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Thursday, March 30, 2006

Estreias da Semana - 30 de Março

Ultíma semana de Março. Abril está quase a chegar e o panorama de estreias não é muito favorável. Pelo menos pessoalmente. Acho que a melhor opção vão ser filmes que geralmente nunca considero. Está na hora de me abrir a novas filmografias.
Esta semana temos:

- Um filme com neve em Bagdad (quem diria!!!)
- Um filme do qual nínguem sabe nada
- Um filme com pequeno almoço incluído
- Um filme com aquecimento global
- Um filme 2 em 1

O Tigre e a Neve (La Tigre e la Neve) - Roberto Benigni está de regresso. Após o flop gigantesco que foi "Pinóquio" (o que estava ele a pensar não sei) regressa a território familiar. O território do amor em tempo de guerra. A preparar-se para novo Óscar? Talvez, mas tê-lo vai ser muito complicado.
Filme realizado por Roberto Benigni com o próprio, Jean Reno e Nicolletta Braschi (sua esposa na vida real e eterno amor no cinema).

A guerra no Iraque torna-se cada vez mais ameaçadora. Em Roma, Attilio (Roberto Benigni), poeta, está apaixonado por Vittoria (Nicoletta Braschi) e todas as noites sonha com o casamento de ambos. Mas Vittoria não mostra interesse por ele e perde a paciência perante os esforços de sedução deste poeta teimoso e irracionalmente apaixonado. Um dia, Attilio recebe uma chamada de um grande poeta iraquiano (Jean Reno), cuja biografia Vittoria está a escrever em Bagdad. Vittoria foi vítima de um dos primeiros bombardeamentos anglo-americanos na cidade e está moribunda no hospital. Animado pelo seu amor louco e a fim de salvar a sua amada, Attilio parte para o Iraque.

Ouvi dizer que é confundido com um terrível terrorista iraquiano, no filme. Um bocado difícil de acreditar, mas se calhar é essa a magia dos seus filmes não? Quase de certeza que é um daqueles filmes que se encontra na ténue linha que separa a pirosice de verdadeiro sentimento (dito po Rui Pedro Tendinha). Acredito que sim.
E existe linha mais bonita para tratar de amor?

Nínguem Sabe (Dare mo Shiranai) - Muito pouca informação sobre este filme. Vi no Monumental o trailer e fiquei impressionado. Era um daqueles trailers mais longo do que devia ser, a mostrar mais do que devia, um verdadeiro amontoado de cenas. Mas a verdade é que cativou.
Filme realizado por Hirokazu Koreeda com Yûya Yagira, Ayu Kitaura e Hiei Kimura.

Quatro crianças vivem com a mãe num pequeno apartamento em Tóquio. São todas filhas de pais diferentes e a mãe escondeu a existência de três delas do senhorio. Um dia a mãe desaparece, deixando apenas algum dinheiro e um bilhete em que pede ao mais velho para tomar conta dos irmãos. E assim começa a odisseia das quatro crianças, uma jornada de que ninguém sabe. O filme inspira-se num facto real que ficou conhecido como "o caso das quatro crianças abandonadas de Nishi-Sugamo", em 1988. As crianças nunca tinham ido à escola nem tinham existência legal, pois a mãe nunca registara os nascimentos.

Uma história de abandono vivida por quatro irmãos. Uma mãe negligente abandona-os (prometendo voltar) em busca ou atrás do amor. E tinha-o em casa. Que desperdício. Isto é daquelas histórias difíceis de acreditar mas que todos sabemos que acontecem.
O que passa pela cabeça das pessoas que o sofrem. Yûya Yagira foi premiado em Cannes em 2004 (ao tempo e só agora estreia) como melhor actor. É por isso um filme a ter em conta de uma filmografia muito relacionada com o novo terror mas que pelos vistos tem muito mais para dar.

Breakfast in Pluto - A busca de um jovem pelo amor em mais uma história de abandono. Parece que se sucedem em cinema. É daquelas histórias invisíveis para quem não as sofre e demasiado real para quem se encontra no meio delas. Adaptação de um livro de Pat McCabe
Filme realizado por Neil Jordan com Cillian Murphy, Liam Nesson e Stephen Rea

Abandonado em bebé à porta de uma igreja na Irlanda, Patrick "Kitten" Braden (Cillian Murphy) foi obrigado desde cedo a sobreviver a uma realidade hostil. Conseguiu-o sobretudo graças ao seu encanto e à recusa em deixar alguém alterar a sua maneira de ser: um jovem desenquadrado do mundo que o rodeia e, principalmente, do seu corpo, o que o torna muito mais que um homossexual ou um travesti. Kitten não desiste de procurar o amor e a verdadeira mãe, enquanto que, perdido, se vai envolvendo nos meandros da música, do ilusionismo, da prostituição e até do IRA.

Uma história demasiado real na Irlanda mas não só. É a eterna busca de identidade. Do que faz de nós o que somos. Neste caso da família de Kitten, nome artístico de um travesti que tem de descer muito baixo para sobreviver no mundo real.
Cillian Murphy, dizem, está estupendo. Uma interpretação de primeira linha que ainda lhe valeu uma nomeação para os Globos de Ouro. Mas o filme não vale apenas por isso. Existe algo, bem expresso no excelente trailer onde não se debita uma frase do argumento mas onde toca uma música que melhor não se poderia adequar à temática do filme. Quem diz que a música não diz tudo? Aconselhável.

Apenas Amigos (Just Friends) - Mais um produto formatado de Holywood. É preciso dizer mais alguma coisa. Isto é daqueles filmes que fazem como se tratasse de uma linha de montagem. É pegar num argumento antigo e mudar o nome das personagens.
Filme realizado por Roger Kumble e Ryan Reynolds com o próprio, Amy Smart e Anna Faris nos papéis dos dois interesses amorosos.

Chris Brander tem tudo - dinheiro, boa aparência e um emprego apetecível como executivo de uma editora de música de L.A. Mas as coisas nem sempre foram assim... Quando andava no liceu em New Jersey, Chris era tímido, gordo e o alvo das piadas dos outros miúdos. E estava apaixonado por Jamie Palamino, que gostava dele, mas apenas "como um irmão". Agora, Chris é um sedutor e tem como missão transformar uma mimada capa de revista numa estrela pop. E por causa de uma avaria num avião, que os levaria a Paris, Chris acaba a ir parar a New Jersey, reencontrar a mãe e dar de caras com o antigo amor da sua vida: Jamie.

Não apetece nada perder o meu tempo a falar sobre um filme que quase de certeza é mediócre ou mesmo mau. Poderei estar a ser injusto, mas eu digo apenas estou a ser realista. A ver, apenas quando fôr obrigado. Nesse caso aconselho um ataque epiléptico para se furtar ao mesmo. De fugir.

A Idade do Gelo 2: Descongelados (The Ice Age:Meltdown) - Alguém explica para que serve o 2 do título português. Era evitável pois toda a gente sabe que se trata de uma sequela. A uníca hipótese de não saber é ter vivido noutro planeta do outro lado do universo.
Filme realizado pelo brazuca Carlos Saldanha com vozes de John Leguizamo, Denis Leary, Ray Romano e Queen Latifah. Das vozes portuguesas não levem a mal mas evitem. O original é sempre melhor. Viva as legendas fora com as dobragens.

Manny, Sid e Diego estão de regresso numa nova e incrível aventura. A Idade do Gelo chegou ao fim e os animais estão deliciados com o seu novo mundo: um paraíso descongelado, cheio de parques de água e poços... Mas quando, Manny o mamute, Sid a preguiça e Diego o tigre descobrem que as milhas de gelo derretido poderão inundar o seu vale, eles têm de avisar os outros animais seus companheiros e, de alguma forma, encontrar um caminho para escaparem ao dilúvio que se aproxima.

A idade do gelo está de volta. Admito que não amei da primeira vez. Apenas aquele esquilinho com a sua bolota me despertou algum interesse. Parece que o bicho está de volta. Mas só em DVD é que vou espreitar o que nos prepara ele nesta segunda aventura. Este é daqueles filme que são bons para ver em casa e nunca numa sala de cinema. Peço perdão ao amantes de gelo mas eu sou assim.

Vanitas + A Piscina - Um filme português. E cada parecia que estavamos a apostar em novos géneros como por exemplo com ALice e Coisa Ruim, voltamos a filmes estranhos voltados para o umbigo do realizador. Haverá exemplo mais típico que este Vanitas. Por favor, poupem-nos.
Filme realizado por Paulo Rocha com Isabel Ruth, Joana Bárcia e Filipe Cochofrel.

Nela Calheiros, uma estilista portuense no apogeu da sua carreira, tomou-se de amores e de esperanças pela filha, angélica e única, de uma costureira do seu atelier - a perturbadora Mila. Mulher de ímpetos indomáveis, Nela tirou Mila do modesto lar e projectou-a para a ribalta do mundo da moda, lançando-a como top model. Agora que Sãozinha, precocemente envelhecida, faleceu, Nela dá mais um passo no sentido da adopção total da sua protegida, fazendo-a sua herdeira. À volta da luz lunar de Mila gravitam, quais mariposas, três homens por ela apaixonados: o padrasto Augusto, chefe dos coveiros de cemitério Prado do Repouso, que a deseja incestuosa e platonicamente; o sedutor Alfredo, seu primo direito e ex-presidiário, que desde a mais tenra infância a considera como coisa sua; Justino, surdo-mudo, que virou as costas ao clã dos coveiros a mando de seu pai, para se tornar fiel servidor da manequim e viver agarrado à sombra da amada. Apesar de endeusada por todos, Mila entra num estranho processo de desamor de si - sentimentos de culpa, crises de anorexia, extremo cansaço - que parece condená-la a um fim próximo e funesto. "Vanitas" é o último filme de Paulo Rocha. "A Piscina", curta-metragem de Iana e João Viana que passa em complemento, é um filme de um plano único que atravessa o recinto de uma piscina pública e as personagens que a habitam.

