Your Place for cinema

Thursday, February 23, 2006

Estreias da Semana - 23 de Fevereiro

Mais uma semana de novos filmes
Hoje esperam-nos cinco novas estreias.
Por exemplo:
- Um filme de um homem (muito muito mas mesmo muito estranho)
- Um filme, declaração de amor a uma localidade
- Um filme com história do teatro britânico
- Um filme de transsexuais com problemas de todos
- Um filme Jumanji com naves espaciais acopladas


Capote – 5 estrelas na revista Empire. Isto é coisa para entusiasmar qualquer um. Este tipo de filme, autobiográficos não me chamam muito ao cinema. Mas acho que vou mudar de opinião com este.
Filme realizado por Bennett Miller com Phillip Seymour Hoffman (no papel de Capote – dizem que com uma interpretação divinal), Catherine Keener e Chris Copper (é minha impressão ou este homem entra em todos os filmes, só agora de cabeça lembro-me do Jarhead, do Syriana e sem pensar muito).

Em Novembro de 1959, Truman Capote, o autor de "Breakfast at Tiffany''s", lê um artigo numa das últimas páginas do "New York Times" sobre o homicídio de quatro membros de uma família do Kansas. A história prende-lhe atenção, pois Capote acredita que nas mãos do escritor certo a realidade pode ser tão apaixonante como a ficção. Convence então a "New Yorker" a publicar a história e viaja para o Kansas para acompanhar a investigação. A sua voz fina, maneirismos e modo de vestir pouco convencional dão origem a hostilidade numa zona do país que ainda se vê como parte do Velho Oeste. Mas aos poucos, Capote consegue ganhar a confiança dos locais, sobretudo a do agente Alvin Dewey, que lidera a investigação e a caça aos assassinos. Apanhados em Las Vegas, os homicidas - Perry Smith e Dick Hickock- são devolvidos ao Estado do Kansas onde são julgados e condenados à morte. Capote visita-os na prisão. À medida que os vai conhecendo, descobre que aquilo que inicialmente tinha sido pensado como um artigo de revista cresceu e deu lugar a um livro - um livro que poderia tornar-se um dos mais importantes da literatura moderna.

Sempre foi esse o objectivo de Capote, escrever um dos mais importantes livros da literatura moderna. Era um obstinado, sonhador e como todos os génios não batia bem da tola. O filme centra-se no período da sua vida em que escreveu o livro “In Cold Blood” e não um resumo do que se passou em toda a sua vida. Com esta opção o filme ganha logo muitos pontos. O momento chave da sua vida é retratada, toda a restante gira em torno desse momento e depois que nunca mais se encontrou com a sua escrita até à sua morte. Hoffman, dizem que não imita totalmente Capote porque isso seria muito exagerado, o chamado overacting, que era o que Capote sempre foi na vida. Tinha de dar sempre nas vistas e fazia por isso.
E parece que o filme vale mais do que apenas por Hoffmann. Essa vou confirmar no escurinho da sala de cinema.

O Céu Gira (El Cielo Gira) – Um documentário espanhol sobre uma aldeia do interior desertificada. Os mais novos não querem ficar e migram para outras paragens onde a vida seja melhor. Não soa a dejá-vu? E bem aqui ao nosso lado.
Filme realizado por Mercedes Alvaréz

Na Aldealseñor, uma aldeia de Soria, em Espanha, restam hoje 14 habitantes. São a última geração, depois de mil anos de história interrompida. Hoje, a vida continua. Em breve, vai extinguir-se sem deixar testemunhas. Os vizinhos da aldeia e o pintor Pello Azteca partilham algo: as coisas começaram a desaparecer diante dos seus olhos. A narradora volta então às suas origens e assiste a esse final, ao mesmo tempo que procura recuperar a primeira imagem do mundo: a da infância. "O Céu Gira", Melhor Filme nos Festivais de Roterdão, Paris e Buenos Aires, onde ganhou também o Prémio da Crítica Internacional, é o primeiro documentário da realizadora Mercedes Álvarez e um retrato intimista, delicado e divertido sobre a aldeia em que nasceu.

Tenho que admitir que a premissa deste documentário é muito interessante. O regresso à terra que a viu nascer e que tem morte anunciada. Soa a uma declaração de amor a um lugar que vai continuar a existir fisicamente mas em que os afectos desapareceram. No fundo a morte também atinge habitações quando os afectos as abandonam. Não têm nada porque viver. Isto soa-me a filosófico mas também a uma grande beleza. Se a oportunidade surgir quero dar-lhe uma vista de olhos. Nem que seja daqui a uns anos numa sessão no canal 2:.

Mrs. Henderson Presents – O regresso (mais uma vez) de uma lenda britânica Dame Judi Dench. É sempre um prazer revê-la. Seja em que filme for. E realmente a mulher não para.

Londres, 1937. Laura Henderson (Judie Dench), uma mulher de posses e excelentes conhecimentos, ficou recentemente viúva e sente-se muito aborrecida. Aos 69 anos, tem demasiada energia e vitalidade para ser uma simpática viúva. Segundo a sua amiga Lady Conway, ela precisa de um "hobby": uma colecção de diamantes, por exemplo, ou acções de caridade. Mas, para surpresa dos seus amigos, ela decide comprar um teatro - o Teatro Windmill, situado no coração do Soho. Sem saber como gerir um teatro, a Sra. Henderson contrata um director: Vivian Van Damm (Bob Hoskins), um especialista que fica chocado pela extravagante, provocadora, excêntrica e por vezes ultrajante viúva. Van Damm proíbe-a de ir aos ensaios, mas a Sra. Henderson disfarça-se, primeiro de governanta chinesa e depois de urso polar, para poder espiar os ensaios. Esta relação de amor-ódio irá ter um impacto explosivo e trazer uma inovação histórica ao teatro britânico. Van Damm cria o Revuedeville, ou seja, um espectáculo de variedades contínuo, que é um sucesso. O Windmill está sempre a abarrotar, até que os outros teatros decidem copiar a fórmula. Eis então que Laura Henderson toma as rédeas e envereda por outro tipo de espectáculo, colocando raparigas nuas no palco!

O advento de uma mudança radical do teatro britânico sempre tão púdico e que esta Sr Henderson, conseguiu transformar. Numa verdadeira orgia visual. E parece que há “gajas”, perdão, senhoras que mostram as mamas, perdão, os seios. Ahhhhh, pois é, perdão. Está correcto.
A senhora Dench foi nomeada, o que é sempre uma aposta segura, independentemente do que faça. É uma senhora Actriz. Aconselhável, principalmente, a quem isto da história teatral interessa particularmente. Aos restantes poderá não ser suficiente. Para mim não o é, por isso…

Transamerica – O desabrochar de uma daquelas actrizes que andam desaparecidas do radar e que de um momento para o outro. Aconteceu o ano passado com a Virginia Madsen, que renasceu das cinzas, qual Phoenix. Este ano cabe a Fellicity Huffmann, ressuscitada de “Donas de Casa Desesperadas”.
Filme realizado por Dunca Tucker com Felicity Huffman, Kevin Zegers e Fionnula Flanagan.

Bree (Felicity Huffman) é uma mulher transexual com uma educação superior que vive num bairro pobre de Los Angeles e tem dois empregos para poder pagar uma cirurgia de transformação sexual final. Um dia, ao receber um telefonema de Toby, um adolescente à procura do pai e que se encontra preso, Bree, escandalizada, descobre que um desastroso encontro heterossexual, durante a sua vida como homem, resultou num filho. O instinto de Bree diz-lhe para virar as costas ao passado, mas a sua terapeuta insiste que ela deve enfrentá-lo... Com muito custo, Bree parte para Nova Iorque para pagar a fiança e tirar Toby da prisão. Aí, quando descobre o que Toby planeia fazer da vida, resolve oferecer-lhe uma viagem pelo país até Los Angeles, onde a sua tão aguardada operação a espera, sem nunca, contudo, revelar-lhe o seu duplo segredo: que é um "homem" e é seu "pai". Nessa viagem, entre manipulações e chantagens, Bree tenta "corrigir" Toby a todo o custo.

Isto é um pouco redundante. Uma transsexual prestes a corrigir um engano divino (passar de homem parcial para mulher total), tenta corrigir o seu filho a mudar a sua maneira de ser. Isto cheira a conflito de interesses. E é difícil convencer alguém de alguma coisa quando nós próprios temos uma agenda nossa. E que tamb´me implica mudança. A ideia do filme é bastante interessante e ver uma actriz no topo da sua qualidade também o é. Este é o “Being Julia” do ano passado ou o filme aguenta-se por si próprio? Essa é a verdadeira questão.

Zathura – Aventura no Espaço (Zathura) – Aqui está o bom costume português, dos tradutores, de acrescentar ao títulos algo que resuma um filme. Este é no espaço e é uma aventura logo chamasse-lhe Aventura no Espaço. Rídiculo
Filme realizado por Jon Favreau com Jonah Bobo (este em Portugal, coitadito era humilhado na escola), Josh Hutcherson, Dax Shepard e Tim Robbins (num pequeno papel de pai de um dos protagonistas).

