Crítica de Cinema - A Senhora da Água
Para voltar a ser Criança (Quem Conseguir)
"A boy, in the midwest of this land, will grow up in a home where your book will be on the shelf and spoken of often. He will grow up with these ideas in his head. He will grow into a great orator. He will speak and his words will be heard throughout this land and throughout the world. This boy will become leader of this country and begin a movement of great change. He will speak of you and your words and your book will be the seeds of many of his great thoughts. They will be the seeds of change."
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O que, pelas críticas que tenho visto do filme não é para muitos.
Mas por muito que queiram denegrir o homem, ele continua a ser um caixinha de surpresas ambulante. E este filme não é excepção nessa, já, agradável regra dos seus filmes.
O filme acompanha a pacata vida de um senhorio de um bloco de apartamentos responsável pelo arranjo de todo e qualquer tipo de problema que surjam nos apartamentos. Inclusivé o extermínio de "demónios" (private para quem já viu o filme), como na brilhante cena introdutória do filme, misto de terror e comédia. Para mim foi mais de comédia mas actualmente não existe muito que me assuste no cinema.
Mas tudo muda na sua sossegada existência quando descobre algo de estranho na piscina. O que ele pensava ser um estranho que usava a piscina quando tal não era permitido, acaba por ser a descoberta que vai mudar a sua vida. Entra assim, na sua vida, a narfa Story.
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E logo aí, o clima de fábula para crianças, uma história que ninguém põe em causa, começa a formar-se e a envolver o filme. E é nesta altura que se entra ou então o filme não faz sentido. É o momento fulcral em que a criança que há em nós é testada. E quem não entra não entende como é possível. Nada faz sentido. Não foi para isto que comprei um bilhete. Eu felizmente entrei no esquema.
Shyamalan continua a filmar como ninguém. Os planos têm sempre um objectivo, algo mais que querem descortinar, mostrar. Nada é neutro e tudo isso envovlve-nos ainda mais neste filme. A própria prequela em que as histórias das narfas são contadas com aqueles desenhos tão rudimentares ainda mais acentua esse factor. Como algo tão simples pode ser tão belo. Apenas no olhar de uma criança assim poderia ser.
A própria Story, é uma criatura tão inocente, frágil e com um objectivo bem definido, apesar dos seus medos e receios. E para Bryce Dallas Howard nada é tão simples como ser simples. Mais uma vez, no entanto, é Giamatti que rouba o filme com uma personagem de antologia, bem secundado pelo crítico "irritante" de Bob Balaban. É mesmo pena uma cena em que o crítico é morto por um monstro e prediz que a sua morte não irá acontecer. Dá a sensação que não era necessária para estabelecer o seu papel no filme. Representando todos aqueles que não conseguem ser crianças.
Tudo na história parece ridículo, fora do sítio, sem fazer sentido. No entanto a resposta para tudo encaixar e deixar-se ir. Ser carregado em mãos pela história e acima de tudo nunca ter medo. ou desistir. E ser criança é isso. Não ter preocupações, de encaixe ou de história. É ouvir a história pela história e acima de tudo nunca questionar. E para quem consegue fazer isso, só poderá sair da sala de cinema com um dos filmes da vida e um momento passado no imaginário das fábulas.
Eu desapareci e voltei a acordar duas horas depois. E TU???
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Nota do Filme - "A Senhora da Água" - 9/10
posted by Pedro_Ginja at 2:59 AM
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