Porque???Porquê???
Estavam no caminho correcto. Vi o trailer de ambos os filmes e fiquei triste. Filmes do umbigo não. Ainda não perceberam que o cinema é para o público por muito que digam que se deve fazer o filme para nós próprios. Se nínguem o vê de que adianta realizar filme?? E como muitos autores de cinema já o provaram não é preciso perder a identidade para realizar um filme apreciado pelo público.
Estou a ser injusto? Sim, estou mas depois de ver esse trailer é isso que apetece dizer. Parem de olhar para o umbigo por favor.
Esta semana vou arriscar no "Nínguem Sabe". Foi o trailer que mais me marcou e estou aberto a experimentar novas filmografias.

Até para a semana

Boa Noite e Bons Filmes.

Wednesday, March 29, 2006

30th Portuguese Box-Office Analysis

It´s number 30th of the Portuguese Box-Office Analysis.

And the first big news is, we have a new number one? Gladly so, since the last one sucked big time (for the ones who didn´t know which one is it, it involves a guy mascarading as a fat lady, and it´s a sequel, and it sucks big time – this last should have sealed the deal).
Four new films marked their presence in the top ten films. To be more exact three are in the top three, so the podium is brand new.

We had an ok week. Better than last one at least but not that much. With a 1% increase in number of spectators to 161792.

So continue to read and check out what happened at the box-office this week.

We are considering the week between 9 and the 15th of March

Legend

Position/Movie
TheatherCount
Spectators (Week)
Percentage of spectators Drop (-) or Rise (+)
Spectators (Total)
Week of Release

1. Underworld: Evolution
29
33830
-
33830
1st week

2. Prime
25
24855
-
24855
1st week

3. Bandidas
33
20672
-
20672
1st week

4. Brokeback Mountain
24
14833
-25%
141917
5th Week

5. Capote
22
14072
-22%
61182
3rd Week

6. Syriana
23
12314
-23%
4th Week

7. Fragile
21
12136
-
12136
1st week

8. Big Momma´s House 2
19
12093
-47%
34742
2nd Week

9. Munich
24
8628
-52%
232854
6th Week

10. Aeon Flux
26
8359
-49%
107862
4th Week

The Champion:

And the new number one is? “Underworld:Evolution”. Vampires just rock our world. Or maybe it was the best choice on a not so strong week for movies. It´s a sequel so in theory it´s much worse than the original which was an ok entertainment but nothing more. This should be more like just an entertainment loosing the ok part. It got 33830 spectators. An ok result but not amazing considering “Aeon Flux” got 41609 spectators in it´s first week.

The New Players:

Opening at number 2 we have “Prime”, that story with the great Meryl Streep and the project to be very great Uma Thurman. At least for Quentin, she already is. For me she is getting close to it. But this is that kind of movie that only gets attention because of the great acting that goes around in there. The guy (of which I don´t remember the name, go figure) is overwhelmed in all the film and the script is not the most enganging. So that leaves the big actresses. It got 24835 spectators in it´s debut week. Not impressive, no.

“Bandidas” was the surprise of the week. But it was because it opened in 33 theathers, the most played movie this week, and I was expecting a low theather count. It didn´t opened in the U.S so you probably don´t know about this one. It stars Salma Hayek and Penelope Cruz as a group of bandits who terrorized Mexico. I don´t know if it is a true story but it´s one we don´t like to remember very often. The worst reviewed film of the year until now really says something. But it has Hayek and Cruz. That says even more. It got 20672 spectators for the week. Expect big drop next week.

At number 7 we find another new player. “Fragile” de Jaume Balagueró, that since it moved to work with american actors and stories droped in is already very low quality. So this means no improvement on this one. And it was a disapointing opening in 21 theathers with only 12136 spectators for the week. I guess Calista Flockhart can´t escape the Ally Mcbeal curse.

A lot down the road is “Yours, mine and Ours”. Expected to enter the top ten, it didn´t made the cut. At number 13 with only 7574 spectators. The family film is loosing it´s ground in Portugal. So stop sending them. They don´t make money.

Just a little note to the reopening of “Crash” after the best film Oscar it got in Holywood. In only 9 theathers it managed to get 5944 spectators to a grand total of 82406 spectators and landing in number 18 spot.

The Other Players:

“Brokeback Mountain” at number 4 continues it´s strong run in here. With a small 25% drop it managed to get 14833 spectators for the total of the week. The Oscar winners of three academy awards really helped in this week strong for Oscar winners.

Continuing the trend of Oscar material, we have “Capote” at number 5 with 14072 spectators and the smallest drop of the week at 22%. Phillip Seymour Hoffman, Oscar Winner for best actor (well deserved, should have won a long time ago) carried a film and will carry it to a great perfomance considering it´s an almost unknown in here (I´m talking of Truman Capote, obviously).

“Syriana” marks the final oscar winner to get decent attention at the box-office. George Clooney helped Syriana to get a small drop of 23% to 12314 spectators. Not bad indeed. Will surpass the 100000 barrier in number of spectators and that´s an amazing result considering the high political material it adresses.

"Big Momma´s House" dropped from last week´s number one to number 8!! It was expected a strong drop but not to a so low number. I believe it´s the most a film ever droped in positions since I started doing this. But the reason for this is obvious and I won´t say it again. Maybe I will, the film SUCKS!!

“Munich” despite the lack of Oscars maintained a spot in the top ten at number 9. With a 52% drop to 8628 spectators.

Finally at number 10 we have “Aeon Flux” with 8359 spectators and a 49% drop. Bye bye to Mrs Theron.

Next week we will Have:

- “The Pink Panther” (the number one spot is for the taking and won´t be hard to get it for this film Number one)
- “A History of Violence” (The greatest contender to get the top spot from “The Pink Panther”. If not it gets number 2)
- “Tsotsi” (the oscar might help it but to get a spot in the top ten is very hard. Few theathers won´t help it either)
- “The White Countess” (will pass unoticed as it did in every place it opened. Won´t get the top ten spot for sure)

I will see you next week.

Good Luck and Good Films.

Tuesday, March 28, 2006

Crítica de Cinema - Coisa Ruim

"Ismael!! Vens-me buscar, Ismael?"

A abertura do Fantasporto foi sem dúvida uma excelente oportunidade. Deu a conhecer um filme que nem sabia que se fazia por terras lusitanas, o filme fantástico de terror.
O filme acompanha a viagem de uma família citadina para o interior de Portugal, carregado de lendas, histórias populares e sem os confortos que se habituaram durante a sua vida na cidade. A mudança deve-se à mudança de ares de um professor de biologia que ao receber de herança uma casa, decide mudar de vida e tentar a sorte nesse universo já esquecido da sua infância.
O resto da família acompanha-o não muito satisfeita. O míudo mais novo, Luís, viciado em jogos de consola e televisão, Dulce, mãe adolescente ainda ao cargo dos pais sente-se arrastada por capricho do pai e Rui, devide ficar na cidade apesar da oposição dos pais. A mãe, apesar de contrariada, decide apoiar o marido e tenta minimizar as consequências desta mudança brusca na sua vida.
O problema é que a casa, diz-se assombrada por um espírito em busca de vingança, pelos assassínios aí ocorridos. E acontecimentos estranhos, alimentados por histórias populares e o fanatismo religioso , começam a perturbar o ambiente familiar.
E o que poderia ter descambado, muito facilmente, para o o rídiculo é resgatado por uma realização nunca vista em Portugal (a lembrar Shyamalan, definitivamente) com a criação de um crescendo de tensão ao longo do filme desde os planos iniciais, em cidade, da existência feliz, até ao final enigmático e destruidor do conceito de família.
A estreia, na realização, de Tiago Guedes e Frederico Serra, vindos do mundo da publicidade não é perfeita pois abusam um pouco do esquematismo, o que torna o filme pouco visceral e emocional, como deveria ser no final. Mas é de louvar. Apoiados, num excelente argumento de Rodrigo Guedes de Carvalhos (abusando, no entanto um pouco nas mesinhas religiosas e rezas), criam realmente algo de único no panorama cinematográfico nacional.
Apoiados num excelente leque de actores dos quais se destacam Manuela Couto (quem diria da sua qualidade, depois da sua eterna presença em produtos televisivos menores), José Afonso Pimentel, que numa relação estranha com a sua irmã Dulce, mostra ecos de um horror passado que nunca se confirma mas se arrasta pelo filme. E aquele olhar psicopático e as suas tiradas assustam, realmente. Apesar da pequena participação, no papel de Padre Vicente, José Cruz, cria uma personagem ambígua de um pároco de aldeia. O que parecia ser um mero cliché do mesmo, torna-se numa personagem central do filme. E claro o centro do filme, Ismael, interpretado pelo Miguel Borges, dá eco do horror no passado daquela casa.

Não é, obviamente Shyamalan, mas é mais uma oportunidade para dar fazer as pazes com o publico português (algo que parece não vai acontecer - 20000 espectadores em 2 semanas!!!).
O cinema português está com vontade de arriscar. De expandir-se para outros géneros cinematográficos. Tivemos foi de esperar muito tempo para que isto acontecesse. Demasiado.

Nota do Filme - Coisa Ruim - 6/10

Thursday, March 23, 2006

Estreias da Semana - 23 de Março

Mais uma semana de novas estreias cinematográficas. É verdade, são mais cinco novos filmes para nos alegrar ou para nos entristecer (nem sempre devido à sua qualidade) mas esta semana existem algumas opções na escolha. Já não é mau.

Acabei de descobrir o mistério da escolha dos títulos para os filmes. Os tradutores dão 3 hipoteses possíveis de escolha e depois é um organismo que escolhe o título apropriado (vinha no expresso esta semana, uma reportagem sobre três pessoas que fazem traduções de filmes), uma vez que não podem existir títulos muito iguais para os filmes. Afinal a culpa das traduções dos títulos é de um instituto publico. Era de desconfiar.
Temos então as seguintes opções:

- Um filme de vingança com V grande
- Um filme de amores e desamores (neste caso mais de amores)
- Um filme com 3 filmes (3 em 1)
- Um filme de sonho, para pais desesperados
- Um filme que é um autêntica incognita (segredo muito bem guardado)

V de Vingança (V for Vendetta) – Este é daqueles títulos perfeitos na tradução para português. Nem foi preciso inventar. Só adaptar o título e dar-lhe a enfase ao sentimento que transpira do filme. O trabalho de casa muito bem feito.
Filme realizado por Fantoche, err… perdão James Mcteigue, com argumento dos irmãos Wachovski de uma BD de Alan Moore. Conta com Natalie Portmann, Hugo Weaving e Stephen Rea no elenco.