Depois do pai (Tim Robbins) os deixar entregues ao cuidado da irmã mais velha, Danny, de seis anos e Walter, de dez, ficam aborrecidos e irritados. Acabam por descobrir um velho jogo chamado "Zathura" e Danny resolve começar a jogar. Logo na primeira jogada, o rapaz percebe que há algo de anormal com o jogo: o seu peão move-se sozinho e quando pára numa casa aparece a seguinte mensagem: "Chuva de meteoritos, execute uma manobra defensiva" e... pouco depois, a casa começa a ser bombardeada por meteoritos. E quando Danny e Walter olham através do buraco do telhado, descobrem, horrorizados, que estão em pleno espaço sideral.

Isto faz lembrar um pouco o Jumanji ou não? É bem capaz, uma vez que foi escrito pelo mesmo autor, só que passando a accção para o espaço. Este foi mesmo para ganhar mais uns cobres com as mesmas histórias. Isto é que é inteligência ou falta dela.
Produto requentado Holywoodiano e se não estivesse lá o Favreau era já de descartar. Mas é capaz de ter alguma piada, mas mais para adolescentes. Rumores Empire dizem que os actores míudos do filme são péssimos. Se não és adolescente não digas que não te avisei. A esquecer.
Esta semana o conselho vai para o “Capote”.
A não perder.

Até para a semana.

Tuesday, February 21, 2006

25th Portuguese Box-Office Analysis

This is week number 25. A round number and a proud one for me. I hanged on for 25 numbers.
Hope to continue doing it.
And i also hope someone actually reads this stuff. It´s a bit, hard work, but it´s done with love.
The numbers were corrected comparing the numbers from last week and this week taken from www.icam.pt.

This week, we have a new number one. Considering the openers, it´s easy to know which one did it. And with a very long margin for the second place movie.
With 218729 spectators for the week at the top ten spots and a 23% rise in numbers. This was a very good week for cinema in Portugal.

We are considering the week between from 2 to 8 of February

Legend

Position/Movie
TheatherCount
Spectators (Week)
Percentage of spectators Drop (-) or Rise (+)
Spectators (Total)
Week of Release
1. Munich
54
76813
-
76813
1st Week

2. Match Point
24
31338
-19%
115206
3rd Week

3. Pride and Prejudice
33
24925
-19%
98035
3rd Week

4. Memoirs of a Geisha
16
22027
-12%
47332
2nd Week

5. Fun with Dick and Jane
37
20541
-7%
181621
5th Week
.
6. Saw II
36
14069
-29%
62245
3rd Week
.
7. Jarhead
31
8543
-38%
77551
4th Week
.
8. The Libertine
16
8486
-11%
18068
2nd Week
.
9. Wolf Creek
13
6335
-
6335
1st Week
.
10. The Dark
10
5652
-
5652
1st Week
.


The Champion:

And the number one spot goes to Mr.Spielberg, with his latest film "Munich". And by a gigantic margin from the number 2 spot, with 76813 spectators. The "birth" of terrorism and the present threat did wonders for the film here. Despite the lack of anykind of marketing it opened very well. The mixed reviews by critics might hurt the film a bit, in it´s next week but I believe it will do a great run here, comparing with the bad run in the U.S.A.

The New Players:

“Wolf Creek” won the championship of new horror movies. Unfortunately that is not very good news, since it opened at number 9 with only 6335 spectators. I opened worse than “The Descent” and with a higher number of theathers. We can say flop, without sounding bad.

“The Dark”, the other horror thriller opening this week, did even worse. They couldn´t unsettle the horror champion “Saw II”. With only 5652 spectators and a trailer so bad I couldn´t understand what the hell was the film about. Another bad Hollywood horror rehash of no fear whatsoever. The great flop would describe it better.

“Rent” as predicted, is nowhere to be seen. It didn´t even get a top 20 spot. And it disapeared very quickly from theathers.

The Other Players:

At number two, and continuing a very strong run is “Match Point”. With a small drop of 19% to 31338 spectators, it´s dazzling the portuguese crowd with the return, to form, of Mr. Allen. It really is a great movie and cinema all around. I can´t stop saying it, I know.

“Pride and Prejudice” at number 3 with 24925 spectators and an equal drop of 19% managed to secure the third place. I was wrong. Portuguese people really love corsets and ancient love. The one they could depend on. It´s nothing like the old times.

Holding very strongly was “Memoirs of a Geisha” in the number four spot. With only a 12% drop, to 22027 spectators, it did attract many people in it´s second week. The word of mouth of it´s beautiful photography and scenarios was louder than the one about the lack of emotion of the film. It really is woderful to behold but at the end of it nothing exciting stays Just the imagery.

At number 5 we have “Fun with Dick and Jane”. It managed 19305 spectators and a very small drop of 7%. Amazing numbers for Mr. Jim Carrey.

“Saw II” in number 6 won, the horror championship, despite the competition. With a 29% drop and 14069 spectators.

With the biggest drop in number of spectators (38%) to 8543, “Jarhead” managed to hold, by an inch, the number 7 spot.

Finally at number 8 is Jonhy Depp´s latest “The Libertine” with a 11% drop to 8486 spectators. An ok perfomance. Really thankx to Mr Depp, if not the movie would do terribly.

Next Week we Will Have:

- “Brokeback Mountain” (Will encounter some resistance due to it´s nature and the subject it attends too. Maybe a number 2 but a number 3 is more likely)
- “2 for the Money” (won´t do very good. It´s only Pacino in auto-pilot. Maybe in number 9 or 10)
- “Derailed” (few theathers, so not much chance. Number 7.)
- “Rumor has it…” (the same problem. Aniston times 2 equals, not much money and few theathers. But it will get a spot at the top spots but a low one)

And that´s that.

See ya next week.

Monday, February 20, 2006

Crítica da Semana - Munique

"Our Worst fears came true: They are all dead"

O que fica do filme é morte. Do primeiro ao ultímo plano, tudo tresanda a morte. Um pouco forte? Talvez, mas neste filme, nunca Spielberg foi tão cru, tão negro, tão desconfortável (Nem mesmo em "Lista de Shindler").
Obviamente isto não agradou a todos os fãs do "mestre" do blockbuster. Porque "Munique" não é um blockbuster, nem sequer teve direito a uma campanha de marketing agressivo (inclusive as sessões de apreentação à imprensa foram muito, muito discretas para os tempos que correm). É um projecto pessoal e que muito diz a Spielberg. Foram muitos anos a tentar pôr o projecto de pé, enquanto outros o atropelavam e lhe passavam à frente. Porque é difícil por um projecto deste tipo de pé. Mesmo para um dos mais conceituados realizadores de Hollywood.
.
O filme conta o trajecto de Avner Kaufmann. Desde a idade da inocência (vingança em mente)até se tornar indiferente. O poder da morte vai muito para além do momento, prolonga-se no tempo e espaço. Dela não há escape.
Golda Meira (primeira ministra israelita - composição fria, calculista mas maternal de Lynn Cohen), após o assassinato de 11 israelitas durante os Jogos Olímpicos de Munique, decide responder com uma campanha de vingança. Por cada israelita morto, um palestiniano, tem de morrer. É formado um grupo, com essa responsabilidade, por 5 membros, com especialidades diferentes, liderados por Avner (Eric Bana - cuja interpretação ganha corpo apenas na segunda parte do filme, da indiferença e cansaço no seu rosto). Todo o dinheiro e condições são disponibilizados para cumprir esse objectivo. Mas nem sempre o que parece fácil, o é realmente.
.
O filme é muito esquemático, quando pediria no meu ver, um crescendo no seu caos. Ou então um crescer na sua indiferença. No filmar da indiferença. Na primeira parte, temos um encadear de um determinado número de assassínios, que ao fim de um tempo se tornam repetitivos. Mas Spielberg tem o bom senso de não continuar e introduzir algumas cenas memoráveis como a ida, para o mesmo esconderijo de um grupo de palestinianos terroristas, quando já lá está o grupo de Avner. A tensão criada é tanta, que chega a doer (aquele olhar de Daniel Craig é bem poderoso, senhor Bond). Mas também se vê que o diálogo é possível entre as duas parte. No fundo, o desejo de ambos é o mesmo. Ter uma casa e nada mais. É este o ponto de viragem do filme e da sua personagem principal. Os terroristas ganham cara, em Ali, e Avner questiona o que está a fazer. Será mesmo este o caminho?
É muito desconfortável, sendo o culminar na cena do assassinato da holandesa por vingança (não percebi bem aquela arma) que deixou marca.
O casting de actores é excelente e isso todos temos de concordar desde Eric Bana, a Ciaran Hinds, Hanns Zickler, Daniel Craig e Kassovitz. Apenas Geoffrey Rush soa um pouco a forçado mas sem comprometer. Como em qualquer filme de Spielberg, a qualidade da produção é excelente e sem mácula em todos os aspectos.
Também é, infelizmente, rídiculo, com a cena de sexo final de Avner com a mulher intercalada com o massacre dos atletas israelitas em Munique. Percebo a ideia de Spielberg mas realmente foi uma má opção.
Mas por alguns erros que cometa, não consegue fazer um mau filme. É contra a sua natureza. Algo, sempre, nos envolve.

