-me um romântico mas estes romances de secúlos passados parecem-me tão trágicos e irrealistas. Demasiado romanceado para o meu gosto e prontos. Sem mais explicações, digo. A esquecer.
Outras pessoas até podem gostar? Não duvido...
Onde está a Verdade? (Where the Truth Lies) - Seria mais inteligente, um título como por exemplo. "Onde Dorme a Verdade?" ou por exemplo "A Verdade Escondida".
Esse já existe? Ahhh, não sabia. Prontos é melhor deixar o trabalho para os profissionais. Mas aquela primeira ideia não era má, pois não?
Filme realizado por Atom Egoyan com Colin Firth, Kevin Bacon e Allison Lohman.
Curiosidade: Nos E.U.A. teve uma classificação NC-17, ou seja a mesma de um filme pornográfico. Em Portugal tem classificação Maiores de 12 anos... Estão a notar aqui algo estranho. Sim, os americanos são uns púdicos do caraças.
Nos anos 50, Lanny Morris (Kevin Bacon) e Vince Collins (Colin Firth) eram os "entertainers" mais populares e admirados na América. A dupla sabia fazer o seu público rebolar a rir como mais ninguém. Mas quando estavam no topo do sucesso, aconteceu algo trágico que iria abalar a sua carreira. Inexplicavelmente, uma belíssima jovem aparece morta na suite de hotel de Morris e Collins. Apesar de nenhum dos dois ser acusado do crime, as suas reputações são abaladas e a parceria é quebrada. Os dois iniciam então carreiras a solo e passam anos sem falar um com o outro. Mas quinze anos mais tarde, a aspirante a escritora Karen O'Connor decide tentar desvendar o mistério - um dos maiores do "show business" - que levou a dupla de cómicos a separar-se.
Pois é classificar o filme como pornográfico nos E.U.A, tirou-lhe muitas hipóteses de recuperação do investimento ficando a faltar 24 milhões para o pagar.
E tudo isso porquê?
Porque o realizador não quis cortar uma cena de "menáge à trois"... Será assim tão gráfica para ser pornográfica? A mim custa muito a acreditar.
Por mostrar orgão sexuais?
Sairam-me cá uns púdicos. Mas também maiores de 12 em Portugal é um bocado estranho não?
Enfim, quem sou eu para decidir essas coisas não é verdade.
Apenas bato palmas à coragem do realizador ser fíel à sua história. Jõao Kleber podes esquecer este para o teu programa. É um dos fíeis.
Pela coragem merece ser visto. Por acaso já falei do "menáge"???
Estamos conversados...
Esta semana aconselho o regresso de um grande mestre em
"Match Point" e claro de uma grande actriz a nossa Scarlett.
Bons momentos no escuro da masmorra...
Até para a semana