Passado na paisagem futurista de uma Grã-Bretanha totalitária, "V de Vingança" é a história de Evey (Natalie Portman), uma jovem que é salva de morte certa por um homem mascarado (Hugo Weaving). Identificando-se apenas como "V", o mascarado revela um carisma incomparável e um talento extraordinário na arte do combate e da astúcia. V desencadeia uma revolução quando insta os compatriotas a lutar contra a tirania e a opressão. Mas ao descobrir a verdade sobre o misterioso passado de V, Evey toma também conhecimento da verdade sobre si própria e emerge como imprevisível aliada de V, no seu plano para devolver a justiça e a liberdade a uma sociedade afligida pela crueldade e a corrupção.

Pois é dos irmão só o original vale alguma coisa (isto falando do Matrix) obviamente e este, dizem as línguas por essa net for a, vem com pinta de ser alguma coisa de jeito. O regresso aos bons velhos tempos de Matrix mas com uma matriz mais actual, mais adaptada aos tempos que vivemos. O problema do terrorismo está cada vez mais patente na nossa vida real e isso leva, também, a que se reflicta na arte, neste caso na 7ªArte. Inexplicavelmente, agora pôr uma explosão num filme é sempre alvo de grande polémica, aqui levada ao extremo por ser num metro e em Londres. Compreensível mas não é escondendo o que aconteceu ou nunca mais o mostrando que se vai apagar o que aconteceu em Londres em 2005. As críticas surgidas em relação ao filme estão todas relacionadas com a realização sem ideias e sem talento. Mas também estamos a falar de um pau mandado e quem não trabalho por gosto acontece estas coisas. Se calhar é so mesmo falta de talento e há vontade. É tirar as dúvidas numa sala de cinema. E tem a Portman careca, a ficar careca no ecrã. Isso sim, deve ser antológico de ver.

Casanova – Este nome sempre foi sinónimo de mulherengo. Às vezes nem nos lembramos porque ficou o nome com essa fama. Exactamente, foi com um homem. E é a sua história que este filme conta (claro que, desta vez, à maneira de Holywood.
Filme realizado por Lasse Halstrom com Heath Ledger, Sienna Miller e Jeremy Irons entre outros ilustres secundários.

Casanova foi o mais extraordinário sedutor do mundo. Espadachim, mestre do disfarce, muito talentoso. Nenhuma mulher conseguia resistir ao seu infalível charme. Até agora. Pela primeira vez na vida, o lendário Casanova (Heath Ledger) está prestes a encontrar o seu par, a mais bela e fascinante veneziana, Francesca (Sienna Miller), que fez a única coisa que ele nunca pensou ser possível: recusá-lo. Após uma série de inteligentes esquemas e disfarces, ele consegue aproximar-se de Francesca. Mas Casanova está envolvido no mais perigoso jogo com que alguma vez se defrontou - que porá em risco não só a sua vida e reputação como também a sua única oportunidade de amor verdadeiro.

Como o próprio Ledger disse, “depois de Brokeback Mountain precisava de descomprimir. Fazer um filme menos pesado para um actor. Precisava de um pouco de diversão, de férias”. Bem já estão a ver para onde isto vai levar. Dizem, que quem viu, que se nota a cara de frete de Ledger no papel. Isto é fácil demais para o homem depois da sua interpretação surpreendente em “Brokeback Mountain”. Quem salva o filme parece ser Sienna Miller com o seu carisma e beleza. Nem vale a pena falar de Halstrom, há muito tempo formatado para as produções de Holywood, perdendo qualquer tipo de identidade cinematográfica que podesse ter tido.
É apenas mais uma daquelas comédias românticas de comer e deitar for a, como uma pastilha. Não esperem mais, senão a desilusão será certa.

3…Extremos (Three…Extremes) – Ok, um filme com três lá dentro. 3 em 1. E ainda por cima dos realizadores do momento pelos lados do Oriente, para o terror e thrilher.
Filme realizado por Takashi Miike, Park Chan-wook e Fruit Chan. Com uma legião dos habituais dos quais se destacam Tony Leung, Bai Ling e Kyoko Hasegawa.

Uma trilogia de curtas-metragens asiáticas de terror, realizadas por três dos mais conceituados realizadores orientais: "Cut", de Park Chan-wook (Coreia do Sul), "Box", de Takashi Miike (Japão) e "Dumplings" de Fruit Chan (Hong Kong).

Este é um daqueles obrigatórios para fãs de terror. Estamos a falar de três mestres e os mais originais que surgiram nos ultímos tempos. Já para não falar dos mais violentos de sempre, em termos físicos. É claramente para gente de estomâgo forte. Se és impressionável não entres nesta sala de cinema.

Nanny Mcphee – A Ama Mágica (Nanny Mcphee) – Mais um exemplo típico de acrescentar algo a um título que de nada necessitava. Isto é fazer de parvos, aos espectadores de cinema. O problema pode ser meu mas quando vou ver um filme gosto de me informar sobre o que trata. Realmente amas não é comigo, ainda não preciso. Mas isto pode ser o filme ideal para muitos pais por aí. Levem os putos, ao menos a ver se não chateiam tanto. Pode até ser que fiquem traumatizados. Isso é que era um sossego.
Filme realizado por Kirk Jones com Emma Thompson no papel de Nanny, Colin Firth e Kelly Macdonald.

Emma Thompson interpreta uma ama de aparência estranha e poderes mágicos, que chega a casa do recentemente viúvo Mr. Brown (Colin Firth) e procura educar os seus terrivelmente mal-educados filhos. As sete crianças, lideradas pelo primogénito, Simon, conseguiram até agora livrar-se de 17 amas e esperam fazer o mesmo com esta... A influência da recém-chegada ama estende-se igualmente aos problemas mais complicados da família, incluindo as súbitas e aparentemente inexplicáveis tentativas de Mr. Brown de encontrar uma nova mulher e o aviso por parte da dominadora Tia Adelaide de que tenciona adoptar e levar consigo uma das crianças. À medida que o comportamento dos pequenos começa a mudar, também a desagradável fisionomia da nova ama se torna mais doce, reforçando os mistérios à volta desta enigmática estranha que tanto as crianças como o seu pai aprendem a amar.

Entretenimento para toda a família. Foi um exíto em terras britânicas mas por cá a história não faz parte nem do conhecimento nem da sociedade. Obra escrita por Christianna Brand e agora adaptada ao cinema com título diferente mas no fundo a mesma história. Vai ter dificuldades em impôr-se no mercado português mas até à chegada da Idade do Gelo 2 vai facturar. A partir daí a miudagem parte para outra.
Se se lembram de fazer um filme para o cinema do Noody é que, já percebi, vai ser um sucesso descomunal. Se cheira a dinheiro há de acontecer um dia. Era uma boa ideia para um filme de origem Portuguesa. Senhores produtores, ao trabalho.

O Segredo (La Monja) – Mais um daqueles geniais. Era mais apropriada a freira, mas como tem um segredo vai o segredo. Será que nunca houve um filme com o títutlo o Segredo? Bem mais provável que a Freira mas quem sou eu não é verdade?? Um mero insecto no mundo das traduções e legendagens. De que serve a minha opinião.
Filme realizado por Luis de la Madrid com Belen Blanco, Oriana Bonet e Anita Briem

Seis raparigas de 15 anos vivem num colégio atemorizadas por uma freira. Quando a freira descobre que uma delas está grávida, tenta purificá-la. As outras raparigas assistem horrorizadas à tortura. Dezassete anos mais tarde, refizeram as suas vidas. Até que um dia, uma delas é brutalmente assassinada. A filha da vítima, Eva, decide investigar e procurar o assassino e junta-se às colegas da mãe que, após todos aqueles anos, terão outra vez de enfrentar o colégio interno.

Uma hístoria com alguns pontos interessantes. O eterno regresso ao um local de onde as recordações não são as melhores. Todos temos um assim, seja em maior ou menor grau. E é sempre assustador voltar ou enfrentar. Agora um com esta dimensão deve ser algo que perturba uma pessoa. A torna num reflexo de si próprio aquando dos acontecimentos. O que pensar, sentir, dizer?
A busca de justiça sempre foi outro tema que me fascinou em cinema. Este cheira-me que vai encontrá-la. Quem sabe onde menos se espera. Ok, isto já me cheira a cliché mas posso estar enganado. Pode estar aqui o próximo mestre da 7ªArte, quem sabe.
A incognita da semana. Quem tiver com vontade de arriscar, esta é a melhor opção da semana.
O conselho desta semana vai para “V de Vingança”, no entanto seguido de muito perto pelo “3…Extremos”.

Até para a semana e bons filmes.

29th Portuguese Box-Office Analysis

Another week of Portuguese box-office information. It´s not much but, it´s all i can get to you. I would like the numbers of all movies playing in theathers here, but ICAM only gives the top 20 movies of the week. The others are completely ignored. The small ones are always ignored.

This was a small week for cinema in Portugal. After "Mardi Gras" vacations the number tend to go down a little and in this case they went 44% down. There was 160049 spectators for all week in the top ten movies of the week.

We have a new number one. A film opening this week, took, Munich, again, from the top spot. Which one was it???

Will know in a minute. Just continue reading.