É uma lição. A vida leva, inevitavelmente à morte. Mas a morte pode ter duas respostas. A vida ou a morte. Existe a opção de escolha. Uma apenas perpetua a outra tornando a vingança num círculo vicioso que cresce e aumenta em violência.
O plano (muito falado) final do filme só o confirma.
Ainda estamos a tempo de escolher o caminho da vida.
Até quando?
Nota do filme: "Munique" - 8/10

Thursday, February 16, 2006

Estreias da Semana - 16 de Fevereiro

As nomeações aos Óscares estão outra vez em destaque nas estreias desta semana. Dois filmes apresentam algum tipo de nomeação. Outro é um consagrado da ultíma edição de Cannes. Mas ainda existe mais. Muito mais.
Seis estreias compõem os filmes que surgem esta semana entre nós:

- Um filme sobre lendas do "Country"
- Um filme com um fluxo duvidoso
- Um filme que vem e (pouco) vive
- Um filme de um homem azarado (ser enterrado três vezes?)
- Um filme de uma lenda da animação
- Um filme sobre os meandros do ouro negro (não é do Duo é mesmo do outro)

Walk the Line - Um biopic vindo de Hollywood. Parece que todos os anos têm de vir uns quantos. E o que vem em demasia começa a cansar. Parece que este é melhor que o habitual e resume-se a uma história de amor? Biografias de Hollywood não é mesmo comigo mas pode estar aqui algo de especial.
Filme realizado por James Mangold com Joaquin Phoenix e Reese Witherspoon nos papéis de Jonhy Cash e June Carter. Conta ainda com Ginnifer Goodwin.

A história inesquecível e electrizante de Johnny Cash, desde a sua juventude numa fazenda do Arkansas até ao sucesso dos famosos Sun Studios, em Memphis, em que gravou canções imortais, ao lado de Elvis Presley, Jerry Lee Lewis e Carl Perkins. E a história de amor com June Carter.

O filme foi aclamado nos Globos de Ouro com 3 prémios, tanto para os seus interpretes principais como para melhor filme (comédia ou musical). Todos sabemos da preferência da academia por interpretações em biopics. Eu já lhe chamo o caça prémios. Quem quer ganhar um prémio tem de fazer um biopic, seja lá de quem for. É que basta olhar para os nomeados deste ano e de outros anteriores. E principalmente quem tem sempre ganho (olhem o Ray do ano passado).
Poderá ser um perseguição minha ao biopics? Talvez seja preconceito. Talvez seja mesmo difícil entrar numa personagem. Mas para mim isso parece mais imitação que actuação. Não é ser actor, é ser imitador. E a gente precisa de bons actores.
Acho que o filme vai dizer pouco aos portuguese mas posso estar enganado (a mim pouco me diz).

Aeon Flux - Já com a visualização do trailer fiquei muito duvidoso desta daptação de uma famosa BD. Ainda mais fiquei quando na Rolling Stone foi escolhido como pior filme do ano de 2005. As conclusões são fáceis de tirar...
Filme realizado po Karyn Kusama com Charlize Theron (nitidamente à caça de papel (do verdinho)), Marton Csokas e Jonhy Lee Miller (este não foi aquele 1ºmarido da Jolie?)

Baseado numa série criada por Peter Chung para a MTV, "Aeon Flux" é um "thriller" de ficção científica. Estamos em 2415, numa sociedade governada por um grupo de cientistas. Charlize Theron é Aeon Flux, uma operacional de um grupo de rebeldes que é enviada numa missão que tem por objectivo matar um governante.

Agora a sério, alguém levou a sério o trailer deste filme. Foi a cena mais ridícula, da actriz mais hipervalorizada (sem razão) de todos os tempos. A Theron com o Óscar só porque ficou muita feia!!! Essa foi das mais rídiculas da academia dos ultímos tempos. E este ano novamente nomeada. Não havia alguém melhor? Ou nem se preocuparam em procurar?
Já sabem a minha opinião. A esquecer totalmente. Para ver um bom filme de espectáculo existirão muito melhores opções nos próximos tempos.

Vai e Vive (Va, Vis et Deviens) - Uma coprodução de quatro países. Isto é que é globalização. Não faço a mínima o que o título significa mas implica um dos maiores problemas políticos da actualidade. A criação do estado de Israel.
Filme realizado por Radu Mihaileanu com Yael Abecassis, Roschdy Zem e Moshe Agazai.

1984. Milhares de africanos oriundos de 26 países devastados pela fome encontram-se nos campos do Sudão. Numa iniciativa conjunta de Israel e dos Estados Unidos, é levada a cabo uma acção - a acção Moisés - para levar os milhares de Judeus etíopes para Israel. Uma mãe cristã obriga então o seu filho a declarar-se judeu para o salvar da fome e da morte. O rapaz chega à Terra Santa. Declarado órfão, é adoptado por uma família francesa sefardita que vive em Telavive. Vive no medo que o seu segredo, a sua dupla mentira, sejam descobertos: ele não é nem órfão, nem judeu, é apenas negro. Ele vai descobrir o amor, a cultura ocidental, o judaísmo, mas também a guerra e o racismo dos territórios ocupados. Vai tornar-se judeu, francês, israelita... uma verdadeira torre de Babel. Mas ele nunca esquecerá a sua verdadeira mãe, que ficou sozinha nos campos e que ele sonha um dia poder reencontrar.

No fundo é a eterno desejo do homem de família. Por muito que se diga que não é necessária ou que a não queremos, a família faz parte de nós. Está no nosso DNA. Temos de ter um porto de abrigo. Seja em Portugal no sossego da nossa casa ou em Israel no meio de uma autêntica bomba relógio. E este filme trata do drama de alguém que vive uma mentira. Que não é Judeu mas é tratado como tal, para o bem e para o mal.
É sempre difícil viver uma mentira, ainda mais quando longe da família. Da nossa pedra basilar.
Filme estreado em altura certa, após a estreia de Munique. Com o problema Israel como sempre ao rubro. Quando é que deixará de estar? Será sempre um filme sobre esta temática a estrear na altura correcta? Espero que um dia se torne desactualizado. É porque a paz finalmente chegou à terra Santa.

Os Três Enterros de um Homem (The Three Burials of Melquiades Estrada) - Posso ser só eu, mas acho que não mencionar o nome do homem no título tira identidade ao filme. Torna-se subjectivo e obviamente o filme perde com isso. Mais uma tradução correcta mas que perde em relação ao original. Todos as semanas, infelizmente, acontece uma.
Filme realizado por Tommy Lee Jones com Tommy Lee Jones, Barry Pepper e Julio Cedillo.

O corpo de Melquiades Estrada é encontrado numa vala no meio do deserto, onde foi rapidamente largado após ter sido assassinado. Sem se preocuparem em encontrar o responsável pelo crime, as autoridades sepultam-no no cemitério local. Pete Perkins, capataz de um rancho local e melhor amigo de Melquiades, decide enfrentar o seu assassino. Pete obriga o assassino a transportar o cadáver de Melquiades até à sua terra natal, no México, oferecendo desta forma ao seu finado amigo uma viagem memorável até ao seu terceiro enterro.

Filme premiado em Cannes e ignorado para os Óscares. Já não seria o primeiro grande filme a que isto aconteceu. Todos sabemos que Cannes e Óscares não combinam, a não ser no glamour. os méritos artísticos são sempre muito distintos. tanto que num deles o Juri é sempre diferente e por isso escolhe obras diferentes todos os anos. Nos óscares a história já é outra. São sempre os mesmos (parece que têm uma pala nos olhos e só vêm o que lhes dizem para ver).
Vi ontem na 2: os bastidores do filme e admito que gostei das imagens e da história de vingança do filme. Promete, agora o complicado vai ser achar uma sala onde esteja em exibição...

Bambi 2 - O Grande Príncipe da Floresta - O regresso de Bambi. Obviamente, nunca com o impacto daquele primeiro filme (um verdadeiro clássico da animação e que não quer esconder nada das crianças. Mesmo a morte. Outros tempos...).
Filme realizado por Brian Pimental com vozes de Patrick Stewart (do Star Trek), Alexander Gould e Anthony Ghannam.

"Bambi 2" segue o jovem Bambi depois da morte da mãe. Entregue aos cuidados do pai, o Grande Príncipe da Floresta, vai crescer e viver muitas aventuras, rodeado dos seus amigos Flor, Tambor e Falina. Bambi terá ainda de provar ao pai que ele tem todos os motivos para se orgulhar da sua pequena cria.