We are considering the week between 2 and the 8th of March

Legend

Position/Movie
TheatherCount
Spectators (Week)
Percentage of spectators Drop (-) or Rise (+)
Spectators (Total)
Week of Release

1. Big Momma´s House 2
18
22649
-
22649
1st Week

2. Brokeback Mountain
25
19894
-35%
127084
4th Week

3. Capote
23
18088
-38%
47110
2nd Week

4. Munich
44
17926
-62%
224226
5th Week

5. Aeon Flux
39
16369
-61%
99503
3rd Week

6. Syriana
20
16056
-47%
71589
3rd Week

7. Bambi 2
26
13635
-65%
76381
3rd Week

8. Good Night and Good Luck
8
13168
-
13168
1st Week

9. Coisa Ruim
25
12220
-
12743
1st Week

10. North Country
13
10044
-
10044
1st Week

The Champion:

And yes, it´s kinda of a surprise but not a very good one. It´s true "Big Momma´s House 2" is back for the sequel and it got the top spot, barely but it did. With 22649 (a not very impressive opening) it climbed to the top one spot. Martin Lawrence still rules the box-office in here, the problem is that he doesn´t rule jokes anymore. The man is not very funny, have to admit. Or maybe i just grew up and can´t stand him anymore. Anything will do. Just don´t look for me in a theather were his movie is playing.

The New Players:

In only 8 theathers, "Good Night and God Luck" managed an impressive 13168 spectators. Not bad, indeed for Mr Clooney. The fact it was nominated for 6 Oscars really helped also but you can´t deny the man. He is the politician every one wished to be. And he really is pounding in the way America is beeing run this days. You take care Mr.Bush. The man won´t stop anytime soon. Next week there is more.

At number 9 a portuguese film. It´s not "O Crime do Padre Amaro", last years standout perfomance, portuguese film wise. It´s "Coisa Ruim", a fantastic film and a film of the fantastic, a thriller, exploring fears. This film really is in Shyamalan´s territory. We really can feel his touch but with a portuguese feel. I think everyone should check it out. This is portuguese film reaching other audiences. It really doesn´t feel like a portuguese movie but in the end you see it is. So that´s the best compliment i could give it.

Finally at number 10, the last opener "North Country" with Charlize Theron, oscar nominated perfomance. WIth 10044 spectators for the week it managed an ok perfomance, considering the subject and the number of theathers it opened in. It will a film very quickly forgotten since it doesn´t hold us in any special way. At least me, it doesn´t appeal. But if you like miner´s tale of sex explotation and drama in coutrooms, this is the film for you.

The Other Players:

At number 2 and loosing it´s only chance to get the top spot is "Brokeback Mountain". In Oscar week, and despite the smallest drop of the week, it only managed 19894 spectators for a 35% drop. Almost the top spot, for a a very decent movie. It really deserved a bit more but it didn´t get it. Maybe it´s 3 Oscars will help it next week but there is "Underworld:Evolution" coming so not much chance with leathr clad girls, violence and action.

At number 3 is "Capote", one spot up from last week perfomance. It helped the film the Oscar by Hoffman as the drop was of 38% to 18088 spectators.

"Munich" droped to the 4th Spot with 17926 spectators and a gigantic 62% drop in number of spectators. Last week gigantic up means this week big drop.

In number 5 we find "Aeon Flux" with 16369 spectators and a drop of 61%.

"Syriana" managed a strong third week to 16056 spectators and a 45% drop. Not the best one but a good one indeed.

Finally at number 7 and with the biggest drop of the week (65%) is "Bambi 2". It only managed to conjure 13635 spectators, meaning Disney magic only worked for one week. That´s not much but it´s still reassuring.

A special note and a goodbye (some say finally, i say unfortunately) to one of the big films (box-office and emotional wise) in Portugal in 2005. I´m talking about "The Constant Gardener" that in it´s 18th week (more than four months in theathers) will leave the box-office number at number 20 with, still, 2774 spectators. An amazing perfomance that will be talked about in my 2005 Portuguese Box-office comentary for the year when ICAM releases the total numbers for the year.

Next Week we wil Have:

- "Prime" (the large number of theathers and the lack of romantic comedies will conjure a strong number. Maybe even a number one)
- "Underworld:Evolution" (the biggest contestant of the number one spot. If it doesn´t get that it gets number 2)
- "Fragile" (Maybe this Calista Flockhart film gets a spot but it´s kinda hard. Few theathers)
- "Yours, Mine and Ours" (don´t know about this one. Maybe a number 9 for it.)

See ya next week
And, please do yourself a favour, see good films.

Monday, March 20, 2006

The Best Movie Posters 2005 - Part I

First we will award in categories and then the best one of the year.

Best Poster ("Feelings Inspired")

1.
2.
3.
Best Poster ("For the movie who didn´t deserved it")
1.
2.
3.
Best Poster ("Portuguese")
1.
2.
3. Manô

Next week, we will have the Best Poster ("Art Conception"), ("Idea"), ("Cast Ensemble") and ofcourse the big winner.

Ps: You only get my praise not money so don´t bother to ask.

Thursday, March 16, 2006

Estreias da Semana - 16 de Março

Mais uma semana de filmes, mais uma visita aos cinemas. Agora (desde o fim dos descontos Dn, a minha casa é o monumental. E mesmo assim só às segundas. Tenho de pensar em aderir ao King Card. É que as finanças não andam a perdoar).

Temos 6 estreias esta semana como por exemplo:

- Um filme africano dourado e careca
- Um filme americano cor-de rosa e batido (Ps: Não é gelado de morango)
- Um filme "russo" branco e esquecido
- Um filme canadiano/americano bem vermelho
- Um filme francês, azul como o céu
- Um filme britânico de colorir (a gosto)

Tsotsi – Um filme proveniente de África. Ora aqui está algo que não se vê todos os dias. Ainda mais a estrear pelas nossas bandas. O Óscar de melhor filme estrangeiro deve ter ajudado e muito. Obviamente que o financiamente é britânico porque pelos lados de África o dinheiro continua a ir para o bolso de uns poucos enquanto muitos problemas continuam à espera de ser solucionados.
Filme realizado por Gavin Hood com a revelação (segundo dizem) chamada Presley Cheweneyagae, Mothuhi Magano e Israel Makoe. Tudo nativos da África do Sul. Uma boa opção, sem dúvida.

Nas ruas violentas de Joanesburgo, em que sobreviver é o principal objectivo, um jovem "gangster" de 19 anos, Tsotsi, órfão, vai ser confrontado com a sua natureza brutal e as consequências dos seus actos. Durante um assalto a um carro, Tsotsi dispara sobre a proprietária e foge com o veículo. E, no pânico da fuga, só se apercebe mais tarde que no banco de trás do carro está um bebé com apenas três meses.

O apoio ao cinema africano não tem sido muito forte. É quase um acontecimento quando algum filme chega aqui por nossas bandas. Geralmente só os originários de países PALOP e pouco mais. Mas também a sua produção é diminuta face ao gigante America. Obviamente quando surge é sempre notícia e é sempre galardoado com prémios. Basta ver o caso do “Héroi” de Zezé Gamboa. Um tremendo flop de bilheteira e crítica e no entanto Prémio em Sundance. Obviamente, e isto pode ser um patriotismo exacerbado, talvez, mas o facto é que Tsotsi foi nomeado para os Óscares enquanto “Noite Escura” um dos melhores filmes portugueses de sempre, foi completamente ignorado. Isto obviamente levanta questões e muito profundas. Continua tudo, muito dependente de marketing e nunca do real valor das obras analisadas. E isso é triste. Isto, obviamente, não retira o valor deste filme, que segundo a crítica é bastante aceitável mas deve por todos a pensar. Este filme venceu o Óscar por ser de origem africana. É polémica esta afirmação? Talvez mas a vida real não o é também??

A Pantera Cor-de Rosa (The Pink Panther) – O regresso do inspector Closeau. Não concordo muito com estes regressos, mas prontos. Aproveitar antigos veios lucrativos para ver se expreme mais um bocadinho. E depois dizerem, os próprios, que isto não é um remake mas sim o reimaginar da personagem, é gozar com o pessoal. Como parte boa, parece que a Beyonce entra nesta coisa. Ai ai..
Filme realizado por Shawn Levy (mais um tarefeiro de encomenda – e deve ser dos baratos) com Steve Martin, Kevin Kline, Jean Reno e claro Beyonce Knowles.

Um famoso treinador de futebol é assassinado e o seu valiosíssimo anel roubado - um anel ornamentado com um magnífico diamante conhecido como a Pantera Cor-de-Rosa. O caso rapidamente se torna uma obsessão nacional. O infatigável inspector Clouseau - um nome que faz tremer toda a gente assim que é pronunciado, pelos seus poderes de dedução limitados, comando de linguagem assustador e reflexos desastrosos - é então chamado para averiguar. Os seus processos podem ser alarmantemente pouco ortodoxos, mas ele consegue sempre resolver os crimes - à sua maneira - com resultados hilariantes. Para desvendar o crime, recuperar o anel e fazer com que o seu chefe, Dreyfus, fique com os louros e ganhe a prestigiada Medalha de Honra, Clouseau tem de desmascarar o assassino. Quem terá cometido o crime? Uma deslumbrante "pop star", um jogador de futebol ou um "gangster" chinês?

Um famoso treinador de futebol é assassinado? Ummmm, isto é um pouco estranho ou será só impressão. De quem estarão a falar? Ummm, não faço ideia. Que nome de treinador de futebol é conhecido por exemplo po George Clooney? Ummmm, não me lembro do nome dele. Duhhhh, o homem é mesmo odiado. Não sabes de quem estão a falar? Acho que é bem óbvio, hehehe…
Voltando ao filme, ou nem por isso. Eu já não tenho paciência para estas coisas, mas se tiveres faz-te um favor e entra numa sala de cinema. Se quiseres saber de mim, não me procures na mesma sala. É mais provável que esteja na do lado a ver o bom do Cronemberg.

A Condessa Russa (The White Countess) – White= Russa!!! É, deve ser. Ai ai. O the white countess é o nome de um clube nocturno e não tem a ver com a condessa ok?
Ignorado pelos Óscares, apesar da campanha, anterior, maciça para chamar a atenção do filme que tem passado completamente ao lado do espectador medio de cinema. E aqui em Portugal? O destino será, provavelmente, o mesmo.
Filme realizado por James Ivory (ultimo da famosa dupla Ivory/Merchant, devido à morte deste ultimo) com Ralph Fiennes, Natascha Richardson e Vanessa Redgrave. Um elenco de peso, num filme de peso (pelo menos em reconstituição histórica é de certeza.

Shanghai, 1936. Intriga política, refugiados em fuga do tumulto, forças militares, negócios internacionais e a cultura do submundo. Duas pessoas apanhadas no turbilhão, na sombra da invasão japonesa, criam uma ligação: Sofia, uma bela condessa russa (Natasha Richardson), forçada pelas circunstâncias a sustentar a família trabalhando num bar e como dançarina; e Jackson (Ralph Fiennes), um antigo diplomata devastado pela perda da sua família devido à violência política e desiludido pela incapacidade do mundo em alcançar a paz. A história decorre no elegante clube nocturno The White Countess, criado pelo diplomata como escudo face ao caos e à tragédia que os cercam.

Um dos ignorados do ano. Por vezes, existem verdadeiras gemas por baixo desse véu de ignorância. Segundo críticas vale a pena dar-lhe uma oportunidade e se não houvess uma determinada história a estrear esta semana até lhe dava a devida oportunidade. Mas neste caso, vai mesmo passar. Se essas historietas não te chama a atenção então esta é a segunda melhor hipótese esta semana. E além disso tem um Fiennes. Sim é o Ralph. Se fosse o outro não aconselhava.

Uma História de Violência (A History of Violence) – Cronember voltou. E isto já andava a ser adiado à demasiado tempo. Finalmente chega, após uma ante-estreia na Cinemateca, às salas de cinema. Já não era sem tempo. Se fosse um filme qualquer, agora quando é um Cronemberg, e um dos melhores de 2005 ainda parece mais estranho. Enfim, são as distribuidoras que temos e por isso temos de aguentar.
Filme realizado pelo já citado, com Viggo Mortensen Maria Bello, Ed Harris e William Hurt.

Tom Stall (Viggo Mortensen) vive calmamente com a mulher advogada (Maria Bello) e os dois filhos numa pequena e pacata cidade no Indiana. Mas, uma noite, a sua idílica existência é perturbada quando impede um roubo na sua cafetaria e salva os seus clientes e amigos matando os dois criminosos. O acontecimento atrai de imediato todos os meios de comunicação social e Tom é considerado um herói, mas todo este circo mediático deixa-o desconfortável. Ele e a família tentam a todo o custo voltar à normalidade. Mas é então que um misterioso e ameaçador estranho chega à cidade.

Vi ontem alguns bastidores sobre o filme no canal 2 e fiquei impressionado. É realmente algo de extraordinário e sendo no entanto tão, aparentemente simples. Às vezes as melhores coisas são mesmo simples e até o próprio título do filme para isso caminha. Uma história…
Sem dúvida recomendável. Dizem que é um Cronenberg de encomenda. Para esses eu respondo. Um Cronenberg nunca será de encomenda. É algo uníco e mesmo na simplicidade da história e argumento isso vai surgir. Cronenberg não se vende. Como ele disse, posso aceitar uma encomenda e receber um bom dinheiro mas por ser maquiavélico levo sempre a minha avante sem eles perceberem. Acho que está respondido.
A ver.

Cavaleiros dos Ceús (Les Chevaliers du Ciel) – Isto deve ser uma piada de mau gosto ou não. Um filme de pilotos de caça, francês???Algo aqui que soa a dejá-vu e não é o facto de ser francês. Lembra o Stealth ou é só mpressão. E todos sabemos da grande qualidade que tinha esse filme ou não? Era bom para forrar o caixote do lixo. Este só mesmo directamente para a lixeira porque o forte dos franceses não são os blockbusters.

Durante o Festival Aéreo de Farnborough, um Mirage 2000 desaparece em plena exibição. O Capitão Antoine Marchelli e Sébastien Vallois são enviados de imediato para patrulhar a área, sobre o Mar do Norte, onde o caça desapareceu dos ecrãs dos radares. Rapidamente avistam o Mirage, camuflado por um Airbus A340. Nesse mesmo momento, Marchelli e Vallois recebem a ordem para abandonar a perseguição sem mais demoras. Mas o Mirage já adoptara uma posição de combate. É demasiado tarde! O Mirage 2000 está pronto a abrir fogo contra Vallois e Marchelli tem de o abater para proteger o seu colega. Este incidente é o início de uma intriga internacional, com objectivos de desviar um avião para um ataque terrorista. E o último acto vai travar-se em pleno Dia da Bastilha, sobre os Campos Elísios.

Só nos faltava esta. Os Franceses a tentar imitar os americanos. Ainda não perceberam que não são Holywood e nunca vai poder combater com Holywood. Apostem nos vossos filmes intimistas e deixem-se de grandezas. A semana passada foi o senhor Besson e as suas “Bandidas” a aumentar as banhadas de filmes com produção europeia. É que a um por semana o barco não aguenta por muito tempo.
Que miséria. E atenção não vi uma uníca imagem do filme por isso só posso adivinhar. Mas acho que a solução é óbvia. A esquecer e bem depressa que isto aconteceu.

Identidade Kubrick (Color Me Kubrick) – Ok, já tinha reparado no título, que é um dos mais conceituados (apesar de não muito apreciado, pelo menos pessoalmente) realizadores de todos os tempos, Stanley Kubrick. Agora, até tinha pensado que fosse um documentário sobre o realizador. Mas é mais um Being Stanley Kubrick que outra coisa.
Realizado por Brian Cook com Jonh Malkovich, Tom Allen e Gabriel Diggs.

Durante meses, Alan Conway – belo trocadilho com conman(impostor, neste caso caminho do impostor) (John Malkovich), um perfeito estranho, faz-se passar por um dos maiores realizadores de todos os tempos: Stanley Kubrick. Conway não conhece nada nem do cineasta nem dos seus filmes, mas isso não o impede de usar e abusar da ingenuidade daqueles que julgam estar junto do realizador mítico e discreto. Hilariante, patético, inacreditável e portanto autêntico, aqui está a fascinante história do impostor, do génio e da celebridade.

O problema é que o homem já morreu à algum tempo por isso quem é que poderia acreditar que ainda está vivo? Só mesmo os cinéfilos distraídos (neste caso muito, dado que eu não sendo apreciador) soube do seu falecimento quase imediatamente. Um filme, com grande ideia mas que os críticos não apreciam, agora aqui já existe um problema. Este não é um filme para massas, obviamente, porque até Kubrick é só para alguns, e não é para apreciadores ou adeptos de um filme de culto (uma vez que é arrasdo pela crítica) então este filme tem um sério problema. Não ter publico que o queira ver. Só mesmo para fanáticos de kubrick e mesmo para esses, a desilusão deve ser muita uma vez que não é realizado pelo Kubrick. A sério? É verdade, é um tal de Robin Cook. Se calhar até é um filme autobiográfico??

Esta semana o conselho vai para “Uma História de Violência” de David Cronenberg.
Até para a semana e bons filmes

28th Portuguese Box-Office Analysis

Welcome to the 28th Portuguese Box-Office Analysis.
We´ve been doing it for 6 months now and i think the overall quality is improving, since the first one was posted. Just look at it.
One of the improvments was the counting of number of spectators since there is a error between the numbers posted and the real numbers comparing the totals of each film, each week.
And for the first time, the number one film doesn´t stay the same doing this routine. Instead of "Aeon Flux", according to ICAM, we have another number 1 film. Check it out in a moment, and compare the number between them and my ones (I consider the totals from last week and from this week - the difference gives the total spectators for the week).

This week counted 287421 spectators for the top ten movies of the week. That is a 30% rise, considering last week top and overall a good week for cinema in Portugal. The reason for this rise is obvious. This week between 26 to 28 February there were holidays for schools all over the country. You guessed it right, it´s Mardi Gras or like it is called here "Carnaval".
And so this was a rise week for almost every film. The ones that droped only droped to a maximum of 1%!!! Great perfomances indeed.

We are considering the week between 23 of February to 1 of March

Legend

Position/Movie
TheatherCount
Spectators (Week)
Percentage of spectators Drop (-) or Rise (+)
Spectators (Total)
Week of Release

1. Munich
47
46608
+45%
206300
4th Week

2. Aeon Flux
35
41525
-0%
83134
2nd Week

3. Bambi 2
31
38411
+58%
62476
2nd Week

4. Brokeback Mountain
26
30536
-1%
107190
3rd Week

5. Syriana
22
30230
+19%
55533
2nd Week

6. Capote
23
29022
-
29022
1st Week

7. Rumor has it...
19
22608
+44%
59242
3rd Week

8. Match Point
22
20207
+29%
174932
6th Week

9. Derailed
24
14566
+20%
45399
3rd Week

10. Pride and Prejudice
26
13708
+16%
141659
6th Week

The Champion:

And yes. This number one spot is not consensual. According to Icam it only came in third place, but i think i know better. I just made the maths, nothing more.
"Munich" is at number one again after a week in number 2. With a 45% rise, since last week, to 46608 spectators, it really is having a big perfomance, considering the U.S.A box-office of 45 million dollars, only. Mr Spielberg is big herem no matter the film he makes. Bring it on, i mean another film.

The New Players:

At number 6, only, we have our first new opener of the week. And it is "Capote". Considering, Truman Capote is relatively unknown in this parts, it´s numbers are propelled by the oscar nominations and the fact that opened in lots of places. Due in part, thankx to the nominations. A film that wouldn´t have the attention it deserves if it didn´t got nominated. Do be grateful for being in the Oscars.

"Zathura" opened modestly, almost forgotten at number 13 with 10602 spectators. The lack of marketing of any sort and word of mouth (almost nobody knows what this is about, and the title doesn´t help it explain). A very small total it will have, i predict (Yoda, always gets me)

Ok, the oscars doesn´t help every movie, especially when it´s an english vaudeville hommage. Nominated Dame Judi Dench, helped "Mrs Henderson Presents" to the 14 spot with only 7111 spectators. And if you are a lover of musicals go see it. Of great perfomance would also help with Dame Dench and Bob Hoskins doing their "thing". Myself i don´t like musicals so i´m out of the group.

Finally, and thankx in part to the small theather count "Transamerica" opened at 16 with 5861 spectators. Academy Award Nominee, as she will always be known, Fellicity Huffman has an amazing perfomance in this one. And i think this is the only reason to go see it. And that´s not much for a movie to perform.