Este é um daqueles clássicos da Disney que já há demasiado tempo estou a adiar comprar, o Bambi. É um grande filme não apenas só para crianças mas também para apreciadores de grande animação, da já saudosa animação tradicional. Uma verdadeira Obra-Prima. Agora chega o bambi 2 para o dar a conhecer às novas gerações habituadas a pokemons e beyblade (alguém percebe alguma coisa daquilo - piões a girar é giro???).
Vão ser dificeis de conquistar mas pelo menos podem ver algo mágico e intemporal. Pode não ser um original mas não deixa de ser Bambi.
Obviamente que não aconselho a sua ida propositada ao cinema mas se tiver um filho pequeno é a melhor opção desta semana. Sem dúvida.

Syriana - Os meandros do Ouro Negro. Isto era assunto para encher um sem número de filmes, livros e histórias. As jogadas de bastidores devem ser tantas...
Filme realizado por Stephen Gaghan com Kayvan Novak, George Clooney, Matt Dammon, Chris Copper, Christopher Plummer, Mazar Munir e Amanda Peet (muitas mais havia de qualidade mas não se pode encher isto)

"Syriana" é um complexo "thriller" político que tem como pano de fundo as intrigas e corrupção no mundo da indústria global do petróleo. Desde as jogadas de bastidores dos poderosos em Washington até à vida dos homens que trabalham nos poços, as diversas histórias que decorrem em "Syriana" entrelaçam-se e formam uma tela que nos mostra as consequências humanas da busca impiedosa de riqueza e poder. Num país do Golfo produtor de petróleo, o jovem e carismático Príncipe Nasir procura mudar o há muito estabelecido relacionamento com os interesses económicos americanos ao conceder os direitos de prospecção à oferta mais alta, neste caso aos chineses. É um enorme golpe para a Connex, uma empresa texana que detinha esses mesmos direitos, bem como para os interesses americanos na região. Entretanto, a Killen, uma pequena empresa petrolífera do Texas, propriedade de Jimmy Pope (Chris Cooper), acabou de ganhar os direitos de prospecção numa apetecida zona do Cazaquistão, o que a torna muito atractiva para a Connex, que necessita de novos territórios para manter a sua capacidade de produção. Quando as duas companhias se fundem, o negócio atrai as atenções e é chamada uma firma jurídica para averiguar. Bob Barnes (George Clooney) é um agente veterano da CIA prestes a terminar a carreira e cujo último trabalho será... Isso agora também não se pode contar tudo.

Acho que este resume do filme no Cinecartaz diz tudo. As implicações políticas, de interesses são tão grandes que daria para encher muito mais que isto. O filme é acusado de muiito falar e discutir mas que a nenhum lugar leva. Não será isso mesmo que se passa. Um círculo vicioso de poder, dinheiro e interesses. Vai tudo dar ao mesmo sítio. DINHEIRO.
É para isso que estes senhores vivem.
Aconselhável para quem o que se passa no mundo lhe diz algo. Espero que sejamos todos.

O filme a ver desta semana é o Syriana. Tendo em conta o que se passa no mundo era a uníca escolha possível.

Wednesday, February 15, 2006

24th Portuguese Box-Office Analysis

Here we are for another portuguese box-office analysis.
This time only one error in the spectators number was found. That´s a significant improvment from last week and of some time ago when 200000 spectators vanished in thin air.

This week, another surprise haunts us. And it seems even bigger that last week´s "Match Point" number one spot. Allen commanding the box-office in Portugal, what could be a bigger surprise this week? You will se in a while. We also have 3 new films in the top ten spots.

This week has put 177295 spectators for the top ten movies. That means a 12% drop since last week´s.

We are considering the week from 27th of January to February 2nd

Legend

Position/Movie
TheatherCount
Spectators (Week)
Percentage of spectators Drop (-) or Rise (+)
Spectators (Total)
Week of Release
1. Match Point
27
38560
-14%
83868
2nd Week

2. Pride and Prejudice
35
30934
-27%
73110
2nd Week

3. Memoirs of a Geisha
19
24946
-
25305
1st Week

4. Fun With Dick and Jane
39
22097
-24%
161080
4th Week

5. Saw II
33
19788
-30%
48176
2nd Week

6. Jarhead
39
13733
-25%
69008
3rd Week

7. The Libertine
16
9582
-
9582
1st Week

8. The Wendell Baker Story
8
5928
-
5928
1st Week

9. King Kong
26
5869
-41%
346834
7th Week

10. The Man
16
5858
-21%
53840
5th Week

The Champion:

What could be a bigger surprise than having a Woody Allen film two straight weeks at the number one spot? There couldn´t be anything bigger for Mr Allen.
"Match Point" with 38560 spectators and a smallish 14% drop, managed to maintain and even gain a bit advantage over the number two film. A fantastic perfomance for him, and for having, finally, made a great movie. Kudos Mr.Allen.

The New Players:

The first new player opens at number 3 spot. "Memoirs of a Geisha", with 24946 spectators didn´t impress at the box-office. Japan, doesn´t hold that much a charm in here. And considering it´s a movie devoid of emotion (with exception to the great Gong Li) it isn´t doing much better in the coming weeks.

At number 7 spot is "The Libertine" with Mr. Jonhy Depp. With 9582 spectators, it conjured a lousy opening and will disapear, maybe even next week of the top films. And beeing slaughtered by the portuguese critics doesn´t help either.

"The Wendell Baker Story", a movie from and with the Wilson Brothers (all of them), that i presume still hasn´t opened in the U.S.A, opened here with 5928 spectators in just 8 theathers. Not bad but definitely not impressive. They are probably seeing how it does overseas and then try opening it in the U.S. Who knows. But this is one minor film.

Even minor film is Van Damme latest "Wake of Death", which opened at the number 12 spot with 5147 spectators. Portugal is probably the only country where Steven Seagal and Van Damme movies open at movie theathers. Why? Stop doing it. They suck and we are realizing that finally. Please????

The Other Players:

At the number 2 spot is "Pride and Prejudice", with 30934 spectators and a 27% drop. Doing ok, for a romantic/period/boring drama. Comeone, who still wants to see girls in corsages? Ok, maybe that is not the right question. Hey Jane Austen for me=BORING. So i will not go see it. And only urge you to go see it if you like...There isn´t anything to like. It´s boring. And everyone knows how it ends right???The Whole world. But still they go see it...Go figure.

"Fun with Dick and Jane" opened at number 4, with 22097 spectators and a 24% drop. Going strong, still, in it´s fourth week. Great perfomance by Jim Carrey. He still has the touch in Portugal.

And the only horror movie in the top ten spots is "Saw II". They say that in addition to being a horror movie, it is also a horror to behold, of being so bad. Ohhhhh, it made 19788 spectators and had a 30% drop.

"Jarhead" stoped falling like a mad man and only lost 25% of it´s number of spectators, which was 13733.

At number 9 we have for the 7th week, "King Kong". With 5869 spectators and a 41% drop, the biggest this week. Now it really is saying goodbye. The fall from the Empire State is complete. He is Going down, but with a bang of almost 350000 spectators. Not bad.

Finally at number 10 we have "The Man", a big surprise, considering some people are going to see it. Probably the same number that went see it at the U.S. And no, that´s not a compliment. It got 5858 spectators and a 21% drop. Amazing. Some films we really don´t expect doing good, just plain bad and this was one of them. For sure.

Next week we will have:

- "Munich" (will do good. The theather i went see it and pretty full and it was a afternoon session. The number one spot is garanteed.)
- "The Dark" (maybe a spot at number 6. Not much better. The competition at the horror front is big this week)
- "Wolf Creek" (a number 5 spot. A little better than "The Dark" but not much)
- "Rent" (this one will bomb in here. Big time. Maybe in the final top 10. Musicals, arghhhh)

Just a note to the opening of a Luchino Visconti film, an old one, "Il Gattopardo" - The Leopard.

Hope you enjoyed the analysis.
See ya next week.

Bye

Monday, February 13, 2006

Crítica de Cinema - Memórias de uma Gueixa


"You can´t read loss, only feel it"
No final do filme sente-se. Este filme poderia ter sido algo mais. Mais do que um espectáculo deslumbrante, poderia ter sido um desfilar de emoções, ódios, amizades. Mas nada disso se vê ou lê. Apenas não se sente.
O filme acompanha a vida de Sayuri, desde criança em casa dos pais. Devido a dificuldades económicas os pais têm de vender ambas as filhas a um comerciante de escravos. Sayuri acaba por ser adquirida e vai trabalhar para uma casa de gueixas. Sob a direcção da está uma gueixa retirada que tem sobre a sua alçada, uma das mais desejadas gueixas, Hatsumomo (Gong Li - a uníca a conseguir transmitir emoções fortes neste filme, apesar do péssimo inglês), que será sua mortal inimiga, aquando da transformação de Sayuri numa bela gueixa (numa cena que vale quase pelo filme todo, a apresentação de Sayuri como gueixa - ver figura em cima).
Sem contar mais do que se passa na história, que mais previsível não poderia ser, posso no entanto descrever o que vai mal por aquelas bandas. Tudo se resume a uma palavra. CORAGEM.
Simplesmente não houve coragem, nesta produção.
Porque por muito esforço que haja apenas se sentem os valores de produção, falta emoção.
Houve coragem para arriscar num elenco totalmente asiático, mas faltou-a para colocar um elenco totalmente japonês. (sem conhecer muito de actrizes japonesas, lembro-me já de uma que seria uma boa opção no papel principal,Koyuki, que aparece no "Ultímo Samurai" com o Tom Cruise).
Faltou coragem para pôr os actores a falar japonês. Em vez disso temos um inglês, com um sotaque demasiado pronunciado (com excepção de Michelle Yeoh) que soa a forçado.
Com a excepção de Gong Li (Hatsumomo),ninguém teve a coragem de investir na caracterização de uma personagem mais forte, no fundo de carne e osso (e a sua beleza e olhar glacial só torna o seu trabalho mais visível). Limitaram-se a seguir instruções de argumento ou de Rob Marshall, que é um excelente coreógrafo mas um mau director de actores (já se tinha visto no "Chicago"-Injusto vencedor de 6 Óscares).
Faltou, no fundo, a coragem para escolher um outro realizador (por exemplo o próprio Spielberg, quem sabe ou uma escolha mais arriscada ainda...).
Faltou também um final mais trágico. É um final "deslavado" sem qualquer emoção demonstrada. Parece quase a celebração de um contrato. O amor não é isso ou é?
Obviamente o filme não falha totalmente. Os valores de produção e a reconstituição histórica dos meados dos anos 30 são de uma grande qualidade, o que resulta num aspecto visual deslumbrante. Tem uma cena magistral, a apresentação de Sayuri como gueixa, com um bailado de uma beleza sem palavras. É realmente um momento mágico.
A banda sonora também nos transporta na história. John Williams continua a ser um dos compositores mais adaptavéis da história do cinema fazendo música para qualquer tipo de filme. E os solos De Yo Yo Ma e Izthak Perlmann são divinais.

O sentimento final é de um regalo para os olhos mas uma desilusão do ponto de vista emocional. Também de Marshall, realmente não se podia esperar muito mais. Cumpriu o que sabe fazer, o que em cinema não é muito. Senhor Marshall, se calhar o seu lugar é mesmo na Broadway não?

Nota do Filme - "Memórias de uma Gueixa" - 4/10

Thursday, February 09, 2006

Estreias da Semana - 9 de Fevereiro

Seis filmes, nem mais nem menos. A não ser que as distribuidoras decidam ter retirado um deles de estreia nas ultímas 24 horas.
Pouco provável mas já aconteceu, num passado próximo.

E haverá alguma coisa de jeito?
É escolher entre:
- Um filme sobre "cowboys gays" (parece que não gostam desta designação)
- Um filme de risco para Pacino (quando é que fazes um filme de jeito?)
- Um filme sobre...esqueci-me
- Um filme que acerta ao lado
- Um filme sobre a mais velha tentação da mulher do vizinho
- Um filme que, dizem por aí, pouco vale

O Segredo de Brokeback Mountain (Brokeback Mountain) - Aí esta uma coisa que parece estar a entrar na moda. Acrescentar uma palavra a um título que era mais que suficiente. O Segredo? Já toda a gente sabe qual é o segredo por isso não é nenhum segredo certo? Alguém não sabe do que trata o filme? Bem me parecia...
Filme realizado por Ang Lee (o eterno incompreendido) com Heath Ledger (por quem eu não dava um tostão furado mas afinal...), Jake Gyllenhaal, Michelle Williams e Anne Hathaway(ambas no papel de verdadeira mulher decorativa).

Wyoming, 1963. Ennis Del Mar e Jack Twist conhecem-se quando procuram emprego no rancho de Joe Aguirre. Ambos parecem ter certezas quanto ao que querem da vida - um emprego estável, um casamento feliz e uma família. Mas quando Aguirre destaca Ennis e Jack para trabalharem na remota região de Brokeback Mountain, os dois jovens sentem-se unidos por uma força maior, que resulta numa relação de camaradagem e intimidade profunda - já lhe vi chamar muita coisa, agora camaradagem (É um tema sensível mas ao menos chamem-o pelo nome - Amor Gay).

Vencedor do grande prémio de Veneza, 4 Globos de Ouro no papo e nomeação para oito Óscares. O seu currículo fala por si. Se ainda dúvidas houvesse do seu valor vão dissipando-se aos poucos.
Ang Lee, todos sabem, é um virtuoso como realizador. Fez de "Hulk", um filme tão pessoal como qualquer um(apesar dos imensos detractores nos quais não me incluo) dos seus como o belíssimo "O Tigre e o Dragão".
Era a pessoa ideal para pegar nesta história e dar-lhe uma sensibilidade que só ele poderia. Porque o tema é verdadeiramente escorregadio e daqui poderia sair a coisa mais pirosa possível. O que saiu, uma tragédia à boa maneira grega.
À dois meses atrás, achava que era um daqueles filmes que só era falado devido ao tema escolhido. O Amor gay. Cada vez mais essa dúvida se dissipa.
Se és homem ou mulher, então tens de ir ver. Senão não te podes chamar isso. E por vezes é bom estar desconfortável...

Aposta de Risco (2 for the Money) - Desculpem lá, mas quando o realizador de um filme tem no nome D.J. não sei porque não me agrada muito. E não, não tenho nada contra os Dj´s. Apenas acho que se devem ficar pela música. Isto cheira, ou melhor, tresanda a thrilher de pacotilha. Até parece que tem Pacino em piloto automático.
Realizado pelo já citado D.J. Caruso com Al Pacino (por favor não te enterres mais - é triste assistir), Matthew McCounaghey e Rene Russo.

Matthew McConaughey é Brandon Lang, uma ex-estrela de futebol universitário, cuja misteriosa capacidade para prever resultados de jogos o conduz a uma inesperada nova carreira quando um acidente põe fim às suas glórias futebolísticas. Os talentos de Brandon fazem dele o candidato ideal para ser recrutado por Walter Abrams (Al Pacino), o número um de uma das maiores empresas de consultores desportivos do país. Walter contrata o ex-atleta e Brandon rapidamente se transforma no seu braço direito, num "golden boy". Até que a intuição de Brandon começa a falhar e Walter começa a ultrapassar os seus limites.

O Pacino está a querer seguir o caminho do dinheiro. O mesmo que De Niro tem seguido. Resultados práticos. É penoso ver este tipo de "lendas" do cinema misturados com o D.J.
Estou a ser preconceituoso? Talvez. A não dar a devida oportunidade ao filme? É provável. Acham que já estou a gastar muita tecla com este filme? De certeza absoluta.
Ohhhhh, Tarantino. Vê lá se pegas no Pacino. Está a precisar.

A Caixa Negra (Le Boîte Noire) - Isto faz lembrar um avião. Mas no entanto considero-o um dos títulos mais interessantes dos ultímos tempos. Amnésia. um tema recorrente do cinema, mais uma vez aqui explanado.
Filme realizado por Richard Berry com José Garcia (o homem não para), Marion Cottilard e Michel Duchaussoy.

Após um acidente de automóvel, Arthur entra em coma. Durante o delírio, diz frases incoerentes vindas directamente do seu inconsciente, que uma enfermeira aponta num caderno. Quando acorda, Arthur tem de enfrentar um estranho enigma: o que fazia ele naquela estrada perto de Cherbourg? Será que as frases que a enfermeira apontou o vão ajudar a descobrir a resposta?

É como uma caixa negra de um avião. Toda a informação está lá. Mas por vezes não se encontra. Obviamente, que o cérebro humano é uma máquina bem mais complexa. Por vezes não nos queremos lembrar. Mas tudo acaba por vir ao de cima. José Garcia, presença constante nas nossas salas de cinema (só o ano passado foram os quantos) inaugura mais um na sua longa lista de colaborações no cinema. Um filme desconhecido mas às vezes acerta-se em verdadeiras gemas. Quem sabe?

Tiros Certeiros (Dead Fish) - O primeiro tiro é logo ao lado, com este título infeliz. Sim, porque vemos o resumo do filme e pensamos logo em tiros certeiros. Para quem pense que só falo mal, por vezes também digo o contrário. Mas neste caso é impossível.
Filme realizado por Charley Stadler com Gary Oldman, Robert Carlyle e Elena Anaya.

Há dias que decididamente começam mal. Quando acorda, Abe, um humilde cortador de chaves, nem pode imaginar o que lhe está quase a acontecer... A namorada vai dizer-lhe que está grávida e vai partir para Madrid e o cobrador Danny vai exigir que Abe lhe pague tudo o que deve no prazo de 24 horas...... E como se isso não fosse suficiente, Abe troca de telemóvel com um assassino, torna-se num alvo a abater e é-lhe dado um contrato para matar... Abe vai ter de aguentar até ao fim do dia, sem ser morto nem matar, ganhar dinheiro suficiente para pagar as dívidas e tentar não perder a mulher que ama.