The Other Players:

Have to give a word to the biggest perfomance of the week with "Bambi 2" With a 58% rise to 38411 spectators it has the most amazing week, thankx in part to the school break in which many kids wanted to see a movie for them. And which one was on? "bambi2". Kudos to Disney. they really nailed it with this film opening before releasing it to DVD.

"Brokeback Mountain" on the other hand was the worst performer with a 1% drop!!! And they call it the worst perfomance. Considering it is oscar nominate for 8 (it didn´t won any at this point), the drop is a big one. But considering it´s a homosexual story of two comboys it did amzingly well. If 4 months ago they said this movie would get 100000 spectators in Portugal i would say they were crazy but it already passed that mark.

"Rumour has it.." is doing very well also. With 22608 and a 44% rise, that is one hell of a week.

"Match Point" of Mr Allen is doing it´s stupendous run also. With 174932 it made more than most blockbusters last year so...You take your conclusions.

Next Week you will Have:

- "Good Night and Good Luck" (won´t do great considering the topic. But oscar nomination will help it a lot. Maybe a number 6 spot)
- "Coisa Ruim" (the portuguese fantastic film. It opened "Fantasporto" before opening. Opened with 15000 spectors so a number 7 spot for it...not bad)
- "Big Momma´s House 2 (I hope it won´t oppen big but a number 2 is possible.)
- "North Country" (is it just me that doesn´t stand Mrs Theron? Ok, but i predict a place outside of the top 10.Hurray.)

See ya next week and good movies for you



Tuesday, March 14, 2006

Crónicas do Escuro - Óscares

Senhor Óscar:

A entrega das estatuetas douradas, conhecidas como Óscares, é sempre desculpa para discussões vibrantes e por vezes bem acaloradas. Todos temos os nossos favoritos e, claro, os nosso ódios de estimação. Eu falo por mim, pelo menos.
À partida, uma coisa era certa, antes do ínicio da cerimónia. Estas eram as nomeações mais corajosas, dos últimos dez anos ou mais, para as principais categorias.
Porquê?
Porque a política está na moda, ter opinião política, nos dias que correm, é ter "glamour". É emocionar o mundo. É Óscar.
Ao longo dos anos, isso reflecte-se sempre nas nomeações. Como?

Por exemplo, recuando 4 anos, em 2002 (Pós 11 de Setembro) venceu o musical "Chicago". Por méritos cinematográficos? Dificilmente. Então porquê?
Mundo em estado de choque, principalmente os E.U.A, que se viram alvo de um ódio profundo. Que o mundo adivinhava mas os E.U.A. , ignorava por vontade própria.
A academia responde voltando à era de ouro do musical em plenos anos 50. A analogia é fácil de fazer. O regresso a um tempo em que a guerra também era invisível. A guerra fria com a U.R.S.S em pleno auge.

Em 2003, o povo queria esquecer. "There´s no business like show business", era o mote. As massas pediam entretenimento. Resultado, "O Senhor dos Anéis - Regresso do Rei" vence todos os Óscares em concurso, num total de 11. Desdes os anos 80 do Séc. XX que não se via nada igual, quando "Indiana Jones" dominava as bilheteiras e o coração das pessoas.

Por outro lado, em 2004, a realidade está entranhada nas pessoas. Faz parte de cada um. O mundo mudou. A morte está na ordem do dia, na televisão, nos jornais, na internet. A eutanásia (opção pela morte em detrimento da vida), representada de uma forma tão bela no "Million Dollar Baby" foi o seu veículo ideal.

Finalmente, em 2005, com "Crash", apercebemo-nos que as nossas acções têm consequências na vida dos outros, quer queiramos ou não. Podem não apreciar o seu esquematismo, a montagem pré-fabricada, a narrativa compartimentada como se tratasse de um puzzle, mas não podem negar o sentimento que transpira da tela. Podemos fazer a diferença, com o mínimo sorriso, aceno, mas nunca com a indiferença.

O que nos reserva para o ano?
Até para o ano senhor Óscar.

Monday, March 13, 2006

Crítica de Cinema - Capote

"It´s like we grew up on the same house, one day i left thru the front door and he left thru the back door"

Por vezes basta um momento, uma acção, um pouco de sorte ou azar para a nossa vida tomar um rumo completamente diferente. Woody Allen explorou isso recentemente no excelente "Match Point". É certo que a vida nunca volta atrás. Pode haver remorsos nas nossas opções mas nunca se pode voltar atrás. É necessário viver com as consequências das nossas acções. E por vezes são de uma intensidade muito elevada.
Foi isso que aconteceu com Richard Hickock e Perry Smith naquele dia fatídico de 1959, em Halcomb (Kansas), quando assassinaram uma família inteira de quatro para roubar uns míseros dólares. Foi o momento que definiu as vidas deles mas não somente deles. Truman Capote foi o terceiro condenado à morte de Halcomb.

A história acompanha a vida de Truman Capote (Phillip Seymour Hoffman -um dos grande actores de Holywood) durante a escrita da sua obra prima de não ficção (como ele lhe gostava de chamar) "In Cold Blood" - A Sangue Frio.
Em 1959, e após tomar conhecimento dos assassínios de Halcomb decide deslocar-se, de New York até ao Kansas em processo de investigação para escrever um artigo para um jornal. Segue acompanhado de Harper Lee (interpretada por Catherine Keener – num papel de contenção e composição de muita qualidade), como ponte de primeiro contacto com os habitantes do interior americano. É que, realmente, Capote não era uma pessoa fácil. Era uma pessoa que deixa um sentimento de desconfiança numa primeira impressão. Isto, ainda mais, falando de uma pequena terra do interior. Mas, com excepção de alguns inimigos de estimação personalizados pelo detective Dewey (Chris Copper, sempre em grande, desta vez no papel de um detective de província homofóbico- o homem faz de tudo)., consegue conquistar a terra e decide escrever um livro uma vez que o material é muito e de grande qualidade.
Cria uma relação de profunda amizade, com fenómenos de vampirismo interesseiro associados o que lhe provoca um grave conflito na sua mente (e do qual nunca irá recuperar). É como um vampiro que suga um corpo até à ultíma gota e quando o sangue acaba chora.
Ele sabe que o exíto do seu livro depende de Perry Smith. Não o pode terminar sem ele. Por muito que se considere um escritor de grande qualidade sabe que não o pode terminar sozinho. É uma relação muito complexa de amizade (dizia-se de algo mais mas nunca foi provado), que se cria com Perry Smith (Clifton Collins Jr., outro secundário de luxo, demasiado ignorado nos prémios de interpretação por esse mundo for a, mas o nome ainda conta muito) e que num intervalo de 6 anos permite a Capote criar a sua obra prima.

Fala-se de secundários de luxo, porque o filme gira todo em volta de Capote, ou seja em volta de Hoffman. Uma interpretação verdadeiramente memorável, carregando o filme às costas. Não conheci Truman Capote (que se diz, ainda era mais exagerado nos seus maneirismos visuais e convencido na sua capacidade como escritor), mas fico com uma ideia do homem que Hoffman interpretou à sua maneira. Mais comedido e por isso, talvez, tornando-o também mais humano. No entanto, é negativo para o filme, uma vez que abafa um pouco as interpretações que apesar de brilhantes, não brilham o suficiente. Mas isto já é o problema de estrutura, na análise de uma personagem tão marcante na história e do qual nunca se livrará.

Bennett Miller também merece referência, uma vez que foge dos clichés, agora em moda, do biopic. Em vez de retratar toda a vida de Capote, decide-se por um momento, obviamente pelo seu momento mais inspirado e que determinou, a partir desse momento, o caminho a que o destinou. A elegância das imagens e uma reconstituição de época eficaz (não tem os valores de produção de “Munique”, mas disfarça muito bem) com o uso de locais isolados e sets (como na prisão, dentro de casas) e evitando grandes aglomerados ou exteriores, que significariam um aumento brutal nas despesas. Aí está patente a sua inteligência como realizador, de futuro sem dúvida.
Falha no entanto, no crescendo de tensão até ao enforcamento de ambos os assassinos em 1966, após uma tonelada de recursos. Não se sente. É apenas o culminar do filme. Que se arrasta até ao fim após os enforcamentos. Não faz sentido a continuação a partir deste momento. O final deixa também tudo em aberto, que apesar de ser lógico deixa um vazio no filme, que é apenas preenchido com a frase que Truman Capote nunca mais terminou um livro e morreu em 1984 devido a complicações com o alcool. Mas isso já é para outra história. Ela que venha (se calhar mais cedo do que o pensado).
.
Nota do Filme - Capote - 6/10

Thursday, March 09, 2006

Estreias da Semana - 9 de Março



Nesta semana temos, novamente, uma quantidade muito grande de estreias.
Quantas, perguntam?
São cerca de oito. Cerca de? Sim, porque algumas nem deveriam ser consideradas. Mas como vivemos em democracia e aí os gostos não se discutem então vou falar um pouco de todas elas.
Agora que vai haver molho, isso vai de certeza.

Temos filmes de diversas proveniências e de diversos assuntos, como:

- Um filme vindo da China, sobre o mundo
- Um filme a caminho do psiquiatra
- Um filme sequela,de manga japonesa
- Um filme de evolução, para o mesmo de sempre
- Um filme do realizador mais velho, em actividade, no mundo
- Um filme frágil
- Um filme, só, para bandidos
- Um filme, só, para todos (agora, não contem comigo!!)

O Mundo (Shijie) - O título em chinês deve ser engraçado. É pena é não o perceber. Quererá dizer mundo. Com as traduções de filmes em Portugal, nunca se sabe. Este nome do realizador, parece-me familiar, e peço desculpa pela minha ignorância, mas não me lembro de onde.
Filme realizado por Jia Zhang Ke com Taisheng Chen, Zhong-wei Jiang e Jue Jing. Eu sei que não devia ter copiado isto do cinecartaz mas não pude evitar. Só a trabalheira para passar estes nomes.