Este filme faz-me lembrar o argumento de um filme de Guy Ritchie nos seus bons velhos tempos. E sem dúvida, a confusão e o azar são os melhores ingredientes para fazer um bom thriller. Será que ele é feito?
A informação também não é muita. Dado a ser um filme britânico já deveria ter passado pelas páginas da Empire, mas não me recordo, sinceramente. Mais um daqueles filmes que passam nas nossas salas sem glória. Os poucos que os vêm, esquecem rapidamente.

Pecado Capital (Derailed) - É mesmo a mais velha história do mundo. A mulher do vizinho é melhor que a minha. Já Moisés dizia, não praticarás Adultério. Continuamos a fazer orelhas moucas disso. E pronto, aqui está um título, bem mais inteligente do que uma tradução literal que soaria a Descarrilado. Parabéns pela escolha
Filme realizado por Mikael Hafstrom com Clive Owen, Jennifer Aniston e Vincent Cassell.

Quando perde o comboio que apanha todos os dias para ir para o trabalho, o publicitário Charles Schine (Clive Owen) repara em Lucinda Harris (Jennifer Aniston). Apesar de serem ambos casados, um dia a conversa transforma-se numa noite apaixonada. Mas, subitamente, aparece um estranho nas suas vidas que ameaça denunciá-los e os arrasta para um jogo perigoso e violento.

Não sei porque este parece ser um filme de ressaca. não sei se foi rodado antes do caso Brangelina (Aniston era casada com Pitt) e que ela diz. Eu traí-te também. parece um recadinho ou é só impressão? Talvez seja.
Uma coisa de que este filme está cheio é de coisas mais velhas que o próprio mundo. Pecado, Adultério, Chantagem, vingança... Mais parece um filme dos tempos das cortes, dos romanos ou mesmo dos homens das cavernas.
A história é sempre a mesma. Não estão já cansados?

Dizem por aí... (Rumor has it...) - Ora aqui está a verdadeira tradução à letra. Até tem reticências e tudo como no título original. Mais um trabalho bem feito.
Filme realizado por Rob Reiner com Jennifer Aniston, Kevin Costner, Shirley MacLaine e Mark Ruffalo.

Sarah Huttinger (Jennifer Aniston) está completamente fora de si. Finalmente, concordou casar com o namorado, Jeff (Mark Ruffalo), mas o casamento nunca esteve nos seus planos de vida. E agora a irmã, Annie (Mena Suvari), decidiu casar-se e Sarah vai a caminho de Pasadena, o que significa passar muito tempo com a sua família obcecada com o ténis. É então que Sarah tropeça num segredo de família e começa a questionar as suas origens.

E é o numero dois para Aniston só numa semana. Parece que ser mulher do Pitt, ocupava muito tempo. Agora é vê-los a sair. Isto faz-me lembrar os tempos quando Cruise e Kidman se separaram.
Isto é obviamente mais um filme de ressaca. Os rumores Brangelina mais uma vez, que afinal eram mesmo verdade...É assim a vida.
Não sei porquê mas estou a transformar isto nas páginas de uma qualquer Lux, ou mesmo Nova Gente (estou a descer fundo...)
Dizem por aí..., que este filme não vale nada e é uma verdadeira perda de tempo. Os rumores valem o que valem. Este é pago a preço de ouro. Vão por mim...

Esta semana a recomendação é muito simples, dado o completo desconhecimento de alguns filmes e rumores que os outros nada valem entaõ só me resta dizer duas palavras "Brokeback Mountain".

Até para a semana.

Wednesday, February 08, 2006

23th Portuguese Box-Office Analysis

Welcome to the number 23 analysis of Portuguese Box-Office.
I detected some errors in the numbers given by ICAM. There are spectators not acounted for or in larger number than expected...
Strange numbers. Will try to do a check next time. Because for that you need some time and this week i didn´t had any.

Today we have a big surprise. And yes a new number one after the two week reign of "Fun With Dick and Jane". And it´s a film no one expected to gain the top spot.
You will se in a little while. A Complete surprise.

For the week we had 202120 spectators for the top ten movies and that´s a 18% rise in number. Nice numbers but not great numbers. Far from it.

We are considering the week between 19 to 26 January

Legend

Position/Movie
TheatherCount
Spectators (Week)
Percentage of spectators Drop (-) or Rise (+)
Spectators (Total)
Week of Release


1. Match Point
27
44861
-
45308
1st Week

2. Pride and Prejudice
35
42176
-
42176
1st Week

3. Fun With Dick and Jane
39
29256
-32%
138983
3rd Week

4. Saw II
31
28388
-
28388
1st Week

5. Jarhead
45
18242
-48%
55275
2nd Week

6. King Kong
36
10031
-43%
340965
6th Week

7. O Crime do Padre Amaro
22
8960
-25%
365590
13th Week

8. The Man
19
7449
-22%
47982
4th Week

9. Transporter 2
22
6899
-29%
35866
3rd Week

10. Kiss Kiss Bang Bang
10
5858
-37%
15200
2nd Week

The Champion:

We have a new number and it´s Woody Allen´s "Match Point", with 44861 spectators. Who would have thought that this would be possible. Allen commanding the box-office. I guess he just has to make a good movie or was it because of Scarlett. Who knows. But we really liked it. And i bet you didn´t expect this one?
No one did.

The New Players:

At number 2 and really close to the number 1 spot is "Pride and Prejudice", with 42176 spectators, just 2000 short of the number one spot. The romantic comedy with a twist of England last century with all those dresses really calls out to portuguese. I Wonder why???

"Saw II" at number 4 with 28388 spectators. A good result? Not by a long shot. Considering it´s a sequel to a sucsessful film in here it´s kind of disapointing. We aren´t fooled two times. It´s the same movie with different actors but the same mechanics. And that sucks.

Not at the top 10 but at number 17 we have "Where the Truth Lies" with 2568 spectators. The last film by Egoyan, didn´t dazzle or made any money. Not much loved by the critics and no marketing campaign in just 4 theathers and we have doom spelled backwards. Not in the "Mood", get it???

The Consecutive Players:

"Fun with Dick and Jane" at number 3 after two weeks at the top, with 29256 spectators and a 32% drop. An ok week. Couldn´t expect better.

At number 5, the biggest drop of the week, for "Jarhead". A movie about war with no combat always gets big drops in it´s second week. This is the first one like that? So what did i told you. No war no money. And that is even applied in really warfare nowadays. If you wanna see, just, a good movie, Jarhead is not a big disapointment. It is actually quite good. But no there is not a single bullet fired against a human being.

"King Kong" wih 10031 spectators and a 43% drop. It is coming down the Empire State Building and that´s a fact. Next week it is probably no more.

The portuguese champiom and biggest holdover ever at the portuguese box-office is "O Crime do Padre Amaro" With 8960 spectators and a 25% drop it will probably hold a little more weeks at the top 10 spots. Good Work.

At number 8 is "The Man". Making decent bucks for the movie it is. 47982 total spectators for a a smallish 22% drop.

"The Transporter 2", killing it´s last rounds this weeks, with 6899 spectators and a 29% drop.

Finally, at number 10 "Kiss Kiss Bang Bang" with 5858 spectators and a 37% drop. COnsidering the number of theathers counts it´s a decent run for Shane Black at the directing chair for the first time.

Next Week we will have:

- "Memoirs of a Geisha" (Will open at the top2 spots. The number 1 is possible but i don´t know portuguese fascination with japanese culture. That will determine the result.)

Altough there are 7 films opening i don´t see many of them making the cut. And the ones making it just suck so they don´t deserve a mentioning.

See ya next week

Monday, February 06, 2006

Ao Raio X - Pulp Fiction (Collector´s Edition)


"You´re the evil man and i´m the righteous man and Mr. 9mm here he´s the shepperd protecting my righteous ass in the valley of darkness...or you´re weak and i´m the tyranny of evil men.
I´m tryin Ringo. Tryin real hard to be the shepperd"
.
Este é apenas mais um dos exemplos de grande diálogo, escrito por Quentin Tarantino (QT), para esta, já, obra-prima do cinema e património da humanidade.
Segundo filme realizado por QT, após o grande exíto de "Reservoir Dogs", que o lançou para a lista de realizadores com "futuro". "Pulp Fiction" tratou de o colocar como incontornável, no panteão da 7ª Arte.
O Filme encontra-se dividido em três histórias, que no entanto, se interligam entre si. E sempre de um modo não forçado. Parecem formar um uníco conjunto. Antes do ínicio das histórias existe um pequeno prólogo, a fazer lembrar "Natural Born Killers", com uma conversa entre a personagem de Tim Roth e Amanda Plummer. Na primeira história temos Travolta e Thurman numa overdose com um final arrepiante e uma cena de dança icónica no "Jack Rabbit´s Slim"- Memorável. Na Segunda história temos Willis e Rhames como "boxeur" e patrão com uma traição pelo meio, ao não cair num combate combinado - Resultado: Viagem de táxi inesquecível, cenas S&M com uma vingança sangrenta. Na treceira temos Travolta e Jackson, no monólogo mais bem escrito da história do cinema, uma lição de como nos livrarmos de um corpo e ainda com tempo para uma redenção em nome de Deus. Quem disse que Deus não salva?
Um verdadeiro oásis em tempos desertos. Mudou a maneira de fazer cinema para sempre. Existirá maior elogio.
Obrigado Quentin Tarantino.
.
Nota do Filme - "Pulp Fiction" - 10/10
Em Breve - Análise ao DVD, ao pormenor.


Aspecto dos menus e sons:
A música seleccionada é a ideal. Música que depois de "Pulp Fiction" para sempre lhe ficou associada. Não há nada a fazer. O design do menus não é o mais hi-tech, mas não é totalmente horrível. A ligação entre menus é fluída e apenas com a variação de imagens do filme. Agradável mas nada de extraordinário.

Cannes Film Festival Palm D´or Acceptance speech:
O que seria o encontro de todos os envolvidos no filme no palco, por detrás de QT, torna-se um momento memorável graças ao descontentamento de uma espectadora aquando do anúncio do prémio. A resposta de QT foi concisa e contundente. A ver. Uma página de história. (5 min.)

Charlie Rose Show:
Uma boa entrevista a QT, conduzida por Charlie Rose (seja lá quem ele é). Com perguntas inteligentes (parece que por vezes não abundam nestas entrevistas) e deixando tempo para QT divagar na proporção exacta (sim, que o homem para divagar, é mestre)em total liberdade. Essencial para fãs de QT, ou para quem quer saber um pouco mais... (53 min)

Siskel & Ebert "At the movies":
Crítica conjunta de dois críticos americanos, em amena cavaqueira que mais parecem dois maus actores a debitar um guião, tipo em piloto automático. Algumas comparações com o seu filme anterior "Reservoir Dogs", nada abonatórias apesar de as críticas a "Pulp Fiction" serem bastante elogiosas. Agradável mas não essencial.

Documentário "Tarantino Fiction":
Produto muito formatado, resultante de "corte e costura" de diversas entrevistas a vários elementos intervenientes no filme, QT, produtores e actores. Tem entrevistas desde 1994 (aquando do tempo de filmagens) até 2002. Interessante mas daqueles demasiado congratulatórios. Toda a gente a falar bem de toda a gente. Interessante mas nada de original. (30 min.)

Theatrical Trailers:
4 trailers saídos em outros tantos países. São praticamente todos iguais. Nada os distingue e por isso basta ver um deles. Mas sim, é um grande trailer. Desde a escolha da música até as imagens apresentadas que sem mostrarem muita, aumentam o apetite por o ir ver. (10 min.)

Tv Spots:
Se houve coisa que nunca me entusiasmou foram os Tv Spots. São pequenos demais, não mostram nada e pouco se percebe. Apenas como curiosidade.

Still Gallery:
Umas poucas fotos. Sem movimento perdem muita da magia que QT lhes põe. Nada de especial.

Reviews and Articles:
Este é mesmo só para fãs. Páginas e páginas escritas de críticas sobre o filme. Li apenas algumas e pareciam-me todas muito bem escritas.

Behind the Scenes Montage:
Duas cenas importantes do filme revisitadas, "Jack Rabbit´s Slim", clube onde Travolta e Thurman dançam e "Butch hits Marsellus", choque de carro entre Butch e Marsellus (Willis e Rhames, respectivamente). Imagens não tratadas (sem grande edição) dos bastidores dessas cenas. Como documento histórico não tem grande interesse. (4+4 min.)

Production Design Featurette:
À procura de locais para as filmagens da cena "Jack Rabbit´s Slim", o clube/restaurante em que as mesas são os assentos de carros clássicos. Parece retirado do "Tarantino Fiction", com o mesmo tipo de edição e informação. Qualidade não é máxima mas é relevante para conhecer mais do universo "Pulp Fiction". (10 min.)

Nota dos Extras do DVD: 7/10

Thursday, February 02, 2006

Estreias da Semana - 2 de Fevereiro

Estamos em Fevereiro e já cheira a Óscares.
Vão estreiar neste mês, praticamente todos os grandes concorrentes deste ano. E começamos já esta semana com um dos grandes nomeados do óscares com cinco nomeações.

Temos 5 estreias, sendo uma delas uma verdadeira surpresa mas um bom sinal para a qualidade de filmes exibidos nas nossas salas de cinema.

- Um filme sobre vingança, com nome de cidade
- Um filme clássico italiano
- Um filme escuro
- Um filme adaptado de uma ópera-rock na Broadway
- Um (outro) filme de terror

Munique (Munich) - O regresso menos de um ano depois da estreia do seu ultímo filme, "A Guerra dos Mundos". E de quem falo eu? Obviamente do realizador mais famoso do mundo. Não sabes quem é?
Filme realizado por Steven Spielberg, contando no elenco com Eric Bana, Daniel Craig (The new Bond) e Mathieu Kassovitz entre muitos outros ilustres.

Em Setembro de 1972, um ataque terrorista sem precedentes desenrola-se perante 900 milhões de telespectadores por todo o globo. Decorria a segunda semana dos Jogos Olímpicos de Verão, em Munique, na Alemanha Ocidental - os jogos que haviam sido apelidados "Jogos da Paz e da Alegria" - quando, sem aviso, um grupo extremista palestiniano, "Setembro Negro", invadiu a Aldeia Olímpica, matando dois membros da equipa israelita e capturando nove elementos como reféns. A tensa espera e o trágico massacre que se seguiu foram transmitidos pela televisão perante uma audiência internacional. Fala-se no filme, essencialmente, da retaliação israelita que se seguiu, designada como "Operação Ira de Deus". Avner é um jovem patriota israelita, oficial dos serviços secretos, que é contactado por um oficial da Mossad. Avner é convidado a abandonar a mulher grávida, abdicar da sua identidade e embarcar como infiltrado numa missão que visa perseguir e matar os 11 homens acusados pela secreta israelita de terem arquitectado o ataque em Munique. O pior é que a consciência põe em cheque as convicções destes homens. Será mesmo esta a solução?

Polémica. É a primeira palavra que me veio à mente após saber que este seria o próximo filme de Spielberg. Um passo corajoso do realizador, uma vez que devido ao seu estatuto, a nada é obrigado a fazer. Mas como no filme, a consciência, teve um papel importante na decisão de fazer o filme.
A parte do assassinato dos atletas israelitas só aparece em imagens de arquivo, sendo o filme passado na operação de vingança do governo israelita pela tão temida MOSSAD (Polícia Secreta Israelita).
Já repudiado pelas duas parte do conflito, tanto a Palestina como por Israel, como Spielberg disse já cumpriu o objectivo que era não passar despercebido. Mexer consciências dos dois lados. E o apoio de vítimas destas duas operações só deu mais forças a Spielberg.
Nomeado recentemente para 5 Óscares, entre eles melhor Filme e Realizador, SPielberg consegue um dos aclamados pela crítica, de todos os seus filmes, pelo menos da americana. Da portuguesa é esperar para ver.
Eu por mim vou mesmo tirar a prova por mim mesmo, já hoje.

O Leopardo (Il Gattopardo) - Depois de "Aurora" de Murnau, chega mais um grande clássico do cinema. Este um pouco mais recentemente, mas ao mesmo tempo muito aliciante de ir ver no grande ecrã. Por muito que queiram dizer, no cinema é mesmo diferente.
Filme realizado por Luchino Visconti com Alain Delon, Burt Lancaster e Claudia Cardinale, três grandes actores de outros tempos.

Em 1860, Garibaldi inicia o movimento de unificação de Itália. D. Fabrizio (Burt Lancaster) é um aristocrata que tenta manter o anterior modo de vida, apesar dos tempos de mudança. Para D. Fabrizio a ascensão da burguesia é uma ameaça. Mas numa manobra astuta, o aristocrata combina o casamento do seu sobrinho Tancredo (Alain Delon) com Angélica (Claudia Cardinale), filha de um rico e influente administrador de propriedades. Fiel aos seus valores, D. Fabrizio consegue assim manter acesa a chama do antigo regime.

A reciclagem e recuperação de "obras primas" do cinema é sem dúvida uma boa opção para os cinemas. E depois do exíto de "Aurora" e de saber que o dinheiro entra a decisão é obvía. Os portugueses querem mais clássicos nas salas de cinema. Quantos mais melhor.
Pessoalmente vou tentar ir espreitar este, possivelmente só no Nimas. Mas as estreias deste mês são particularmente implacáveis em termos de qualidade.
Para apreciadores de cinema clássico este é um daqueles obrigatório. Visconti é rei. Para quem não é apreciador, este poderá mesmo vos pôr no grupo de apreciadores.

Na Escuridão (The Dark) - Este era um daqueles que já não esperava que aparecesse nas nossas salas de cinema. Se calhar estou a fazer confusão com outro título. Posso estar errado. Até pensava que isto já cheirava a mofo. Felizmente, neste título não usaram a tradução literal, "O Escuro". Assim está bem melhor.
Filme realizado por John Fawcett com Maria Bello, Sean Bean e Richard Elfyn.