Tao está a viver um sonho no World Park, um lugar onde os visitantes podem ver monumentos internacionais famosos sem saírem dos subúrbios de Pequim. A bela e jovem dançarina e as suas amigas executam diariamente no parque espectáculos com temas sumptuosos, entre réplicas do Taj Mahal, da Torre Eiffel, da Praça de São Marcos, do Big Ben e das Pirâmides do Egipto. Tao e seu namorado, Taisheng, que trabalha como segurança no parque, mudaram-se há alguns anos para a cidade grande, vindos das províncias do Norte. O seu relacionamento entrou agora numa encruzilhada. Taisheng apaixonou-se por Qun, uma "designer" de moda que conhece numa viagem de regresso a casa. As companheiras de Tao têm as suas próprias viagens sentimentais. Xiaowei questiona o seu futuro com o seu namorado irresponsável, Niu. Entretanto, Youyou usa o romance como vantagem para as suas ambições profissionais. Nem todos os que vêm para Pequim com esperanças podem arranjar um emprego onde os jogos de SMS sejam aceites como parte da vida diária. Muitos, como o artífice Erxiao, experimentam uma realidade muito mais áspera. Mas, apesar do divertimento e da magia, mesmo os microcosmos do parque são vulneráveis à mudança. Para Tao e os que estão em torno dela, haverá casamentos e separações, lealdades e infidelidades, alegrias e tragédias.

Isto parece, pelo menos faz lembrar, uma comédia romântica com um perfume oriental. As suas tradições mas no fundo com os mesmos sentimentos e problemas. Como se costuma dizer, falam, falam (e nada se percebe mas enfim) mas no fundo dizem todos o mesmo. Seja na China ou em Portugal. Gosto muito de ti, mas...
O mas, está lá sempre.
Não conheço a filmografia de Zhang Ke por isso não o posso aconselhar a ninguém. Talvez depois de ler o Y ou o Dn de sexta tenha mais novidades. Uma pessoa sabe muito mas não pode saber tudo. Este filme é uma boa questão para o Cine-Asia. Tenho de la dar uma vista de olhos também.

Terapia de Amor (Prime) - Aqui está a invenção a funcionar nos tradutores portugueses. No fundo é para aproximar os espectadores da sala de cinema. Mostrar-lhes que isto implica amor, uma comédia romântica. Sim, porque nós não pensamos e se não lermos amor no filme não o vamos ver com a namorada ou projecto de...Ahh, então é por isso que no brokeback puseram o segredo antes. É que a gente é curioso como o caraças. Isto é só marketing.
Filme realizado por Ben Younger com Uma Thurman, Meryl Streep e Brian Greenberg (este Brian é cá um sortudo!!).

Rafi (Uma Thurman) é uma mulher bem sucedida, com 37 anos, que vive num bairro luxuoso de Nova Iorque. Divorciada, Rafi volta a descobrir a paixão e a amar como nunca amou quando conhece Dave (Bryan Greenberg), um talentoso jovem pintor de 23 anos. Rafi partilha todos os pormenores com a sua terapeuta (Meryl Streep), que a incentiva... até que descobre a identidade do novo amor da sua paciente.

Este filme deve ter sido para descompressão. É que estar sempre a fazer personagens marcantes e dificéis deve ser complicado para a Streep e a Thurman. Uma comédia romântica para descontrair. É mesmo o que me está a apetecer.
Tem que se desculpar. A profissão, para grandes actrizes deve necessitar deste momentos. Por isso não esperem nada de revolucionário. Agora deve ser interressante ver duas grandes actrizes num filme com estas características. Em relação ao brian, deve ser um momento que não vai esquecer tão cedo. Eu não esquecia.

Ghost in the Shell 2: A Cidade Assombrada 2: A Inocência (Inosensu: Kôkaku kidôtai) - Calma lá. Isto deve ser uma piada, não? Que raio de título para um filme é este. Adormeci enquanto o tentava pronunciar. E a repetição do número 2? É devido a um problema mental ou é para reforçar a ideia que é uma sequela e não o original por isso não vale a pena deslocar-te para uma sala de cinema? Acho que me fico pelo título em Japonês. Faz bastante mais sentido (Ps: Não sei uma palavra de japonês!!).
Filme realizado por Mamoru Oshii com vozes de Akio Otsuka, Atsuko Tanaka e Kôichi Yamadera.

Em 2032, a linha entre humanos e máquinas atenuou-se de tal forma que é difícil distingui-los. Batou é um Cyborgue. O seu corpo é inteiramente artificial e tudo o que resta da sua humanidade é o pouco que sobra do seu cérebro e das memórias de uma mulher chamada Major. Sendo um detective secreto do governo, Batou é encarregue de investigar o caso de uma Gynoid - um robot hiperrealista criado especificamente para actos sexuais - que tem problemas de funcionamento e assassinou o seu dono.

Pois é. A manga na sua melhor forma. Com muito sexo, violência, grande animação, sexo, violência, cores deslumbrantes, sexo, violência, histórias futurísticas, sexo, violência, robots e novas tecnologias, sexo e violência.
Acho que a opinião foi bastante explicíta. Tal como o filme. Hehehe.
Também eu vou calar-me. Aconselhável a fãs de manga. É que ver isto numa sala de cinema deve ser quase um acontecimento. Nunca estreiam por cá.

Underworld:Evolução (Underworld:Evolution) – Esta deve ser a piada do ano. Evolução? Em relação ao primeiro só pode ser porque para chegar a bom filme, vai uma grande distância. E mesmo melhor que o primeiro, duvido na mesma. Acham-me céptico? Não, sou apenas realista.
Filme realizado por Len Wiseman com Kate Beckinsale, Scott Speedman e Tony Curran.

Perseguida pelos seus, Selene - a bela e fatal guerreira vampira - procura Marcus, senhor dos vampiros, na esperança de negociar a sua própria vida. Mas cedo se apercebe que Marcus já não é o mesmo. Com a ajuda de Michael - um híbrido entre lobisomem e vampiro -, Selene tenta desvendar a todo o custo os segredos e as mentiras que estão por detrás das origens da guerra entre as duas raças. Mas algo de terrível está prestes a ser libertado; uma nova e mortífera ameaça que irá colocar toda a Humanidade em risco.

A humanidade está em risco. Fujam, pelas vossas vidas. Ainda acham que essas premissas num filme assustam alguém? Talvez nos anos 60, mas em pleno Séc XXI. Por favor poupem-nos. Só esperemos que este não dê muito dinheiro. É que se der, teremos o Underworld:Ultimate, em que o universo estará em risco. E a partir daí sabe-se lá o que virá daquelas cabeçinhas de Holywood.
Céptico, eu? É só impressão.

Espelho Mágico – O novo do mestre Manoel de Oliveira. E já vão quantos anos? 97? Este homem não pára. É mesmo uma força da natureza. E vemos entrevistas dele e ainda parece pronto para mais uns 20 anos, pelo menos.
Filme realizado pelo mestre com os habituais Ricardo Trêpa, Leonor Silveira e Michel Piccoli nos principais papéis.

Luciano, saído da prisão, foi levado pelo seu irmão, Flórido, a casa de Alfreda, uma senhora rica, para a servir. Admirou-se quando Alfreda lhe disse que o seu maior desejo era o de ter a aparição de Nossa Senhora. Agora vinha aquela abastada proprietária com as suas pretensões sublimes. Não lhe bastava ter um Aston Martin e um Jaguar na garagem e dez vestidos por estação? Alfreda disse que não descansava enquanto não visse Maria e lhe fizesse umas perguntas. Filipe Quinta, o Falsário, diz ter uma solução. Entretanto, Bahia, seu marido, ouvia música.

Admiro muito este senhor. É que ele está no livro do Guiness e pelos vistos vai lá ficar por muito tempo. Quem se pode gabar de estar vivo aos 97 anos. E ainda por cima, pensar pela sua cabeçinha ou mesmo andar. Gostava de saber o segredo.
Michel Piccoli. Alguém que desconhecia até ter lido o número da Cahiers do Cinema de Dezembro que lhe foi dedicado. Grande personagem do cinema, sem dúvida e actualmente a revista que me faz sentir um ignorante nesse mundo que é o cinema. E bem preciso de praticar o meu françês. Não a consigo ler sem um dicionário por perto.
Oliveira já não é um fenómeno de publico por cá há muito tempo mas lá por for a continua a ser adorado principalmente em França. Quem já passou para a fase seguinte de verdadeiro cinéfilo, este será um a não perder. Eu vou-me abster, uma vez que ainda estou muito verdinho para estas andanças.

Frágeis (Fragile) – Ora aqui está um nome que já não ouvia há alguns tempos. Calista Flockhart está de volta. Desde que se juntou com o senhor Ford deixou de dar sinal de vida. Mas aqui está ele, num produto duvidoso de terror.
Filme realizado por Jaume Balagueró com a Calista Flockhart (Miss Macbeal em pessoa, é verdade), Yasmin Murphy e Elena Anaya (do inerrável Van Helsing, arghhhh).

Após mais de um século em funcionamento, o hospital pediátrico de Mercy Falls vai fechar, mas por causa de um acidente de comboio, a mudança é mais prolongada do que o esperado. Amy (Calista Flockhart) é uma jovem enfermeira, enviada de Londres para ajudar, que rapidamente percebe que algo assombra aquele lugar. Algo cheio de dor. As crianças estão nervosas. E têm medo. Chamam-lhe "a Menina Mecânica". Dizem que esta criança vive no 3.º piso, o piso que foi fechado e selado há mais de 40 anos. Aos poucos, esta presença começa a fazer-se notar, tornando-se agressiva, movimentando-se pelos corredores, aparecendo nas sombras. Porque o hospital guarda um segredo, algo terrível que regressa do passado. Algo que não devia estar lá.