Uma jovem família muda-se para uma remota zona rural. É aí que Adelle terá de enfrentar um sinistro mundo paralelo para salvar a filha, apanhada na teia de um passado maligno, um espelho de imagem distorcida do mundo real. Adelle terá de enfrentar as suas mais profundas inseguranças neste sinistro universo. O que verá ela na escuridão?

Na escuridão é um bocado difícil ver alguma coisa mas quem sabe.
Já sei devo estar a confundir este filme com o "The Darkness".
Um filme de terror da Grã-Bretanha. Tenho boas recordações do ultímo que de lá veio, "A Descida" mas deste nunca ouvi falar. Ainda não estreou nos E.U.A., disso tenho a certeza.
Qualidade existe? Alguma talvez mas como já disse noutras análise eu não apostava dinheiro nisso. O trailer tinha alguma coisa de original mas também nada verdadeiramente aterrador. Cheirava a terror light por todos os lados e não nada que deteste mais que coisas "Light". Ou é terror "hard-core" ou não vale a pena.

Rent - Ok, um musical. Já estou de pé atrás. Depois da banhada chamada "Chicago" não me está a apetecer começar a ver homens e mulheres que desatam a cantar sem razão aparente.
Filme realizado por Chris Columbus (sim o do Harry Potter, quem diria) com Rosario Dawson, Taye Diggs e Wilson Heredia. Praticamente todo o elenco foi o que actuou na Broadway e fez deste musical um grande êxito.

Revolucionária ópera-rock, "Rent" conta a história de um grupo de boémios que luta para se exprimir através da sua arte, na East Village de Nova Iorque, enquanto se esforça para atingir o sucesso e tenta superar a pobreza, a doença e o fantasma da sida. Roger é um aspirante a compositor, fechado desde o suicídio da sua namorada, que está relutante em iniciar um novo romance com a sua vizinha de baixo, Mimi Marquez, uma bailarina de danças exóticas. O companheiro de Roger, Mark, é um realizador que tenta equilibrar a arte e o comércio. A sua namorada Maureen, uma artista, trocou-o recentemente por uma advogada chamada Joanne. Tom Collins é um professor de filosofia que, depois de ser assaltado, é salvo pela sua alma gémea, um animado baterista de rua. E finalmente Benny, um ex-amigo que os abandonou desde que casou com a filha do seu senhorio, vai tornar-se no inimigo quando ameaça despejá-los.

Perceberam alguma coisa? Isto parece uma salganhada desgraçada. Foi arrasado pela crítica americana, que até gosta, normalmente de musicais. Chega a Portugal e o que esperam? Que o pessoal vá ver?
A mim não me apanham nem pintado. Se por ser musical já estava com um atrás agora um musical de salganhada estou com os dois bem longe da mesma.
Os musicais clássicos MGM ainda se gramam mas os mais recentes... Arghhhhh.
Se forem ver vão sofrer as consequências. Imaginem alguém que começa a cantar num metro. Que visão bonita. Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

Wolf Creek - Um filme de terror australiano com honras de ser exibido em Cannes. Uauuu. Isto deve querer dizer alguma coisa não. Pelo menos que é original, coisa que americanos se esqueceram do que quer dizer em filmes de terror. Aprendam...
Filme realizado por Greg Mclean com Peter Alchin, John Jarratt e Cassandra Magrath. Perfeitos desconhecidos mas poderá estar aqui uma boa surpresa de terror.

Liz, Kristy e Ben, três jovens australianos, decidem visitar o espantoso Parque Nacional de Wolf Creek para verem uma misteriosa cratera provocada por um meteorito. No regresso, não conseguem pôr o carro em andamento e, isolados no parque imenso, resolvem aguardar por auxílio. Felizmente, ao anoitecer, chega Nick, um homem da região, com o seu enorme camião, que oferece ajuda. Mas ao raiar da manhã do dia seguinte, os três percebem que Nick não tem a mínima intenção de os tirar dali.

As paisagens australianas imensa, dizem que, reforçam o sentimento de impotência das vítimas face ao assassino com "cara de anjo". Parece que quer ajudar e depois... Esses são sempre os piores.
Reconheço que ainda não vi o trailer mas abriu-me o apetite todo o "hype que o rodeia. Será merecido. Por vezes é outras não é. E com desconhecidos tem de se arriscar.
Se houver oportunidade sou capaz de dar uma espreitadela. Mas vai ser dificil com as estreias da semana.

Esta seman aconselha-se Spielberg com "Munique". É o filme da semana.
Mas aquele "O Leopardo" é um caso a ter em conta.

Até para a semana.

Wednesday, February 01, 2006

22th Portuguese Box-Office Analysis

Only two days after, another box-office analysis. I admit i was getting behind but this week am determined to put it well again.
I promise.

This week, we have three new openers on the first top ten films in Portugal.
And the question is. Is there a new number one? Could it be possible to get that coveted number one spot from "Fun With Dick and Jane". The film may suck but it still got the first spot last week. DID Jim Carrey did it again.
Let´s just wait and see in a few lines under.

With 170169 spectators for the week and a 23% drop, the box-office in Portugal is in a no gain situation for far too long. It needs a big opening fast.

We are considering the week between 5 to 11 of January 2006
Legend

Position/Movie
TheatherCount
Spectators (Week)
Percentage of spectators Drop (-) or Rise (+)
Spectators (Total)
Week of Release
1. Fun with Dick and Jane
41
43151
-31%
105631
2nd Week

2. Jarhead
41
35086
-
35086
1st Week

3. King Kong
47
17495
-49%
329258
5th Week

4. O Crime do Padre Amaro
23
11995
-52%
354608
12th Week

5. Tim Burton´s Corpse Bride
29
11956
-37%
99212
4th Week

6. The Chronicles of Narnia: The Warrior, the Witch and the Wardrobe
37
11004
-38%
249693
6th Week

7. Dreamer
21
10884
-
10884
1st Week

8. Transporter 2
24
9735
-47%
27957
2nd Week

9. The Man
24
9521
-25%
40068
3rd Week

10. Kiss Kiss Bang Bang
10
9342
-
9342
1st Week

The Champion:

And the doubt is over. We still have the same film at the number 1 spot. "Fun with Dick and Jane" did 43151 spectators for the week and with a 31% drop, it did hold on, still in front as the reigning champion. Next week will be a different history but have to admit it is possible. As a friend of mine said, the film sucks but...people see it. Where did i already saw that one?

The New Players:

Not getting the top spot with an, we can say it, disapointing opening is "Jarhead". At number 2 with 35086 spectators for the week. Personally i admit i went see it and liked it, altough i didn´t love it. What got me in the first place was the magnificent trailer they made for the movie. A really great one. One of the best last i´ve seen. And Jesus Walks by Kanye West still rings in my ears. Great song.

At number 7 we have "Dreamer", with 10884 spectators. Yes, the one with Kurt Russell and Dakota Fanning about a horse that as an injury but still gets to win-déja vu(where did i hear this one). It´s the basic Disney Family movie where everything goes right and there is that sappy happy ending. Correction- I didn´t see the movie but am just guessing here. Am i right or am i right?

"Kiss Kiss Bang Bang", opened big, considering the small number of theathers, at 9342 spectators. Shane Black is back but know the film industry is in another level And smart writing doesn´t make big films anymore. it´s all about marketing and this one didn´t get any. So...

The Other Players:

At number three Peter Jackson´s dream come true "King Kong" with 17495 spectators for the week and a big 49% drop. it´s going down the empire State right around this time. it´s all downhill from here.

At number 4 and in it´s 12th week at the top ten spots is the great portuguese champion, "O Crime do Padre Amaro". The new number 1 portuguese movie. it sucks by the way but that´s just me that says it. Everyone else went see it instead. With 11995 spectators and a 52% drop.

At number 5 "Tim Burton´s Corpse Bride", with 11956 and a 37% ease on number of spectators.
Almost at the 100000 landmark of spectators total. Next week.

"The Chronicles of Narnia" got a number 6 spot in it´s 6th week. Ohhhh, so sweet...And it is supposed to be here for a very long time? Please don´t. This sweetness is really getting on my nerves. Please "the Hobbit" come quickly and stop this Narnia madness. Please!!!
Ye, right it got 11004 suckers to go see it and a 38% drop. No, i wasn´t one of them. Hehehe.

At number 8 we have "Transporter 2" with 9735 spectators and a 47% step loss.

"The Man" really sucks.At number 9 with a small drop of 25%???? One of the worst movies of the year doesn´t get nominated to the Razzies. There is no justice. And let´s not talk about Elektra. Oh boyyyyy.

Next Week we will have:

- "Match Point" (The New Allen is back. And this film is no luck. The talent was there it was just getting cramped in new York. Still only a top 8 spot.)
- "Saw 2" (number uno spot for it. mark my words. We love a good terror. And if it´s gory and not a Rob Zombie movie, even better)
-"Pride and Prejudice" (not my game, but it´s the romantic comedy every couple was crying for. Number 4 spot).

See ya next week.