Mais uma repetição do “Sexto Sentido”. Ainda há paciência para isto. O diálogo “I see dead people” só teve piada da primeira vez. Por favor deixam o rapaz descansar.
Isto teve honras de Fantasporto. O que quer dizer que terá alguma qualidade ou que o mesmo se anda a vender cada vez mais barato. Estou a tender mais para a segunda opção mas posso estar enganado como muitas vezes, anteriormente. Eu não sou como determinado senhor que, nunca se engana e raramente tem dúvidas. Mas…

Bandidas – Temos de dar a mão à palmatória. A junção destas duas senhoras é explosiva. E sexy e deve ser bonito de se ver. O problema deve estar, mesmo, para o lado do argumento.
Filme realizado pela dupla Joachim Roenning e Espen Sandberg (parecem vindos de um país nórdico, directamente para o matadoiro de Holywood) com Salma Hayek, Penelope Cruz e Steve Zahn (aqui está um gajo com piada sempre no filme errado).

México, 1880. Sara Sandoval (Salma Hayek), filha de um rico banqueiro, e María Álvarez (Penélope Cruz), filha de uma família de camponeses, têm muito pouco em comum, à excepção da sua cultura mexicana. Até ao dia em que aparece Tyler Jackson, um representante de um banco nova-iorquino, que tenta apropriar-se ilegalmente de terras mexicanas de forma a permitir a expansão dos caminhos-de-ferro norte-americanos. Determinadas a vingar os seus pais e a proteger as terras dos camponeses, as duas sedutoras mulheres transformam-se em justiceiras, as "Bandidas".

Além de ver duas mulheres latinas belíssimas no ecrã de cinema, juntas, isto terá mais algum interesse? Dificilmente. Quando os realizadores são, supostamente amadores, também não ajuda. Para passar um bom tempo numa sala deve escapar, até porque as vistas são boas, mas além disso não passa. Entretenimento, só para pessoas pouco exigentes.

Todos ao Monte (Yours, Mine and Ours) – Esta tradução até saiu engraçada. Realmente uma tradução literal do título sairia mais para o rídiculo. Por isso parabéns aos senhores tradutores, neste caso. Agora voltemos ao filme.
Filme realizado por Raja Grosnell (um dos realizadores mais chunga de Holywood) com Dennis Quaid, Rene Russo e Sean Faris (será irmão da Anna Faris, quem sabe?).

Frank Beardsley (Dennis Quaid), um viúvo com oito filhos, e Helen North (Rene Russo), a sua antiga paixão dos tempos de liceu, reencontram-se, apaixonam-se e resolvem casar. Frank e Helen estão convencidos que nada os voltará a separar. Mas os seus 18 filhos, incapazes de conviverem, pois os Beardsley são terrivelmente disciplinados e os North são totalmente desregrados, decidem criar um plano para acabar com o casamento.

Pois é. As comédias familiares estão de volta e em força. Esperem, nos próximos tempos mais uma enxurrada. Isto até o pessoal se aperceber que o filão acabou. E como por enquanto,ainda vai dando uns trocos, não fazem tenções de cortar o mesmo.
Para mal dos nossos pecados. Sem mais comentários.

O conselho desta semana vai para um filme que estreou a 2 de Março, uma vez que esta semana as estreias são em quantidade mas não em qualidade. Por isso, esta semana, o conselho é “Boa Noite e Boa Sorte”.

Até para a semana e bons filmes .


Wednesday, March 08, 2006

27th Portuguese Box-Office Analysis

Week after week, i come back to talk about the movies that are moving Portugal. In this case to the cinema dark room.
And this week we have 1 new films at the top 10 spots and one very close to it. That last one was a big dispointment but one that was already expected. Just not that bad.
And yes, we have a new number one. I wasn´t expecting a opening this strong for the film. It did really impress, considering it was voted one of the worst films of 2005 in the U.S.

This week counted 220603 spectators (A 3% drop from last week) in theathers all across the country for the top ten movies. We are having a February with small drops from week to week. A kind of stagnation at the 220000 spectators/week. Not impressive but not bad either.

We are considering the week between 16 to 22 of February

Legend

Position/Movie
TheatherCount
Spectators (Week)
Percentage of spectators Drop (-) or Rise (+)
Spectators (Total)
Week of Release

1. Aeon Flux
34
41609
-
41609
1st Week

2. Munich
49
32107
-37%
159692
3rd Week

3. Brokeback Mountain
29
30697
-33%
76654
2nd Week

4. Syriana
23
25303
-
25303
1st Week

5. Bambi 2
26
24335
-
24335
1st Week

6. Rumor has it...
21
15658
-25%
36634
2nd Week

7. Match Point
23
15577
-35%
154725
5th Week

8. Derailed
26
12149
-35%
30833
2nd Week

9. Pride and Prejudice
28
11787
-35%
127951
5th Week

10. Memoirs of a Geisha
17
11381
-26%
74028
4th Week

The Champion:

And it´s a surprise. I didn´t expect it to do so great but i guess Miss Theron really has some leverage here in Portugal. When a movie is bashed or ignored by the critics, voted one of the worst of the year and still goes number one makes one wonder. Or maybe not.
With 41609 spectators for the week, "Aeon Flux" managed to take the number one spot from "Munich". It won´t top it but at least it beat it for one week, hehehe.

The New Players:

At number 4 we have "Syriana" and considering it is a Political thriller i wasn´t expecting to see it this high. A political conscience is forming around the world. When like 6 years ago, we weren´t political, now everyone has it´s opinion. It´s the world we live in. Terrorism brought, with it, awareness of the world. It´s sad we needed terrorism to get it.
It got 25303 spectators in it´s first week. An ok opening.

"Bambi 2" at number 5. The sequel to one of the biggest animation classics. It really is that big. It´s was a gigantic task to improve on the original, ok it was impossible but the movie opening to show kids how animation was in the past is a great oportunity to them. If i was a kid i wouldn´t miss it. At least if i was a father i would bring my son to see it. Since i´m not i tend on buying the special edition in DVD if Bambi 1.

For 350 spectators, it´s out of the top 10 movies is "Walk the Line", in number 11, the story of Mr Jonhy Cash. I had already told that Cash is relatively unknown in here. Nobody knows who he is and what he stands for. So it was always a bad choice to open the movie here. With 11031 spectators in 26 theathers it´s a very bad opening. maybe Reese oscar will bring it some glory, but it won´t bring much.

Finally the last opener, we have "The Three Burials of Melsquiades Estrada". Tommy Lee Jones in it´s directorial debut in cinema, does the amazing and the not expected. A good movie. At least by the critics opinion since i haven´t seen it. And cannes can´t be wrong right? Wrong. Sometimes it was but like any awards they always get them wrong in our opinion. It managed 2758 spectators and the number 17 spot.

Next Week we Will Have:

- "Capote" (it won´t open that big since it didn´t open in many theathers. But a number 4 spot is higly possible)
- "Mr Henderson presents" (won´t enter the top 10 spots. but a number in the 20 is possible)
- "Transamerica" (Transexuals and oscar noms doesn´t mean people going to see it. It will pass unoticed. Maybe a number 10 but hardly)
- "Zathura" ( a place in the number 8 would be a great result, but...)

No big openers next week.
But we will see. Sometimes we get surprised.

See ya next week.

Tuesday, March 07, 2006

Crítica de Cinema - Syriana

"If anything happens to me, your kid will be killed, your wife will be killed in front of you and then you will be killed. Do you understand? "

Somo capazes de qualquer coisa para salvar a nossa vida, o nosso bem mais precioso. Mas por dinheiro tudo é possível também. Filme mosaico, muito similar (um dos seus defeitos) a "Traffic" só que em vez de analisar o mundo da droga, analisa o mundo do petróleo ou ouro negro. E os negócios que por lá se passam são ainda mais escuros que o próprio crude.

O filme acompanha um leque de personagens e histórias que se entrecruzam entre si.
Uma delas acompanha o agente da CIA Bob Barnes (Clooney), que é enviado em missão (supostamente a ultíma antes de arranjar o descanso necessário) para assassinar um príncipe arábe problemático para a agenda americana. Noutra Bryan Woodman (Dammon) é um analista/consultor duma empresa especialista em assuntos petrolíferos e que sofre um forte drama pessoal. Noutra Benett Holyday é um advogado bem sucedido, mas que muito ambiociona, de uma firma grande na área de petróleos e que procura alargar a sua influência no Médio Oriente. Finalmente Wasim Khan (Munir) é um jovem, sem trabalho, que é recrutado para uam organização terrorista.
A ligação entre todas as histórias faz sentido é verdade, mas não emociona. O que faz falta a este bom argumento é um realizador de peso. E Gaghan, apesar de ser um bom argumentista, não o é. O que Spielberg fez no esquematismo de "Munique", Gaghan não conseguiu fazer com este Syriana.

Clooney, quase irreconhecível, faz de homem desesperado. E um homem encurralado é um homem assustador. Apenas tarde de mais se apercebe da trama que o segue e que culmina no final explosivo. Clooney (recém-vencedor do Óscar) convence mas não deslumbra. Obviamente e como o próprio disse foi um prémio de consolação por tudo o que fez este ano.
Dammon, numa interpretação verdadeiramente sofrida, impressiona bastante mais. A dôr de um pai sempre no seu olhar, mesmo quando em negócios, após o acidente que marca o seu destino.
Jeffrey Wright, a confirmação de um grande actor, num papel contido mas implacável mostrando que pode fazer de tudo.
Mazhar Munir, um grande actor, no seu primeiro grande papel. O problema é que papéis de árabes não abundam no mundo cinematográfico, mas quem sabe.
O leque de secundários é de luxo, como por exemplo Chris Copper, Christopher Plummer e Amanda Peet. O problema é que a maior parte dos restantes não passam de personagens ocas. A encher o ecrã. Carne para canhão por assim dizer.

Esta análise de Syriana pareceu-vos um pouco esquemática demais não?
É que eu não consigo disfarçar, e quando um filme não me toca emocionalmente tendo a esquematizar as críticas. É uma argumento interessante (nada de revolucionário, até repetitivo), com bons actores mas que não nos envolve. A problemética do Médio Oriente é algo que me preocupa sinceramente, mas este filme nada me diz que eu já não soubesse. E à excepção do momento final explosivo e de um monólogo de Dammon de como estará o Médio oriente daqui a 100 anos pouco ficou do filme.
E de uma temática tão marcante no mundo actual é muito pouco. Espera-se sempre mais. Quem sabe ao segundo filme sobre o assunto seja de vez.

Nota do Filme - Syriana - 5/10